Uma garotinha que cresceu num ambiente conturbado e violento, desde cedo começou a ter medo das pessoas, inclusive dos próprios pais. Mas certo dia, ela se viu sozinha. Seus pais nunca mais voltaram pra casa! Para sobreviver e lidar com o abandono...
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Quanto tempo se passou desde então? Um? Dois? Três? Na verdade já haviam se passado sete dias desde que a menina estava sozinha naquela casa gelada e vazia. Nem sua mãe Dayse e nem seu pai Jeffrey apareceram, eles não telefonaram, não deram nenhuma notícia e o pior de tudo, já se passaram sete dias e os dois não voltaram! Uma semana é tempo demais, eles já deveriam ter aparecido!
Darcy não sabe mais o que fazer.
Ela não aguenta mais essa espera, mas mesmo assim, a menina ainda tem esperança que eles voltem para ela. Eles precisam voltar.
Ela é apenas uma criança, ela precisa de seus pais. Quase todas as noites ela tem pedido para o Papai do céu devolver seus pais para ela. Ela fala à ele que mesmo que Jeffrey e Dayse tivessem sido assustadores e malvados em alguns momentos, ela os amava muito e aceitaria eles mesmo daquele jeito! A angústia dela para tê-los de volta era tanta, que a menina de cinco anos se viu pensando que quando seus pais voltassem, ela nunca mais iria reclamar das brigas que eles tivessem. Ela estava preferindo que tudo voltasse a ser como antes, ela desejou que as brigas voltassem, ela queria que tudo voltasse ao normal e desde que seus pais estivessem em casa eles poderiam fazer qualquer coisa, brigar, xingar, Darcy não iria mais se importar porque era muito pior ficar sem eles.
Ela passou dias inteiros procurando pelos pais na floresta e por toda área ao redor, mas nunca encontrou nenhum sinal do paradeiro deles.
Darcy chegou a voltar naquela caverna onde foi o último lugar em que esteve com seu pai Jeffrey. Apesar da escuridão e imensidão daquela caverna serem duas coisas imensas, a menina encarou seus medos para procurar pelo pai, mas não o encontrou lá dentro e nem em lugar nenhum.
Ela nem sabe como encontrava o caminho de casa depois de se perder e entrar por caminhos desconhecidos, de alguma forma, ela sempre voltava e seus pais não. Por mais cruel que isto possa parecer, era como se a pobre menina estivesse fardada a sempre retornar para sua casa e não encontrar seus pais.
Em certo dia numa tarde nublada, depois de mais um dia inteiro procurando pelos pais, Darcy se agarrou a uma árvore alta e fina como se estivesse abraçando a mesma. A menina se lembra de olhar para a imensidão verde da floresta e se sentir minúscula no meio de todas aquelas centenas de árvores altas.
A menina tinha um olhar perdido e assustado enquanto abraçava a árvore com toda força e um vento sacudia seus cabelos e suas roupas.
Mesmo com o vento forte em seus ouvidos, Darcy escutou alguém a chamando de longe, mas ela ignorou porque aquela sensação em seu peito lhe disse que não era seu pai e nem sua mãe, então ela continuou a caminhar sozinha pela floresta em busca dos dois e tentou ignorar a voz que a chamava em meio às árvores. Ela apenas seguiu em frente. Ela tem feito muito isso. Apenas ignorar o que a assombra e continuar caminhando. Ela também não sabe de onde tira tanta força e coragem.
