CAPÍTULO 17

699 45 3
                                    

Engoli o comprimido com dificuldade

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Engoli o comprimido com dificuldade. Odiava remédios de qualquer tipo, marca ou finalidade. Sentia-me doente com eles, na verdade. Eu os odiava internamente.

O anticoncepcional que Peter mandou que eu tomasse tinha uma pequena receita escrita à mão em inglês pelo médico responsável. Fizeram um bom trabalho, pois me disseram que esse era o medicamento mais adequado para mim. Assim como Peter, eu não queria uma gravidez indesejada, e qualquer cuidado era pouco para evitar um bebê.

— A senhorita está bem? — Willy me questionou assim que passou por mim. — Está sentindo alguma dor? Posso ajudar?

— Estou bem, Willy. — Abri um sorriso. — Onde está minha irmã?

— Acredito que no quarto dela, senhorita.

— Me chame de Esther, por favor. — Ele negou e eu apenas tive que aceitar. — Posso te fazer algumas perguntas?

— Se eu souber as respostas...

Olhei para os lados, querendo ter certeza de que ninguém estaria nos ouvindo, e sussurrei com calma. A cozinha estava vazia, contudo as paredes pareciam ter ouvidos.

— Quando isso tudo começou? Digo... Esse negócio todo com armas e mortes. — Willy ficou surpreso e se retraiu um pouco. Era claro que esse assunto era privado. — Me desculpe. Não precisa dizer.

— A máfia é um assunto complicado. — Ele tirou o copo de água da minha mão. — Não deveria perturbar sua cabeça.

— Eu sei. Só é difícil entender como eles vivem assim.

O mordomo ficou em silêncio por alguns segundos, pensando, e eu desisti de colocá-lo em maus lençóis. Mas, para a minha surpresa, ele segurou com delicadeza em meu braço e respirou fundo.

— O senhor Hoffmann carrega dentro dele uma dor que nem ele sabe como entender. Assumir o lugar como chefe da família e dos negócios da família o deixou ocupado demais para tentar curar a si mesmo. Só posso dizer que viver assim é quase como uma distração para ele. Peter Hoffmann é muito bom em comandar, e faz isso bem.

A curiosidade sobre ele se aflorou ainda mais, no entanto Willy não me deu tempo de fazer mais perguntas. Ele fez uma pequena reverência e saiu sem dizer mais nenhuma palavra.

De que dor ele falava?

Meu peito doeu de ansiedade. Eu estava curiosa para saber mais.

A minha pergunta se baseava em saber por que pessoas escolhiam entrar no mundo dos crimes, mas nem isso Willy me respondeu, apenas me deixou com uma interrogação maior na cabeça. Eu queria ouvir mais, entender sobre o porquê Peter tinha que se distrair.

Passei a mão no rosto e fiz uma nota mental para conseguir descobrir detalhes sobre isso.

Como se meu corpo tivesse vontade própria, caminhei para a área externa, divagando sobre a decisão de ficar com Peter. No fundo, eu sabia que era errado, mas não conseguia negar mais nada dele. Meu corpo chamava o seu e aquela química era impossível de ignorar.

A Tentação Do Mafioso Alemão - (Degustação) Where stories live. Discover now