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Jisoo POV

O motivo pelo o qual nos sentimos tristes, deprimidos, ou inexistentes, vem da falta de atenção. 

Como se alguém te olhasse mas não te enxergasse. Alguém falasse com você, mas não com o seu interior. Falasse que gosta de você, mas não te conhecesse realmente.

Eu me senti assim durante vinte e quatro anos da minha vida. Cambaleando de um cômodo ao outro. Olhando por trás da cortina, nunca questionando o porque não sair. Nunca tentando abrir uma porta, nunca querendo saber o que era a vida.

Aquela noite, a noite que eu decidi não obedecer, ou não ouvir a minha mãe, soube que nada mais seria igual. Eu não seria igual.

Em dois meses que eu tentava fazer o meu corpo reagir, ela estava ali do meu lado, o tempo inteiro. Ouvia a sua voz, ouvia o seu choro, ouvia a sua risada, ouvia a sua lamentação. E tudo o que eu queria era apenas ver aquele rosto. Ela era esteticamente linda.

Tudo o que aconteceu até o exato momento em que me encontro, eu não me arrependo de uma 'a' que dei, ou que fiz. Sentia que a cada dia, algo novo eu conhecia. E não importa. Em algum momento eu vou me sentir igual aquela garota presa. Era incontrolável.

Cada coisa, cada detalhe, por mim é visto com mais intensidade. Eu sinto com mais intensidade. E eu amo com mais intensidade a cada dia.

Conhecer a Jennie foi algo... sem explicação com palavras certas. Saber que desdeo primeiro momento em que entrei naquele hospital ela estava ali comigo. Infringiu regras por mim. Foi demetida por mim. Matou o seu ex namorado por mim.

Eu morreria por ela.

Me pergunto as vezes, e se não? E se eu não tivesse me arriscado a sair? Estaria presa? Provavelmente sim. Não saberia o que era uma TV, ou, um celular. Um abraço, um beijo, um elogio ou até um carinho mais íntimo.

Eu aprendi tudo com ela. E eu amava estar com ela.

No dia no qual fui sequestrada, me senti pequena e idiota. Eu queria apenas ser amiga da Nayeon, e Jennie havia me avisado. Ela não era uma boa pessoa. O melhor amigo de Jennie morreu.

Mas uma vez por minha causa. Ainda não aceitei aquilo bem.

Ao saber que Jennie estava esperando um filho, algo dentro de mim nasceu, eu nunca saberei explicar perfeitamente. E explodiu ao saber que eram três. A única coisa que eu mais queria, era passar tudo o que Jennie me ensinou para os três. Amor, carinho, paz e principalmente confiança.

Ver Kai caído no chão, me fez entender também que nem tudo sempre dá certo, ou que nem todo mundo sabe lidar com a perda. Ele não soube aceitar que Jennie não sentia mais nada. O seu orgulho, a sua cabeça não o deixava pensar com clareza e ele acabou... bom daquele jeito triste.

O nascimento e a chegada dos trigêmeos me fez entender o que uma mãe sente de verdade, que acima de qualquer coisa, o bem do seu filho em primeiro lugar, a alegria, a estabilidade e a saúde da única pessoa que depende de você para tudo. Deitar ali com os três antes de dormirem e ouvir um "boa noite, mamãe Chu, nós amamos você" não tinha qualquer coisa que me fizesse trocar aquele momento. Ver qualquer um dos cinco chorando, se sentindo triste, me deixava aflita, e eu logo fazia com que eles dessem um sorriso ou que falasse para mim o que sentia de verdade. No fim acabavam em meu colo, chorando de um jeito manhoso. Aquilo partia o meu coração.

Alguns meses depois do quarto aniversario dos trigêmeos, Lisa e Rosé finalmente decidiram engatar em um relacionamento mais sério e com um jantar romântico - organizado por mim - Rosé oficializou o compromisso, nem preciso dizer que foi tudo esteticamente lindo não é?  

Wake up, my dear - Jensoo VersionOnde as histórias ganham vida. Descobre agora