━━ 𝗽𝗼𝗿𝗽𝗵𝘆𝗿𝗼𝗽𝗵𝗶𝗹𝗲⠀⠀⠀𝗋𝗈𝗋𝗈𝗇𝗈𝖺 𝗓𝗈𝗋𝗈 ࣪˖ !¡ ݈݇-

𝟬𝟬𝟮⠀⠀⠀ promessas e mentiras

Vila Shimotsuki - East Blue.
Doze anos atrás.

Kuina estava morta.

A garotinha, que estava escondida atrás de alguns caixotes, parecia ter recebido algum empurrão quando aquelas palavras chegaram a seus ouvidos. Suas pernas ficaram fracas e vacilaram, a fazendo cair no chão com um estampido seco. Suas pequenas mãos encontraram o caminho de suas orelhas e ela as tapou, tentando impedir que pudesse ouvir qualquer outra coisa relacionado a isso. Fechou os olhos e balançou a cabeça, negando por várias vezes seguidas, não querendo acreditar que aquilo era mesmo a verdade. Tinha certeza de que Koushirou estava mentindo, Kuina não estava morta. Não podia estar.

Mas sim, ela realmente estava.

Sentiu algo quente molhar sua face e abriu os olhos. Teve uma enorme vontade de gritar, mas não o fez, apenas se encolheu um pouco mais atrás dos caixotes e arrastou as pernas para cima, abraçando os joelhos logo em seguida. Ela enterrou o rosto ali e abafou o choro que insistia em vir de forma compulsiva. Sua mente a transportou para lembranças do dia em que conheceu Kuina e seu pai, o dia em que ambos resolveram cuidar dela e virar sua família, a única que ela havia conhecido. A levou também a cada um dos momentos felizes que passou ao lado da sua amiga e irmã adotiva, das risadas e das brincadeiras, de como a garota lhe fazia sentir-se bem, e de como aquilo havia acabado agora.

Kuina era uma mentirosa. A pior delas. Havia lhe deixado sozinha também, como todas as pessoas que já tinham passado por sua vida. Assim como seu pai, sua mãe e assim como...

Zoro.

O garoto de cabelos verdes invadiu seus pensamentos de repente, mudando o rumo deles e a despertando do estado de tristeza em que havia se colocado naquele momento.

Mizuki levantou a cabeça e limpou as lágrimas nos cantos dos olhos com o dorso de suas mãos. Precisava falar com o menino. Precisava dizer-lhe o que havia acontecido, sentia que tinha que ser ela a dar a notícia, e mais ninguém. Então se pôs de pé, fazendo de tudo para não ser notada ali escondida no escuro, e pulou a janela. Suas pernas - um pouco vacilantes ao tocarem no chão do outro lado da mesma - quase a fizeram cair outra vez, mas ela de alguma forma conseguiu se manter em pé. E reunindo sua coragem restante, correu para encontrá-lo.