- Chapitre un -

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[17/09/2014]

Adentro o local insegura. Não era como imaginava, pelo menos ainda não parecia uma prisão. Na verdade, era bem arborizado, com claridade suficiente e meninas por todo os lados. Até que não era tão ruim, não ainda.

- Vamos para o seu quarto - a senhora que havia me acompanhando desde minha chegada ditou gentilmente enquanto me guiava para uma escada - Seu pai me contou que não é uma garota de muitas amizades, então, propusemos que você ficasse em um quarto com outras meninas - parou de falar assim que abriu uma das várias portas do grande corredor.

Eu realmente não gostava de amigar, nunca gostei. Então, assim que ela me fitou sorrindo, hesitei em segui-lá, mas me obriguei a ir, já que não tinha muitas opções e estava exausta.

Havia apenas uma cama.

- Seu pai instou para que deixássemos você em um quarto isolado das outras - nem prestei muita atenção por conta do quarto. Era lindo; chão de madeira e paredes verde água um pouco escuras, com prateleiras e um guarda-roupa do mesmo material que o chão.

"Seu pai trouxe suas coisas, como pode ver. Vou deixar que se acomode, qualquer coisa pode me ligar ou ir a secretaria. Ah, e suas aulas começa daqui a três dias, espero que até lá você se acostume."

- Obrigada, senhora Gian.

- Pode passar a me chamar de Lilian, querida. - ela sorri satisfeita.

Sorrio também, vendo-a sair do meu quarto.

...

Não sei o que eu sinto agora, aqui, sozinha e sem ele. É tudo muito confuso, como um tornado na minha mente. Acho que sinto falta...

Muita falta dele

Da voz dele;

Da presença dele;

Do sorriso dele;

Do olhar dele;

E, por mais estranho que pareça, sinto falta daquela sensação estranha que surge num repente dentro de mim quando estou perto dele.

A saudade me consome.

Isso é novo, um novo mundo. Esse sentimento ávido que sinto, me dói. Sempre soube que o amor doía, mas não sabia que era realmente uma dor que não tem como parar, uma coisa agonizante. É um aperto no peito que me faz chorar até não ter água em meu corpo. Me faz enlouquecer, querer gritar até estourar minhas cordas vocais.

É como se tivesse uma adaga em meu peito, perfurando meu coração trouxa e fraco cada vez mais. Essa é a dor que eu sinto. Preciso tirar isso de mim, mas não tenho nem ideia de como poderia fazer isso.

Eu preciso dele.

- Eu preciso de Bernard - sussurrei mesmo que não adiantasse, como uma prece que precisa ser atendida.

O silêncio toma conta do local, sinto a minha mente vazia, com um certo medo, mas vazia.

Ouço três batidas na porta e limpo as lágrimas salgadas de minha pele com a manga da blusa que vestia desde ontem.

- Entre - falo alto vendo a porta se abrir num piscar.

Era uma garota de cabelos curtos e loiros e os olhos claros. Entrou sorridente e com um brilho nos lábios que me dava vontade de limpar.

- Oi! - vociferou num timbre um pouco agudo - Você é a aluna nova, certo? - sai de perto da porta sem sequer fechá-la.

- Sou sim, pois não? - a voz dela era um pouco irritante, mas tento ser educada.

Mil músicas para AntoniettaWhere stories live. Discover now