Chanyeol empurrou a porta com o pé, deixou cair a maleta no chão e correu para o segundo andar da casa.
— Príncipe, está em casa?
Os quadros na parede da escada se mexeram com a vibração que suas pisadas deixavam em cada degrau e uma vez que estava onde queria, quer dizer, na porta do quarto, sorriu, a abrindo em silêncio.
Baekhyun estava deitado sobre o tapete no meio do quarto, seus pés estavam sobre a cama e seu olhar se moveu de seu celular para Chanyeol, que se encostou na moldura da porta quando ele se virou no chão sorrindo.
— Como foi no trabalho? — Baekhyun assentiu.
— Bem. E você?
— Amber te mandou um abraço — Chanyeol sorriu. — Hoje é sexta, príncipe, sabe o que significa?
— Que amanhã tenho que lavar roupa? — Chanyeol franziu o cenho, depois negou. — Tenho alguma coisa para fazer com o Luhan? — Chanyeol sentou junto a ele, negando. — Ah...
— Sim... Ah.
— Acabei de lembrar que vai estrear esse filme, obrigado por me lembrar, Chanyeol.
— O quê?
Baekhyun se levantou do chão, acomodou sua roupa e saiu do quarto. Tem um grande sorriso no rosto quando desliza os dedos pela fita de cor verde na parede e estava a ponto de soltar uma gargalhada quando escutou Chanyeol xingar e se levantar.
Não poderia esquecer que aquele dia mesmo que batesse a cabeça. Chanyeol é liberado do seu trabalho aos sábados, e mesmo que em todas as sextas ele chegue com a mesma energia fazendo planos e o deixando sem oxigênio com seus mimos, Baekhyun sabe que agora é um pouco diferente.
Há alguns dias, Tao contou a eles sobre o grande festival de esculturas de gelo que é realizado no centro da cidade todo ano e onde além disso, Yifan vai participar. Disse a eles que seria divertido e que, se estivessem bem agasalhados, poderiam inclusive tentar participar dos eventos sem congelar. E com sua visão recém adquirida, Baekhyun está mais do que emocionado em assistir.
Já tinha perdido um ano devido à morte de seu pai e sua lenta adaptação ao mundo. Deixar passar outro ano seria como uma espécie de insulto, além disso, ele tem que honrar Luhan e dar um chute em seu traseiro em uma das competições.
Fechou os olhos quando alcançou o primeiro andar, apagou a luz e se concentrou nos passos de Chanyeol descendo a escada. Seu esposo tinha se tornado sorrateiro depois que conseguiu enxergar, já que agora é um pouco mais difícil de surpreendê-lo, mas Baekhyun ainda consegue ouvi-lo, igual ao vento gelado entrando na casa através da porta.
O barulho do seu coração batendo contra suas costas é algo ao qual já se acostumou, e que Chanyeol sempre está igualmente ansioso por criar alguma espécie de contato entre eles, e ele está rendido.
— Príncipe, o filme é mais importante?
— Sim, esperei a semana inteira para assistir — mentiu. — Não vou sair do sofá a tarde toda.
— Baekhyun — Chanyeol envolveu os braços ao seu redor, se curvando para descansar a cabeça em seu ombro direito. — Assim você me ofende. — Beijou sua bochecha, exercendo pressão no seu aperto ao se aproximar mais.
Os nervos de Baekhyun sofrem espasmos e o seu coração subiu na garganta quando a respiração de Chanyeol chegou a sua orelha, deixando-o sem fôlego ao dizer:
— Você não vai assistir nenhum filme, Baekhyun.
Seus joelhos tremeram e teve que se sustentar nos braços de Chanyeol para não cair no chão. Sua respiração era um desastre agora, e ele tinha certeza de que Chanyeol sabia. Ele gostava dessas coisas, transformá-lo em um monte de nervos e sentimentos. Ele gostava de apertá-lo entre seus braços e observar suas reações, ouvir o ritmo errático de seu coração junto dos suspiros lentos que ele nunca consegue conter.
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O Outro [TRADUÇÃO PT-BR]
FanfictionComo enxergar a realidade quando não se tem olhos? Com uma mala cheia de roupas, o coração cheio de sonhos e o caminhão da mudança dobrando a esquina, Baekhyun acredita que nada pode dar errado. Mesmo que por outro lado, Chanyeol não tenha levado co...