fourteen

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- Estamos em Itoman, na província de okinawa. Achei que gostaria de morar de frente para o mar. - Suna Rintarou anunciou assim que descemos do carro. Seus amigos entraram na casa e ele saiu caminhando em direção ao mar. O que eu faço agora?

Estou paralisada. Sim, é claro que o "fugir" significava morar com ele. Só que não caiu a ficha ainda. Estamos agora caminhando para perto do mar, com o vento frio batendo em nosso rosto e só consigo pensar no que ele disse ontem a noite.

"Porque eu posso amar você mais do que isso."

O que isso deve significar? Que ele me ama? Não entendo. Tudo aconteceu tão rápido que nem tive tempo de digerir a frase. E se ele me amar, o que faço? Eu sequer tive tempo para pensar se amo alguém. Mas que merda é o amor? Parando para pensar, acho que nunca recebi.

- Obrigada. - falei alto pois estava caminhando atrás dele e tive medo do barulho das ondas abafarem minha voz. Por hora, deixarei esse assunto de amor de lado. Não posso conversar sobre algo que ainda não entendo. - Isso é incrível. Muito. - sorri quando ele se virou, nunca me senti tão feliz quanto agora. Parece um sonho, daqueles tipos que ninguém te acorda no meio.

Ele sorriu levemente e segurou minha mão muito rápido, agora seu toque parece familiar até demais. Não é estranho. Fomos caminhando assim de mãos dadas até a casa. Me senti adorável.

- Você não sabe há quanto tempo penso sobre isso. - Suna desacelerou os passos em frente a porta. Quando levantei minha cabeça ele já estava me olhando, com os olhos levemente avermelhados. Não deve ter dormido no caminho. - Desculpa não ter mandado nenhuma mensagem além daquele "insano". - sorriu fazendo sinal de aspas com os dedos. De fato fiquei curiosa por dias. E brava. - Devia ter tentado te avisar de alguma forma.

- Achei que você tivesse me esquecido. - falei sem pensar, depois de analisar é que notei que falei besteira. Por que isso seria minha maior preocupação?

- Não, tenho uma imagem clara de você na minha cabeça. Fiquei pensando em tudo o que eu disse naquele almoço por dias. Queria que soubesse que não menti em parte alguma. - falou desviando o olhar do meu, como se estivesse nervoso. Mas Suna Rintarou nunca fica nervoso. E agora, estou me sentindo da mesma forma. - Bom, vamos entrar e ver a nossa nova casa que comprei já faz uns dois anos. - abriu a porta e eu não tive tempo de questionar o porquê de ter comprado há tanto tempo. O brilho da casa me hipnotizou.

Era linda. Uma escada enorme fica no meio da sala levando até o andar de cima. Tem quadros muito bonitos espalhados pelas paredes. As cores são claras e me lembra muito o verão. Faz sentido já que estamos perto do mar, se tudo fosse preto seria um pouco estranho. Mais uma vez ele segurou minha mão e me levou até o segundo andar. Abriu umas duas portas onde uma dava entrada para uma sala de jogos, e outra para um pequeno cinema. É muito chique. Como planejou tudo isso?

- E esse é seu quarto. - abriu a terceira porta e, minha nossa, é extremamente cativante.  As paredes são da mesma cor do meu quarto antigo. Há prateleiras com livros e muitas decorações semelhantes ao meu outro quarto. Era a única coisa que eu gostava naquela casa, pois foi a única coisa que tive poder de escolha. Ele notou isso? Porra, se sim, ele é um puta observador. - Eu não sabia se você gostava do seu quarto, só deduzi que sim pois tudo parecia muito com você. Os livros, os quadros surrealistas e as fotos de alguns cantores em cima da escrivaninha... - meus olhos se encheram de lágrimas, mas não deixei cair nenhuma. Não queria que ele me visse chorando, mas é óbvio que ele notou que eu segurei o choro. Isso é incrível até demais. Quem faria isso? Se importaria tanto ao ponto de prestar tanta atenção assim? Só Suna Rintarou mesmo. Ou qualquer outra pessoa que tenha consciência. Só estou acostumada demais com a minha família de merda que acabo esquecendo que existem pessoas incríveis por aí.

𝐌𝐎𝐑𝐄 𝐓𝐇𝐀𝐍 𝐓𝐇𝐈𝐒, suna rintarouWhere stories live. Discover now