Tulsa

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- Vamos, Zac. O Uber já chegou, a gente não tem mais nada pra fazer aqui.

Levantei me desvencilhando do seu abraço e então ele me seguiu. As malas já estavam lá fora e eu só queria sair dali o mais rápido possível mesmo sentido meu pé doer. E eu que estava com tanto medo dessa mudança, agora estava com mais medo ainda de ficar.

- Spenc...

- Tranque a porta, por favor.

Segui até o carro mancando mesmo e vi quando Zac enfiou o maldito envelope na sua mochila e trancou a porta antes de pegar as malas e colocar no carro.

- Meu amor...

Disse ele ao sentar ao meu lado.

- Só me tira daqui.

Pedi tentando controlar minha respiração e o sambar do meu coração dentro do peito. Ele apenas deu um meio sorriso e me beijou na testa. O caminho até o aeroporto foi feito em silêncio por mim, Zac vez ou outra trocava algumas palavras com o motorista e quando finalmente chegamos e entramos no avião eu respirei profundamente recostando a cabeça no assento e fechando os olhos.

- Tá sentindo alguma coisa, Spenc?

- Não! Eu só preciso ir pra longe daqui o quanto antes.

- Vai ficar tudo bem, meu amor.

Ele me deu um selinho e colocou meu cinto antes de se ajeitar no seu assento e colocar o seu.

- Você precisa comer alguma coisa. Deixamos pra tomar o café da manhã aqui e você nem quis passar na cafeteria.

Ele segurou minha mão entre as suas e me olhou de um jeito tão carinhoso que me senti derretendo embora estivesse a beira de um ataque de nervos.

- Me desculpa. Você deve estar com fome.

- Não estou preocupado comigo e sim com você e nossa menina.

Ele afagou a barriga com carinho por cima do vestido longo listrado.

- Ela só quer ir embora, Zac. Está tudo bem. Se sentir fome eu como alguma coisa aqui.

Ele assentiu e então me deu um selinho rápido. Adormeci pouco depois da decolagem com seus dedos entrelaçados aos meus e acabei não comendo nada porque só acordei na hora do desembarque. Quando chegamos a casa dele já era quase meio-dia, o trânsito e a distância do aeroporto fizeram o percurso ser mais demorado do que da minha casa até Tulsa.

- A gente devia ter parado pra almoçar no centro. Eu não sei se tenho alguma coisa aceitável pra você comer agora.

- Está tudo bem, estou sem fome.

Respondi ao descer do carro, ele me olhou com os olhos estreitados me fazendo rir sem mostrar os dentes. Eu já sabia o que viria a seguir.

- Você sabe que precisa se alimentar direito, Spenc! Não faça isso. Sei que você tem todos os motivos pra estar nervosa, mas agora as coisas serão diferentes. - ele deu a volta no carro e me abraçou apertado. - Vou cuidar de vocês. Está tudo bem, você está segura comigo.

Deitei a cabeça em seu peito me aproveitando pra sentir seu cheiro e ouvir os batimentos cardíacos do homem que amo.

- Eu te amo!

- Eu também te amo, Spenc! Mais do que você imagina. - carinho no cabelo e nas costas e então ele se afastou um pouco me fazendo olhar pra ele. - Agora vamos entrar.

Um sorriso lindo e largo enfeitou seus lábios e ele me segurou em seus braços.

- Seja bem-vinda!

Zac abriu a porta e entrou comigo no colo, parecia mais uma lua de mel. Sorri ao perceber que ele sorria sem parar enquanto me encarava.

ON FIREWhere stories live. Discover now