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Abrindo os olhos de modo lento, vejo uma tremenda escuridão pelo quarto. Minha cabeça doía de forma bruta, me deixando até meio zonza. Em passos lentos, caminho até a sala, soltando um grande bocejo.

Meus olhos correm até a loira. Ela estava totalmente jogada pelo sofá, quase caindo. Um riso fraco escapa de meus lábios ao vê-la nesse estado. O vibrar do celular me chama a atenção, rapidamente me apresso a pegar o aparelho, que estava na bancada da cozinha.

Meus olhos se arregalam quase de imediato ao ver o nome "Hinata Shoyo" no número que havia acabado de me mandar mensagem. Eu ri de maneira nervosa, bloqueando o celular novamente, e pulei de forma animada por toda casa. Meu coração batia rapidamente, me sentia um vulcão prestes a entrar em uma tremenda erupção, era como uma daquelas destruições que devastam toda a fauna e a flora de alguma natureza qualquer.

Me apressei a voltar até o aparelho, segurando ele em mãos, muito trêmulas por sinal. Ele havia mandado apenas um "oi", a cerca de uma hora atrás. Respondi da mesma forma. Rapidamente salvo o número do garoto, digitando e apagando inúmeros nomes, várias e várias vezes. Eu não conseguia pensar em um nome bom para seu contato, então apenas coloquei "ruivinho" com um pequeno coração laranja ao lado.

Um sorriso se desenha em meus lábios. Eu me sentia tremendamente feliz. Mas, com apenas uma notificação, aquele sentimento de angústia me consome novamente.

Meu pai.

Ele havia mandado uma mensagem, me convidando para almoçamos juntos. Eu já pudia sentir toda tristeza me invadir como um tsunami. Um nó se fez presente em minha garganta, me deixando com um leve desconforto. Apenas respondi algo em concordância, não dando muita importância.

Em um momento de distração, meu celular começa a vibrar loucamente. O nome "Pai" estava na tela. Eu fecho minha feição quase de imediato, bufando de forma irritada.

- Fala.- Digo ao atender.

- Eu ainda sou seu pai, quero respeito.- A voz grossa do Homem ressoa pelos meus ouvidos, tornando o desconforto de antes maior.

- Vou almoçar com o senhor. Não precisa me esperar do lado de fora do restaurante.- Respondo por fim, desligando o telefone.

- Seu pai?- A voz de Yachi diz ao fundo, o seu tom era meio rouco, por conta de ter acabado de acordar.

- Sim.

Meus olhos vão de encontro a um ponto aleatório na parede, eu o encaro de maneira fixa. Mil e uma desculpas se fazem presente em minha mente, eu realmente não queria sair com meu ele.

- Que tal falar que pegou algum vírus mortal, e agora está de quarentena?- Ela diz de forma brincalhona.

- Não posso, por mais que eu queira muito fazer isso.- Um riso escapa de meus lábios.- Eu já desmarquei muitos outros compromissos, se eu faltar nesse, ele me mata.

- Certo...- Yachi responde meio cabisbaixa.- Vou esperar você voltar. Vamos assistir aquele filme bobo que você gosta.

- Diário de um banana?

- Diário de um banana...- Ela fala de forma arrependida, ao ver o brilho em meu olhar.

Eu me apresso em tomar um banho, logo em seguida, vestindo qualquer roupa que eu havia pego no guarda roupa. Apenas uma blusa preta, maior que meu corpo, e uma calça moletom, da mesma cor. Nos pés apenas um chinelo qualquer, não me empenharia em me arrumar para apenas um almoço, ainda mais sendo com meu pai.

- To indo.- Deposito um beijo molhado na bochecha de Yachi, logo saindo.

Tranquei a porta, totalmente distraída. Quando me virei, levei um tremendo susto. A cabeleira ruiva estava logo em minha frente, seus olhos me encaravam de forma atenta. Ao ver minha feição assustada, ele cai na gargalhada. Eu deposito um leve soco em seu peitoral, rindo junto logo em seguida.

Crush- Hinata ShoyoWhere stories live. Discover now