- Chapitre onze -

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06/10/2014

Papéis.

São tantos que tenho certeza que já estão fora de ordem. Todos eles são deveres de matemática, com questões tão sem sentido que me dão um enfaro.

É mais fatigante ainda quando eu percebi que é a matéria que eu não estou entendendo, então teria uma certa dificuldade com isso.

Nunca fui boa em matemática, mas nunca tirei notas ruins. Na verdade, eu sei me virar muito bem, o que me impede de ser muito melhor é a preguiça. Sim, sou bem inteligente, isso eu admito, mas também devo aceder que sou muito preguiçosa em vários momentos.

É complicado fazer algo que você não gosta muito. É como ler um livro, às vezes. Eu, por exemplo, enquanto leio uma página sem nenhuma vontade, sinto que estou lendo palavras soltas e largadas ali na folha. É a mesma sensação que sinto com esse maldito dever. São números que passam pelos meus olhos e eu não entendo o que eles querem que eu faça.

Certo. Eu não quero fazer isso, não agora. Posso fazer depois, quando estiver mais calma.

Já consigo sentir o estresse me corroendo por dentro. Não durmi direito e não preciso tornar meu dia pior ainda.

Primeiro, descobri minha reprovação em filosofia da pior maneira. A professora me chamou até sua mesa e me contou a triste notícia, além de desabafar o quão chateada ela está com toda a sala e que toda a expectativa que ela - irresponsavelmente - colocou sobre mim, caiu por ladeira abaixo. Bom, ela não pode me culpar por ignorar as dúvidas de várias alunas e sempre se embolar mas palavras. Então se alguém tem culpa pela minha reprovação, esse alguém é ela.

Segundo, meu pai veio me visitar. Essa frase por si só já me incomoda. Mas, com sua vinda até aqui, fui surpreendida com sua mudança de jeito. Na verdade, fico feliz que ele, finalmente, está mudando. É uma pena que ele esteja tendo essa mudança depois de tanto tempo.

E por fim, terceiro, semana que vem tenho prova oral de todas as matérias.

Infelizmente a primeira prova que terei será de matemática. A professora passou todos esses deveres para relembramos sobre a matéria.

Pelo que me explicaram, enquanto houver prova oral na sala, devemos ficar em silêncio enquanto uma aluna responde às perguntas ditas pela professora. Logo depois da resposta dada pela aluna, a professora mostra a nota obtida por ela e chama pela próxima a responder.

Terei duas semanas de prova oral e apenas uma para estudar.

Eu espero me sair bem, mesmo que não eu não preciso urgentemente de nota.

...

Desde aquele dia, não consigo parar de vir à biblioteca. Gosto daqui e, ultimamente, tenho encontrado livros interessantes. Vim devolver alguns deles e encontrar um novo.

Tem vezes que eu até bato um papo com a bibliotecária. Ela é muito simpática, charmosa e tem um ótimo gosto para livros. Apesar de amar ler, ela prefere séries e tem uma coleção enormes de CD's.

- Oi Isa! - comprimento-a quando me aproximo.

- Nitta! - ela retira o olhar do computador e acara-me. - Graças a Deus! Eu já estava morrendo de tanto enfado!

Dramática.

- Que dó de você, Isa. - rimos. - Ainda bem que vim devolver alguns livros, do contrário o que seria de você?

Ela tampa a boca, uma tentativa falha de controlar o ímpeto de rir.

- Pare de me fazer rir, garota! Aqui é um local silencioso! - ela inclina o corpo para frente e bate-me.

Sorrio enquanto ponho os 3 livros que estou devolvendo na bancada. Ela confere as datas para depois colocar os livros em uma cesta.

- Certinho, pode ir lá pegar mais.

Assinto e viro-me em direção às prateleiras.

O cheiro impregnado de mofo vai ficando mais forte a cada passo que eu dou.

Passeio pelos corredores com os olhos colados nos livros, o que me faz colidir com alguém.

- Desculpe-me - digo levantando o olhar para si - Ah...você!

Era ele com quem me debati, o carinha estranho da biblioteca.

- Olá? - vejo-o franzir o cenho.

- Oi, eu sou a Antonietta. - estendo mão para cumprimentá-lo. De fato, estou surpresa por não esperar encontrá-lo, mas feliz por isso acontecer. - Qual o seu nome?

- Antônio. - ele diz enquanto retribui meu comprimento.

Antônio...

Coitado, ele não parece ser velho mas tem um nome assim, mas fico feliz por saber o nome dele, mas não sei o que fazer ou dizer agora.

- Entendi, é um prazer te ver de novo, Antônio.

- Ainda está procurando livros de terror?

Sorrio.

-Sim, mas não encontro nenhum...

- Bom, desejo-lhe sorte, então. - ele diz enquanto se afasta e vai embora.

...

I don't want nobody

If I can't have you
Then oh I can't love nobody
Unless I'm loving you

The way you hug me
The way you squeeze me
The way you kiss me
Yeah yeah yeah yeah
Yeah yeah yeah yeah yeah
If I can't have you

I can't talk to nobody
Unless I'm talking to you
Now well oh, I don't wanna hold nobody
Unless I'm holding you

The way you hug me

- If I can't have you - Etta James

Mil músicas para AntoniettaWhere stories live. Discover now