Cap 01: O vilarejo Dreamwood

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A definição de um bom pai talvez seria um homem que cuida e ama seus filhos acima de qualquer coisa. Mas o que é um pai aos olhos de uma criança? Um herói? Um vilão? Um santo? Ou um demônio?

O pequeno vilarejo Dreamwood havia amanhecido tranquilo. Algumas nuvens enfeitavam o céu. O cheiro agradável de café pela manhã era presente na maioria das casas. Os moradores já se aprontavam para o trabalho. Todos se conheciam e se cumprimentavam, muitos eram pessoas simpáticas e amorosas, outras nem tanto. As casas eram simples e ao mesmo tempo confortáveis, todas eram feitas de madeira, em algumas das casas haviam artesanatos pendurados na porta escrito: Aqui mora uma família feliz.

A verdade é que nunca teríamos certeza, as cortinas daquela casa sempre estiveram fechadas.

O vento soprou e varreu as folhas que estavam na rua, as árvores balançavam levemente e mais folhas caíram e foram levadas pelo vento. Aos poucos, todos já estavam prontos para começar mais um dia tranquilo e produtivo.

As crianças caminhavam até a escola, algumas estavam acompanhadas de seus pais, outras cantavam dentro do ônibus escolar de cor amarela e haviam aquelas que iam correndo buscar salvação com as jovens professoras. Elas não se sentiam seguras dentro de casa. Portanto, qualquer lugar longe dos pais era o paraíso! Mesmo que fosse doloroso pensar dessa forma, era isso que alguns sentiam ao sair de casa.

O vilarejo era antigo, ainda mantinha algumas tradições e leis antigas que ainda dominavam o lugar. Como por exemplo, o poder da igreja e a influência sobre as escolhas da população. Em Dreamwood, um padre tinha quase o mesmo poder de um policial ou juiz. Ele poderia julgar e somente depois entregar o sujeito às autoridades. Mas isso não significava uma caça às bruxas! A maioria dos lideres religiosos apenas aconselhavam o acusado a dizer a verdade, a maioria não queria se envolver, deixavam tudo nas mãos de Deus.

Fora isso, era um lugar comum e agradável. O vilarejo tinha uma política de sustentabilidade que despertava inveja em muitas cidades grandes. A floresta foi protegida e preservada desde a fundação do vilarejo em 1912. O único problema foi que ao longo do tempo, a mata foi se expandindo muito. Era até difícil calcular toda área, mas, uma coisa todos sabiam: a floresta era muito maior do que o próprio vilarejo e metade da área nunca foi explorada. Isso preocupava algumas pessoas, principalmente os moradores que tinham filhos pequenos. Eles temiam que as crianças se perdessem e fossem atacadas por algum animal selvagem. O que nunca aconteceu felizmente. O curioso era que as crianças tinham medo de passar pela floresta. Todas elas relatavam sentir alguém as observando no meio da escuridão da mata. Mas havia uma explicação para esse medo. Na cidade existia uma lenda de um homem que levava as crianças para morrerem de fome na floresta e os pais iriam morrer de tanto sofrimento, de tanto procurar por seus filhos!

A origem dessa lenda era desconhecida, porém, alguns diziam que ela foi criada somente para assustar visitantes e moradores, e manchar o nome da cidade. Lenda ou não, toda história tem um fundo de verdade.

Mas naquele momento o único que observava as crianças naquele momento era o delegado Christopher Mason.

Christopher era um homem alto e forte, ruivo e com olhos azuis, mas, apesar dele fazer as mulheres do vilarejo suspirarem, ele era casado e tinha uma filha de sete anos. Sua esposa Margaret era um doce de pessoa! Sua gentileza e bondade conquistava qualquer um, inclusive foi por isso que ele se apaixonou por ela. Margaret era uma mulher amável. Loira e com olhos verdes, também chamava a atenção por seu charme e beleza. A pequena Charlotte era igual a mãe. Seus cabelos eram loiros e ondulados, os olhos eram azuis iguais ao do pai. Inclusive ela havia puxado o senso de justiça de Christopher. Ela queria ser policial igual ele. Para Christopher isso seria motivo de muito orgulho. Ele gostava de imaginar a filha trabalhando com ele algum dia.

Dear Daddy EddieWhere stories live. Discover now