Capítulo 34

2K 155 61
                                    

SASUKE NARRANDO

Ela estava deitada, claramente exausta.

Eu também estava, mas o medo de dormir e ter pesadelos me consumia, o medo de que alguém invada aqui e a tire de mim.

Então, fiz a única coisa que me sobrou, a observei.

Sakura, após ficar por horas cansativas, lendo seu pergaminho secreto, caiu na cama e praticamente desmaiou.

Bolsas se formavam embaixo de seus olhos e eu também havia percebido que Sakura estava mais pálida, até seu cabelo parecia menos brilhante.

Ela está muito cansada e isso está me matando.

Eu queria poder acabar com essa guerra, acabar com seu sofrimento, mas não sou bobo de achar que é tão fácil assim. Se eu pelo menos tivesse todo poder que preciso.

Olhei a beleza surreal dessa mulher, pensando como protegê-la, como fazer para que ela esteja salva nesse mundo ninja.

Eu só quero que ela fique bem.

Passei minha mão pela sua pele macia, desejando proteger essa mulher, desejando tê-la como minha, desejando casar com ela, desejando ter uma família, desejando viver.

Pela primeira vez, em anos que me enxaguei no ódio Uchiha e com os olhos cheios de vingança, realmente pensei na minha vida. O tanto que eu odiava viver, o quanto eu queria ter morrido junto com meus pais, mas agora é diferente.

Sakura me faz querer viver.

Tenho que protegê-la, mesmo que isso signifique dar tudo de mim, mesmo que me destrua. Eu preciso que ela esteja segura.

Olhei de relance o pergaminho que estava na mesinha de cabeceira. O pergaminho que evitei o dia inteiro, o qual tive medo de olhar as verdades que Itachi escondeu de mim.

Se for por ela, enfrentarei até os piores traumas que Itachi pode ter deixado para mim.

Devagar, com medo de acordá-la, levantei da nossa cama.

Em passos leves, cheguei até o pergaminho e o peguei.

Eu preciso ter certeza de que a protegerei dessa vez.

Na mesma mesa que estava o pergaminho, fiz um jutsu rápido de invocação, chamando uma das minhas cobras.

Pequena o suficiente para não acordar Sakura e grande o suficiente para lutar com qualquer inimigo que tente a matar.

Ela estará segura, eu garantirei isso.

Um olhar para cobra, nomeada Kirin, e outro para Sakura, ela entendeu o recado.

Meu relacionamento com meus animais de invocação, diferente dos humanos, é muito bom. De uma forma inesperada, consigo me comunicar direito com eles.

Talvez por eles serem tão estranhos quanto eu.

Com um último olhar para Sakura, com certeza de que ela estaria bem, sai do quarto.

Me guiei para sala mais próxima, o suficiente para que eu escutasse se algo acontecesse no nosso quarto, se algo acontecesse com ela.

A sala era escura, com apenas alguns pontos de iluminação, criadas por uma química feita por Kabuto. Elas se acendiam que nem uma vela, mas de uma forma que nunca acabava sua luz.

Por mais asqueroso que esse homem seja, ainda sim ele era inteligente.

Me sentei em uma cadeira de couro, colocando o pergaminho na mesa.

O Sacrifício da CerejeiraWhere stories live. Discover now