Não vai embora

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Puta que pariu.

Já era pra eu ter descido pro café da manhã a meia hora e eu estava trocando de roupa ainda.

Taylor ia me matar.

Pior ainda, Rebecca ia me matar.

Merda! Merda! Merda!

-Oi, já estou saindo.

Atendi o telefone rapidamente quando Ike ligou.

-Zac, você tem quinze minutos pra descer, comer pra gente poder sair pro aeroporto. Que porra ficou fazendo a noite toda que se atrasou desse jeito? Aposto que jogando videogame.

Sorri ao lembrar que o jogo que eu estava jogando a noite toda foi um bem mais interessante do que aqueles que envolvem tela.

-Eu já estou indo, e provavelmente já estaria aí se você parasse me me ligar.

Desliguei, pegando minha mochila e celular e olhando uma última vez pra cama antes de sair. Eu quase conseguia visualizar Spencer nua embaixo de mim.

Gostosa do caramba.

-Sem sermão, ok. Tô errado, sei disso e não vai se repetir.

O atraso pelo menos, a noite deliciosa eu queria de novo, de novo e de novo...

-Assim espero.

Tay disse tentando controlar o mau humor. Depois de engolir alguns pães de queijo, eu saí da mesa e ainda atendi algumas fãs. Procurei Spencer, mas não a encontrei em lugar nenhum.

Ela ainda iria pra São Paulo, então eu poderia ficar sossegado. O voo foi tranquilo e apesar de estar cansado, eu não consegui dormir. Chegamos por volta de 14h no hotel e depois do almoço, fomos passar o som. O meet foi legal, não melhor porque ela não estava lá dessa vez.

Sorri ao lembrar da noite anterior, do nosso sexo no banheiro e no quanto eu queria Spencer outra vez.

Quando a hora de subir ao palco chegou, eu sentia uma mistura de sentimentos que fazia meu estômago revirar. Mas que passou imediatamente quando a vi na grade.

E lá estava aquela camiseta de novo.

A do autógrafo.

Sorri ao lembrar, parece que ela tinha apagado meu autógrafo quando lavou, então eu teria que me dar ao trabalho de autografar outra vez.

Fiz questão de quebrar tudo na bateria, enquanto a encarava vez ou outra. Eu precisava mostrar que a queria de novo, e esperava mesmo que fosse recíproco. Quando o show, que foi incrivelmente perfeito acabou, pedi ao segurança que a trouxesse até mim. Com todo cuidado, claro.

E assim foi feito.

-Oi!

Falei timidamente de repente quando ela adentrou a sala.

-Oi, Zac! O Marcelo me pediu pra vir, disse que você queria conversar comigo.

-Sim! Eu queria te ver, mas não exatamente pra falarmos.

Ela sorriu, um sorriso carregado de malícia e então se aproximou um pouco mais.

-Que bom. Eu também não estou afim de papo.

Quando sua frase acabou, seus dedos já entrelaçavam meus cabelos, a mão apoiada na nuca e seus lábios famintos estavam nos meus. Segurei sua cintura a trazendo pra mim, o mais perto que pude. Acho que eu queria mesmo era desafiar a lei da física, que diz que dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço. É claro que depois daquele beijo incrível eu desisti de sair pra jantar, afinal, Spencer iria embora amanhã, eu precisava aproveitar o tempo que restava.

ON FIREWhere stories live. Discover now