36.Cortês?

3.3K 538 102
                                    

                              ⚜

Já era o quinto dia em que Jungkook estava trabalhando no salão. E incrivelmente, desde que começou a fazer isso, quase não via Jimin. O que era um alívio do seu ponto de vista, pois jurava que o ômega ficaria todos os dias o vigiando como um falcão na companhia daquele servo cheio de sardas.

Mas não tinha mais visto o ruivo e só via o marido quando acabava de acordar. Pois logo cedo ele estava lá na porta de seu quarto, para buscá-lo e levá-lo ao salão.

Até agora, o alfa não havia conseguido finalizar a tarefa por completo em um dia sequer. Mas a cada um deles progredia mais. Hoje, ainda estavam na hora do almoço. E ele já trocava todas as velas gastas do lustre, raspava a cera queimada e escorreu por ali e colocava novas velas. Tinha contado. Eram duzentas velinhas. E estava na sexagésima.

Uma batida na porta do salão o desconcentrou de seu serviço. Ele olhou zangado em direção ao barulho, por terem o interrompido. Queria conseguir terminar aquilo logo para partir para a próxima parte.

- Majestade - era Nyeon, uma empregada beta. Ela era ainda jovem, não devia passar de seus quinze anos.

- O que foi? - Jungkook a respondeu grosseiro e se colocou de pé. Perguntou apenas em busca de uma confirmação. Mas já sabia do que se tratava.

- É hora de comer, senhor - falou acanhada com as mãos em frente ao corpo. Tinha medo do rei, embora ele nunca tivesse sido perverso com ela em seus três anos de serventia. Mas não era tola, sabia das histórias.

- Entendo - Jeon pegou um paninho de seu bolso e limpou as mãos sujas de cera. Elas doíam, cheias de calos - Não precisa vir me chamar mais, sei dos meus horários. Ou está achando que não tenho compromisso com minha agenda? - um olhar torto foi o suficiente para a garota entrar em alerta.

- Nã-Não Majestade, é claro que não! - se explicou - é que pus sua mesa, na copa do jardim, só queria avisá-lo! - a garota inclinou seu corpo ao dizer. Em uma reverência se desculpando. Não deixava transparecer mas estava em desespero.

O rei a analisou. Estava vermelha, com alguns cabelos arrepiados e soltos do coque bem rente ao topo da cabeça. E as mãos que tanto contorcia nervosa, possuíam várias ataduras. Deveria ser uma aprendiz de cozinheira. Sorriu.

- Não vou utilizar os serviços da cozinha hoje. - ele se aproximou e tocou seu ombro. Nyeon se retraiu - podem se servir com o que prepararam para eu almoçar.

A beta o olhou confusa. E ele lhe forneceu uma explicação.

- Vou poupar tempo hoje. Pretendo somente jantar.

E então, se retirou.

A garota não possuía feromônios. Mas ele conseguia sentir toda a tenção em volta dela ao se dirigir a ele. Sabia o que diziam de si, a maioria, não eram coisas boas. E tinha certeza de que a serva já ouviu inúmeras histórias. Não sabia se todas eram verdadeiras, ou se exageravam. Mas também, não podia negar boa parte delas. No entanto, apesar de tudo isso, ele nunca faria mal a uma criança.

Se lembrava de seus quatorze, quinze anos. Não foram fáceis. E exatamente por isso, não queria dificultar os de outra pessoa. Ainda mais de alguém que não nasceu de berço de ouro como ele.

Desceu as escadas de serviço, era um costume que tinha adquirido depois de descobrir que por ali todos os caminhos eram mais rápidos. Então a utilizava mesmo quando não estava em serviço.

Chegou ao térreo, e entrou no corredor da cozinha. Estava uma bagunça, mesmo que Nyon tivesse avisado que o almoço já tinha sido feito, e estava servido, todos pareciam apressados e ocupados. Colocando assadeiras no forno, jogando sacos de farinha e batendo panelas.

𝘘𝘜𝘌𝘌𝘕𝘚 & 𝘒𝘐𝘕𝘎𝘚▪︎jjk + pjmOnde as histórias ganham vida. Descobre agora