ON FIRE

Pai do seu filho

- O que você tá fazendo aqui embaixo e no escuro?

Momento de silêncio constrangedor e então ele acendeu a luz. Estreitei os olhos por conta da claridade e ele fez o mesmo. Me fazendo babar naquele corpo delicioso que eu sabia bem o quanto estava quentinho.

- Eu vim pegar água pra poder tomar meu remédio.

Mordi o lábio inferior esperando a bronca e lutando pra não encarar o corpo dele descaradamente.

- E não passou pela sua cabeça me chamar ao invés de se colocar em risco?

Ele passou por mim e foi andando até a cozinha, agradeci mentalmente por poder olhar a bunda redondinha e empinada só de boxer do Mario.

Acho que era o Yoshi na parte de trás.

Zac abriu a geladeira e quando se virou pra mim entregando a garrafa em minhas mãos ele se aproximou, me fazendo olhar pra cima pra ver seu rosto perfeito levemente inchado.

- Eu não quis te acordar.

Falei sem graça.

Era a verdade, porém, nesse momento seria mais fácil lidar com o fato de ter acordado ele do que estar aqui de frente pra ele só de cueca lindo daquele jeito.

- E pra que eu estou aqui senão pra cuidar de vocês duas?

- Você está certo! Me desculpa. Mas em minha defesa não aconteceu nada.

Ele respirou fundo passando a mão entre os fios claros.

Derretida.

Totalmente derretida no chão da cozinha.

- Por pouco não aconteceu nada você quis dizer.

Antes que eu respondesse qualquer coisa ele me ergueu em seus braços e como eu já sabia, seu corpo estava tão quente que me esquentou imediatamente. Entrelacei seu pescoço meio envergonhada, e enquanto ele subia as escadas aproveitei pra segurar mais forte usando o medo de cair como desculpa.

- Não vou te deixar cair, Spenc!

Ele afirmou notando meu aperto firme, ele só não sabia que eu já tinha essa certeza e que estava apenas me aproveitando da situação.

- Eu sei!

Ele finalmente parou dentro do meu quarto, olhando em meus olhos quando olhei pra ele também.

Por um momento parecia que no mundo só existia eu e ele.

Nossos lábios estavam tão perto, eu podia sentir seu hálito soprando a minha pele... E me derretendo um pouco mais.

E tudo que eu queria agora era um beijo.

Mas com certeza não era o que ele queria. Pois devagar ele se desconectou do meu olhar e me colocou no chão, pra em seguida andar até a mesinha de cabeceira e pegar minha cartela de comprimidos.

- Toma. Já atrasou demais.

Peguei e agradeci antes de colocar o comprimido na boca.

- Cueca do Mario, hein?!

Provoquei, ele sorriu sem jeito olhando pro próprio corpo. As mãos passeando preguiçosamente sobre o peito.

Senhor...

- Presente das fãs... Brasileiras.

Essa informação com certeza me fez rir.

- Veio junto com meu bolo de aniversário no Brasil.

Aquela data não me trazia uma lembrança muito boa.

Ele percebeu porque parou de sorrir também.

- Elas com certeza sonham em te ver usando isso. Pra saber se serviu certinho.