Capítulo 49

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SAKURA NARRANDO

Minha primeira visão foi um Sasuke desgrenhado e com olheiras imensas no rosto, tão magro e cansado que facilmente seria confundido com um morto-vivo.

Ele estava em pé, praticamente debruçado em cima de mim, mas com cuidado para não tocar realmente em mim. Suas pupilas estavam dilatadas e balançavam rapidamente ao me analisar.

A única reação que eu poderia ter foi sorrir para ele, um sorriso fraco e cansado, mas cheio de gratidão e amor.

Levei minha mão para seu rosto, querendo sentir sua pele, querendo ver se isso é realmente real.

Sua pele quente preencheu algo em mim, trouxe um carinho e um quentor para o meu peito.

- Oi. – Minha voz saiu seca e arranhando minha garganta.

Seus olhos arregalaram ao perceber isso.

- Água. Você precisa de água. – Sasuke correu para uma mesinha perto da porta, que tinha um jarro com água e copos. – Aqui, primavera. – Sasuke rapidamente me ajudou a sentar e guiou o copo para minha boca.

Bebi o copo inteiro em segundos, aproveitando cada gota de água.

Senti como se minha garganta estivesse florescendo.

- Você quer mais? – Seus olhos estavam preocupados, me analisando a cada segundo. Neguei devagar com a cabeça, ainda fraca. – Precisamos chamar Tsunade. Você está se sentindo bem? Algum lugar está doendo?

Neguei com a cabeça e isso surpreendentemente é verdade.

Não estou com dor, o que não deveria estar acontecendo.

Meu corpo literalmente foi destruído e reconstruído centenas de vezes, lembro de ter bebido do sangue de Karin e conseguido me curar com o byakugou, mas isso seria suficiente para eu não sentir dor?

Sasuke ficou mais alguns segundos me encarando e foi como se eu pudesse ler sua mente, a emoção de me ver viva.

Ele piscou algumas vezes, se lembrando de Tsunade. Ele rapidamente clicou o botão acoplado na minha cama de hospital.

Em alguns segundos, Tsunade apareceu.

Ela não pareceu perceber que eu havia acordado, pois a sua primeira fala foi:

- Sasuke, o que te falei sobre me chamar para qualquer coisa? Já te disse que é normal a respiração dela estar devagar ou a quantidade de remédios aplicados junto do so... – Sua caderneta caiu com tudo no chão e seus olhos se arregalaram.

Tsunade correu para cama assim que me viu sentada.

- Sakura? – Esganiçou, empurrando Sasuke para o lado.

Não que tenha adiantado muito, pois o homem ficou parado que nem uma pedra, se recusando sair de perto de mim.

- Ó céus, menina. – Ela me olhava com emoção nos olhos, com algumas gotículas os cobrindo. – EU VOU TE MATAR, SAKURA. – Ela gritou do nada, fazendo eu levar um susto e Sasuke ultrapassar Tsunade com tudo, tomando seu lugar e iniciando uma pose de escudo.

Ela olhou irritada para o Uchiha e parecia disposta a lutar com ele, quando minha voz – agora um pouco melhor – soou, distraindo os dois.

- Olá, Tsunade-sama.

Ela mordeu sua boca, tentado controlar o choramingo, porém isso não resolveu muito.

Sem ligar – novamente – para Sasuke, Tsunade o ultrapassou – novamente – com tudo, me dando um abraço quente e acolhedor.

O Sacrifício da CerejeiraWhere stories live. Discover now