A Tentação Do Mafioso Alemão - (Degustação)

CAPÍTULO 13

Assinei o último contrato que faltava e joguei a caneta na mesa, relaxado. Ronan estava do outro lado do escritório, mexendo freneticamente no celular. Deslizei a mão pela barba aparada e estalei a língua. O casamento dele estava próximo e eu imaginava que ele se sentia ansioso por isso.

A cada dia que passava, a pressão em cima de Esther aumentava, e isso se dava pela mesma pressão que havia dentro de mim. Todas as vezes que eu a via era como se estivesse em um dos meus clubes: sempre ficava excitado e, pior, não controlava nada quando o assunto era ela.

Esther não tinha esquecido o dia da ameaça, nem o perigo que eu lhe representava, contudo não parecia tão abalada, como imaginei que ficaria.

Não mais.

Ela era forte, destemida e não deixava de ser atrativa em sua feminilidade. Gostava da adrenalina que sentia quando nos víamos e da intensidade presente em cada célula dos nossos corpos. Talvez fosse uma característica brasileira não se deixar intimidar e se atrair pelo errado.

E ela me atraía da mesma maneira.

Para caralho!

— A inauguração do novo cassino será amanhã — comentei, trazendo a atenção do meu irmão para mim. — Espero te ver lá.

— Não pode ir só você?

— A menininha já está tentando mandar em você? — Gargalhei, realmente me divertindo, e Ronan revirou os olhos. — Leve-a se ela não quiser que vá sozinho.

— Não acho que seja o lugar para uma mulher grávida.

— A barriga dela quase não aparece, ninguém nem vai perceber.

— Eu vou levá-la se você convidar o motivo das suas visitas constantes ao chuveiro à noite — ele zombou e eu me endireitei na cadeira. Ronan só estava de gozação. — Pelo menos assim, você aparece acompanhado pela primeira vez.

— Para que pensem que estou comprometido?

— Imaginei que diria isso. — Encarou-me. — Vou convidar Esther mesmo assim. Não vai ficar estranho ter as duas lá comigo.

Desviei o olhar dele e não retruquei. Foquei no notebook, na câmera externa, que mostrava Esther andando com o celular ao ouvido. Ela sorria brilhantemente, radiante com algo que falava ao aparelho, provavelmente com sua família.

— Esse casamento está me deixando mais cansado que um treino de semanas.

— Raika Lancaster não deixaria ter algo simples nem fodendo.

Ronan riu, sabendo que era verdade.

Quando terminei o que faltava para a inauguração do cassino, busquei dar atenção à minha avó como deveria. Ela reclamava mais e mais, e minha paciência faltou em vários momentos.

— Não quero saber se você faz tudo que pode, quero que os traga de volta, Peter.

Forçar Kim a voltar era um erro. A garota apenas quis se afastar mais ainda, e isso me irritava. Minha avó não entendia que minha família jamais voltaria a ser como antes. Kimberly cresceu e não queria ficar naquela casa, e meu pai ia pelo mesmo caminho: nunca cogitaria retornar.