38.Lobo Das Sombras

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S

eok-Jin estava sentado em uma cadeira, posta na sacada de seu quarto, sob seu pedido. Junto com o móvel também tinham colocado no local uma pequena mesa redonda e outra cadeira. Sob a mesa, um jogo de chá estava posto, com vários lanchinhos e doces.

O ômega observava o jardim a alguns andares abaixo. Nele, mulheres nobres com seus longos vestidos caminhavam. Algumas crianças jogavam bola ou brincavam de espada. Guardas passavam por ali também, fazendo seu cronograma de rondas. Vez ou outra notavam o rapaz debruçado na sacada e acenavam.

Era uma corte bonita, mas calma demais. Nunca achou que teria tanto tempo livre ali, principalmente porque Jimin havia finalmente dado início ao seu plano.

Bebericou o chá da xícara de porcelana que tinha em mãos, e suspirou. Aquilo tudo era complicado demais. Jimin, queria salvar a irmã de seu casamento abusivo, mas para isso, ele próprio teve que se envolver em um. Pois Busan podia ser um império grande, mas não tinha uma força militar boa. Mesmo com o apoio de Daegu. Seul era a jogada final, para que tudo desse certo. Afinal, nenhuma província seria louca o bastante para entrar em guerra com os dois maiores reinos do país e junto a eles a capital. Tae-hyung, o alfa que se casara com Jiwoo, não teria chances.

Pegou um biscoito do pratinho no centro da mesa. Ainda estava quente, tinham acabado de sair do forno. Sentiu o cheirinho adocicado e sorriu. Estava prestes a levar a comida a boca quando parou no meio do ato. Olhou paras portas do quarto do lado de fora, colocando o doce de volta em seu lugar. Não demorou nem mais um instante se quer para que então, Jimin adentrasse o quarto. Seus olhos pararam diretamente em si, como se fosse uma espécie de alvo. Seok semicerrou os olhos. Já sabia, assim que viu a ansiedade no rosto do amigo, que tentou esconder, caminhando em sua direção de forma controlada, até parar ao seu lado da mesa. O moreno se sentou de lado na cadeira, se colocando de frente para o rei, cruzou as pernas, colocando uma por sobre a outra, e fechou os braços na frente do peito.

- Olha só, quem é vivo sempre aparece, não é? - brincou sorrindo e viu o Park sorrir também, mas meio sem jeito.

- Desculpe, por andar tão afastado ultimamente - se desculpou com o outro.

- Mas creio eu, que o senhor não está aqui para pedir somente desculpas... Está aqui para pedir outra, certo?

Jimin respirou fundo antes de concordar com um movimento de cabeça.

- Na verdade, estou sim. É algo que tem que ser resolvido... De forma discreta - Explicou como se contasse um segredo. O que não era mentira.

Só pela escolha cuidadosa de palavras que o lúpus havia feito. Seok o olhou de forma entediante.

- Não sei se vou fazer - disse pensativo - me tratando como um simples servo que você só procura quando precisa de amparo - virou o rosto para o lado, em um gesto de protesto contra os pedidos de seu rei. Qualquer outro, teria morrido por esse desacato, mas não ele.

Jimin suspirou, sorrindo pequeno. Deu risada e passou a mão pelos cabelos já bagunçados.

Sok-Jin sempre foi assim. Desde que Jimin o encontrou em uma fera de escravos, quando tinham doze e treze anos, o mais velho nunca abaixava a cabeça. Até mesmo em roupas maltrapilhas e acorrentado, o rapaz não abandonava a dignidade. Se lembrava da conversa que teve com o mesmo quando se encontraram.

Jimin esperava seu pai falar com o dono da feira, pois existiam suspeitas que o homem estava contrabandeando escravos para evitar de pagar taxas e impostos que caiam sobre ele. Enquanto a discussão acontecia, o platinado se afastou de seu patriarca, perambulando pelo enorme local. Seus pequenos pés quase afundavam na lama, pois o local era aberto e estavam em época de chuva. No dia em específico, geava de frio. E foi ai que o príncipe - na época - viu o outro ômega.

𝘘𝘜𝘌𝘌𝘕𝘚 & 𝘒𝘐𝘕𝘎𝘚▪︎jjk + pjmOnde as histórias ganham vida. Descobre agora