ON FIRE

Noite das meninas

- Você vai mesmo ficar com esse celular na mão até o filme acabar? Porque eu juro que vou jogar ele pela janela.

Aria falou com uma falsa carranca enquanto girava o corpo pra me olhar.

- Zac disse que ia ligar, não quero correr o risco de perder a ligação.

Ela rolou os olhos e depois riu.

- Eu sabia que você estava apaixonada, mas não achei que fosse tanto.

Foi minha vez de rolar os olhos pra depois encarar o teto. Apoiei o celular nos seios, ansiando pela ligação que não acontecia nunca. Era sábado, eu sabia que ele estava com os filhos e que talvez não conseguisse ligar tão cedo, mas ainda assim não conseguia conter a ansiedade.

Ele ligava diariamente, mas na sexta não conseguiu porque as crianças estavam super agitadas. Então mais de uma dia sem ouvir sua voz era demais pra mim.

Eu sei, era ridículo.

Mas a vantagem era que ele não sabia disso.

- Aria, o que eu vou fazer se isso não der certo? Se ele não quiser continuar comigo mesmo eu sendo obrigada a conviver com ele?

Eu não sabia se eram os hormônios ou apenas o amor que eu sentia que me deixavam daquele jeito.

- Não sofra por algo que nem sequer aconteceu, Spencer. Ele quer estar com você, eu já sabia disso desde antes de você descobrir a gravidez. Acho até que vocês demoraram pra ficar juntos depois de voltarem a se falar. Não fique pensando nisso, se ele não quisesse teria dito. Mas o que eu vejo é um cara apaixonado, e não só pelo filho que você carrega aí, e sim por você.

Suspirei, torcendo pra ela estar certa.

- Vou ao banheiro e vou aproveitar e pegar uma cerveja. Você quer um suco?

- Não! Quero o Zac.

Falei mais pra provocar, mas obviamente não queria dizer que não fosse verdade.

- Se você não estivesse grávida eu daria um chute na sua bunda.

Gargalhei me aproveitando pra olhar o celular mais uma vez. E como se estivesse pressentindo minha ansiedade ele mandou uma mensagem.

Posso te ligar?

Z

28/01/23 -- 18:45

Sim!

Sam

28/01/23 -- 18:48

Aguardei uns minutos pra responder pra não parecer tão desesperada. Não que eu não estivesse, mas ele não precisava saber disso também.

- Oi, Zac!

- Oi, Spenc! Como você está?

Me ajeitei no sofá tentando ficar mais confortável.

- Estou bem e você? Como estão as coisas por aí?

- Estou bem, mas sentindo a sua falta.