Cap 05: Doçura

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Uma fina chuva caía sob Dreamwood. Nuvens escuras enfeitavam o céu e cobriam o vilarejo, como um véu negro cheio de mistério.

Pelo menos era isso que Christopher pensava enquanto observava a chuva bater na janela de sua delegacia.

Apenas uma pergunta estava rondando seus pensamentos:

Quem matou Michael Kennedy?

Um tio que abusou da própria sobrinha. Tantas pessoas poderiam ter feito isso, e mesmo assim Christopher sentia que não estava nem perto de saber quem foi. Quanto mais o tempo passava, ficava ainda mais difícil descobrir a verdade. Um assassino a solta em um vilarejo tão pequeno como Dreamwood era muito perigoso. Ele poderia fazer muitas outras vítimas, fazer reféns, dependendo da situação poderia até causar um massacre.

Christopher balançou a cabeça se negando a continuar pensando nisso, mesmo que fosse uma possibilidade. Ele se desencostou da mesa e olhou para as anotações que ele havia feito do caso. Já fazia muito tempo desde a última vez que ele investigou um assassinato, ainda mais um assassinato tão complexo! O assassino não deixou pistas, o que é algo extremamente prejudicial para a investigação. Não tem testemunhas há não ser a própria Amanda e ela sempre diz não saber quem fez isso, mas Christopher estava começando a desconfiar da menina, ele estava começando a achar que ela não estava dizendo a verdade. Ela realmente foi abusada, mas o que aconteceu depois disso ainda não tinha ficado muito claro.

--Por que você não diz a verdade Amanda?--ele perguntou para si mesmo enquanto virava cada página do caso.

Ele tinha certeza de que ela estava encobrindo alguém e não parecia estar sendo ameaçada para isso, ela estava fazendo isso por vontade própria. Mas por que poupar o assassino do tio pedófilo?

Christopher pensou sobre isso e jogou os papéis sobre a mesa. Ele saiu de sua sala e foi direto procurar por Annabel. Ela estava em sua mesa e quando ele chegou ela parecia extremamente ocupada, tanto que nem notou ele em sua frente.

--Bel.--ele a chamou pelo apelido já que eram amigos e os outros colegas não estavam por perto.

Assim que ela viu ele ali, Annabel sorriu e se arrumou minimamente.

--Oi, precisa de alguma coisa?--ela perguntou mais carinhosa do que deveria, por sorte ninguém estava ali para perceber e Christopher dificilmente se importaria com isso naquele momento.

--O caso do tio da Amanda, lembra né?

--É claro.--ela respondeu de forma óbvia.

--Onde o pai dela trabalha?--Annabel olhou para cima por um breve momento para se lembrar.

--É...ele trabalha como engenheiro de obras numa outra cidade, por quê?

Christopher analisou as possibilidades sobre aquela informação.

--E a Amanda fica sozinha enquanto ele trabalha?

--Bom, de manhã ela vai pra escola e de tarde fica sozinha sob a vigilância da vizinha da casa ao lado.

--Huh! Não é atoa que o tio conseguia ver ela tão facilmente.--ele pensou por mais um tempo até chegar numa conclusão. Annabel até se inclinou um pouco na mesa para ouvir a teoria dele, e além disso para observá-lo mais de perto.

--Quem garante que só a vizinha vigia ela?

--Como assim? Outra pessoa? Mas quem?

--Bel, eu li o depoimento da menina e eu tenho quase certeza de que ela sabe muito bem quem matou o tio. Eu acho até que ela está encobrindo o assassino.

--Mas isso é muito sério.--Annabel se levantou e deu a volta pela mesa até ficar de frente para Christopher. --Você acha que pode ter alguém manipulando ela também?

Dear Daddy EddieWhere stories live. Discover now