Capítulo 23

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Um ar nublado e mal-assombrado rodeava o local, tendo uma escuridão cobrindo por completo o ambiente.

Nenhuma luz, nenhum clarão, nenhuma fresta.

Escuridão. Apenas escuridão.

E silêncio.

O local onde eu estava – o qual eu com certeza não sei onde é – escuro e com um silêncio tenebroso, inquieto.

Olhei em volta, sentindo uma ansiedade me consumir.

Nada. Apenas vazio.

Onde caralhos eu estou?

Uma aceleração começou no meu peito, uma ansiedade grande.

A última coisa que me lembro era de Katsuyu, mas agora...? Ela teria me levado para algum lugar? Não, não faz sentido.

Tentei andar à procura de luz, mas não consegui. Tentei puxar meu pé, mas nada novamente.

Mas que merda é essa?

Olhei desesperada para meus pés, mas eu percebi que não conseguia vê-los. Uma nevoa, que não parecia nada de bom, cobria toda área abaixo de minha cintura.

Tentei de novo e de novo, sentindo um desespero em mim. Tentei convocar meu chakra, mas eu também não o sentia mais.

Desesperada e começando a sentir um aperto sufocante no peito – medo e ansiedade -, tentei gritar, mas não deu.

Imediatamente minhas mãos foram para garganta, tentando entender.

Minha voz, o que aconteceu com a minha voz?

Tentei gritar de novo, mas falhei miseravelmente.

Sentindo o aperto no peito piorar, comecei arranhar minha garganta, tentando tirar o mínimo possível de voz de lá.

Ouvi minhas unhas quebrarem, junto do som da névoa se agitando.

Tendo sangue encravado no resto de minhas unhas e lágrimas rastejando pelo meu rosto, ouvi uma voz baixa:

- Mentirosa.

Paralisei imediatamente, reconhecendo esse pequeno ruido de voz. 

Eu sempre o reconheceria.

Tentei me virar. Queria vê-lo, beijá-lo, abraçá-lo, chorar com ele, rir com ele, me desculpar. Mas, não consegui.

Algo viscoso ainda predominava nos meus pés, algo que não deixava eu me mexer. Tentei virar meu corpo minimamente, mas mesmo assim não consegui enxergá-lo.

- Mentirosa. – Escutei novamente, essa palavra fez minha vontade de vê-lo vacilar.

Tentei dizer seu nome, mas minha voz havia sido perdida e as marcas de unha no meu pescoço eram a prova disso, junto do sangue e ardido.

Olhei aos lados, tentando achar seu rosto.

- Mentirosa. – De novo.

Sua voz cada vez vinha de um lugar diferente agora. 

O procurei, mas não achei.

Tentando olhar para trás, mas escutei mais um:

- Mentirosa.

Lentamente, nem sentindo mais a dor em meu pescoço, apenas a do meu coração, olhei para frente.

Ali estava Sasuke, com sangue em mãos e lágrimas nos olhos.

O Sacrifício da CerejeiraWhere stories live. Discover now