Semana Infernal

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Zac havia acabado de arrancar meu coração.

Sem dó e nem piedade.

E o que mais doía, era que ele havia escolhido o caminho mais fácil. Ele não me encarou pra dizer a verdade. Ele nem ao menos se importou o suficiente pra me ligar. Terminou comigo com uma simples mensagem mesmo depois de ter insistido tanto e me pedido diversas vezes que tivesse fé em nós.

Fé em nós?

Senti vontade de rir embora estivesse chorando desde o momento em que li sua mensagem pela primeira vez. Abracei meu travesseiro, apoiando uma das mãos na minha barriga. Eu só queria que aquela dor insuportável passasse. Eu só queria esquecer a sua existência e nunca mais vê-lo na minha frente.

Mas eu sabia que isso era impossível.

- O papai deixou a mamãe, Madeline! E embora ele tenha dito que seria presente pra você, eu duvido muito que a sua atual esposa aceite isso. Mas não se preocupe, a mamãe vai cuidar de você. Eu te prometo!

Naquela noite eu não dormi. Eu apenas chorei, sozinha. Desliguei o celular, e se alguém se atrevesse a tocar minha campainha seria ignorado com sucesso. E quando o dia amanheceu, eu apenas bloqueei seu número. Eu não queria contato algum com ele, pelo menos por enquanto. Porque eu sabia que em algum momento teria que vê-lo e pior que isso, teríamos que conviver de alguma maneira. Então, até que a dor diminuísse e a ferida cicatrizasse ele permaneceria bloqueado.

Afinal, tínhamos um vínculo que crescia dentro de mim, e o bloqueio não poderia ser eterno.

O dia de trabalho foi tão difícil, eu não conseguia esquecer suas palavras e todas as vezes meus olhos enchiam. O que me deixava irritada e nervosa demais.

- Tá tudo bem, Spencer? Tô te achando tão estranha hoje.

Débora se aproximou enquanto eu pegava algumas medicações.

- Sim! Só estou cansada, Deby, mas obrigada por perguntar.

Tentei sorrir, eu não queria conversar com ninguém, eu só queria poder deitar e dormir até que essa dor que eu sentia no meu coração passasse.
Quando cheguei em casa naquela noite, foi tão doloroso. Minha cabeça doía e parecia que em cada canto da minha casa Zac tinha deixado sua marca. Tomei um banho e deitei, eu não sentia fome e nem queria falar com ninguém. Notei que havia mensagens da Aria e da Hillary. Mas não tive força o suficiente pra responder.

Eu só queria dormir.

E foi o que eu fiz.

Mas quando acordei não muito tempo depois, minha cabeça parecia que ia explodir, minha visão estava embaçada e minha barriga doía.

Me desesperei e quando ia pegar o celular pra ligar ele tocou na minha mão.

Era Hillary.

- Me ajuda, Hillary. Por favor.

- O que foi que aconteceu?

- Estou passando mal. Preciso de ajuda.

Já senti meus olhos enchendo e minha visão ficando turva.

Meu Deus, eu não posso perder minha filha.

- Amiga, estou chegando. Tenta se acalmar.

Ouvi barulho de carro acelerando e ela dizendo que ia ligar pra Aria. Menos de dez minutos depois as duas entravam no meu quarto me chamando com cuidado.

- Minha cabeça e barriga doem.

- Vamos te levar pro hospital, querida. Se acalme.

A voz de Aria soou calma e tranquila.

ON FIREWhere stories live. Discover now