Capítulo 48

1.3K 97 21
                                    

(PARA MELHOR ENTENDIMENTO, LEIA NOVAMENTE O CAPÍTULO 23)

Um ar nublado e calmo rodeava o local, tendo uma claridão cobrindo por completo o ambiente.

Uma luz forte, com um clarão intenso.

Luz. Apenas luz, e o sentimento de calmaria, estavam presentes no lugar.

O local onde eu estava – o qual agora eu sabia aonde é – é aparente e com um silêncio calmo.

Olhei em volta, sentindo uma calmaria interior. Pela primeira vez em tempos esse sentimento me alcançou.

Dessa vez eu conseguia andar calmamente, não havia nada me prendendo.

Olhei para o meus pés, curiosa. Dessa vez eu conseguia os ver perfeitamente, não havia nevoa nenhuma.

Andei calmamente, conseguindo olhar tranquila dessa vez, analisando cada espaço.

O sentimento em estar aqui depois de tudo é diferente de antes, é calmo, relaxante.

Não existe mais ansiedade.

- Olá? – Chamei, tocando minha garganta.

Eu posso falar.

Um barulho me chamou atenção, mas dessa vez não foi o meu desespero sufocante ou palavras de ódio, eram risadas e conversas.

Olhei em volta, vendo de onde vinham esses sons.

Paralisei imediatamente, reconhecendo essas imagens.

Memorias. São as minhas memorias.

Senti meus olhos arderem ao ver tantas memorias importantes, meu coração estava quente como nunca.

Ino e eu colhendo flores ainda pequenas, rindo e falando coisas supérfluas. Ela me abraçava, mostrando os girassóis que havia acabado de recolher.

Crianças rindo, apenas vivendo suas vidas normalmente.

Sorri com isso, sentindo meu coração apertar.

- NARUTO, SEU IDIOTA. – Escutei o grito, me fazendo levar um susto.

Me virei com tudo, vendo a tempo eu dar um soco na cabeça de Naruto.

O loiro coçava a cabeça, resmungando para mim, enquanto eu continuava dando broncas nele.

O sorriso não pôde ser evitado. Meu coração apenas se apertou mais, cheio de saudade e carinho.

Kakashi logo entrou na cena, acalmando nós dois, com aquele sorriso por trás da máscara.

Senti meu peito mais quente ainda.

Que saudades da minha família.

Me virei para o lado, dessa vez vendo Tsunade ajoelhada em frente a uma pequena Sakura.

Minha mestra passava a mão na minha cabeça, dando conselhos e me ensinando a ser mais forte.

Mesmo com machucados após treino, um sorriso inabalável se mantinha em meu rosto e um orgulhoso no rosto de minha mãe.

Sorri com a cena, lembrando o quanto ela me ajudou, o quanto eu amo todos eles.

Mais memorias apareceram.

Jantares em família, encontros com amigos, passeios em união, encontros políticos cheio de pessoas incríveis, todas minhas melhores memorias.

Então ele apareceu.

Reconheci imediatamente o momento em minha frente.

Sasuke, de costas para mim, certo em ir embora da vila. E eu, atras dele, cheia de lágrimas implorando para ele ficar.

O moreno nega com a cabeça e mais rápido do que uma criança deveria ser, o Uchiha me golpeia por trás. 

Senti a lágrima descer pelo meu rosto, com uma surpresa por ver essa mémoria. 

O mesmo me carrega gentilmente para o banco mais próximo.

Eu ando devagar para aquele momento, doendo meu coração.

Uma cena que eu não me lembrava, mas aparentemente meu inconsciente sempre soube, acontece.

O Uchiha, com pequenas gotículas nos olhos, pressiona dois dedos em minha testa.

Seus olhos se arregalam por um segundo, logo depois olha para os dois dedos que me tocaram. O mesmo nega com a cabeça e, com uma última olhada para trás, o mesmo caminha para fora da vila.

Meu coração dói com a cena.

Eu o amo tanto, estou com tanta saudades.

Eu preciso dele, eu preciso das pessoas que eu amo.

- Eu sei. – Uma voz, que eu sei exatamente de onde vem, soa por todo o ambiente.

Olhei para trás, me vendo.

- Eu te falei, Haruno, você é forte. - Um segundo de silêncio, antes de concluir. - Você também é a heroína.

Eu assenti para mim mesma.

Quem diria que meu maior apoio seria eu mesma? Que em um momento que tinha perdido minhas esperanças e vontade de viver, uma parte de mim sempre estaria lutando e me forçando a ser forte.

Tempos difíceis pedem medidas desesperadas. Mas tempos difíceis também requer muita compreensão e força própria, e quando menos imaginamos, nós temos aquele lado que sempre estará em pé, lutando sem parar.

E eu posso dizer, eu não desisti, eu lutei sem parar por todos que eu amo.

- E continuará lutando. – Sua voz saiu mais clara do que a última vez. – Viverá uma vida boa, montará sua família, montará sua vida com quem ama.

Só consegui pensar nele, pensar o quanto estou ansiosa por isso.

- Você conseguiu, agora poderá seguir sozinha. – Meu cenho se franziu sem entender. Não precisei perguntar, alias não é necessário. – Eu só sou sua vontade desesperadora de lutar, seu inconsciente que tinha medo de se manifestar, Sakura. – Ela se aproximou de mim em passos curtos. – Agora, depois de tudo, você não precisa mais ter medo. – Ela segurou a minha mão, com um sorriso. – Eu sou parte de você, eu sou você, então sempre estarei aqui, mas agora não mais escondida. – Ela tocou meu rosto com um carinho, amor-próprio. – Porque não existe motivos para você se esconder, esconder o que pensa. - Um sorriso com lágrimas se fomrou no meu rosto. Felicidade e compreensão própria. - Está na hora de nos encontrarmos com quem amamos.

Eu olhei para o lado e visões das pessoas que mais amo me visitando apareceu.

E ele sentado a minha espera há dias.

- Sim, está.

Um sorriso se formou no rosto de Inner e em segundo a claridão em minha mente só se intensificou, há um ponto de se tornar cegante.

- Amor? – Sua voz desesperada foi a primeira coisa que me acordou. 


-----

E ai, pessoal, gostaram do capítulo de hoje? Espero que sim, também espero que tenha sido possível compreender a dimensão e a intensidade dessa cena! Mas me falem o que acharam!!

E, ansiosos? Já está acabando essa fic que eu tanto amo! Logo logo estamos no último capítulo kakkaka. 

Enfim, bjs, até o próximo capítulo. 

S2

O Sacrifício da CerejeiraWhere stories live. Discover now