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*Yuzuki On*

Os dias seguintes foram surpreendentes...bons. O clima não estava tão tenso como antes e mesmo que não tenhamos chegado a fazer nada mais do que compartilhar alguns beijos não muito intensos parecíamos mais próximos. Apesar de que os outros beijos depois daquele primeiro não tenham sido tão espontâneos e, na verdade um pouco desconfortáveis. Aos poucos eu sentia que não precisaria me esforçar tanto para manter aquela personalidade falsa, obviamente ainda tomava cuidado com o que e como dizia algo a Tobirama, mas ele realmente era mais tranquilo do que parecia. Mito tinha razão. Eu estava deitada de barriga para cima, encarando o teto enquanto esperava o Senju se arrumar para irmos ter nosso último jantar na vila. No fundo eu não queria voltar para Konoha, sabia que Madara não perderia tempo, e Tobirama voltaria a ter uma agenda cheia, o que significa que eu passaria a maior parte do meu tempo fugindo do meu irmão maluco. Tobirama falou que eu não deveria dar ouvidos ao que Madara falava e se ele insistisse eu deveria o enfrentar para que ele parasse de encher minha cabeça com suas ideias malucas. Mas para ele era fácil falar, afinal ele era Tobirama, mas eu não teria um pingo de chance contra Madara se me atrevesse a o deixar mais irritado que o normal.

— Vamos? — Ergui a cabeça e me sentei, ajeitando meus cabelos antes de me levantar e o seguir para fora do quarto, vi ele me olhar de lado como sempre fazia. — Estava fazendo aquilo de novo. — Ele disse calmamente e eu virei a cabeça em sua direção.

— O quê?

— Suspirando enquanto imaginava coisas. — Ele falou ainda sem me olhar e eu voltei a olhar para frente.

— O tempo passou rápido...está feliz que já vamos voltar amanhã?

— Você não? Aqui é bem agradável, mas Konoha é muito melhor. — Sorri fraco e acenei com a cabeça.

— Você está querendo voltar para o trabalho não é? Deve estar entediado. — Ele não pareceu notar o tom irônico na minha voz e se o fez pareceu ignorar.

— Eu não vou voltar a trabalhar assim que voltarmos, não completamente...ainda temos que resolver a questão da casa.

— Que casa!? — Ele me olhou como se eu fosse burra.

— A nossa casa, achou que iriamos morar junto com seu irmão? — Virei a cara para que pudesse revirar os olhos sem que ele visse.

— Mas você já tem uma casa, por quê precisaria de outra?

— Minha casa não é tão grande, eu já vi algumas antes do casamento, mas como o tempo era curto achei melhor deixar para decidir isso depois que voltássemos. — Virei a cabeça para o olhar novamente e desviei o olhar assim que meus olhos encontraram os seus.

— Somos só nos dois então acho que não precisamos de tanto espaço assim, eu não me importo de ficar lá...se você também não se importar. — Ele encolheu os ombros.

— Por mim tudo bem, vai ser um trabalho a menos para nós dois. — Acenei fraco e então voltamos a ficar em silêncio, não conversávamos muito, mas o clima estranho que costumava nos rondar antes já não era tão estranho assim, estávamos nos acostumando com a presença um do outro.

Decidimos dar uma última volta pela cidade já que amanhã voltaríamos para Konoha logo depois do café e não teríamos tempo para fazer isso. Aquela era uma vila de entretenimento, o que significava que as pessoas pareciam estar acordadas o dia e noite inteiros, nesse horário Konoha já estaria com as ruas praticamente desertas, mas ali as pessoas andavam para lá e para cá aos montes. Os comércios que funcionavam durante o dia costumavam fechar algumas horas depois do almoço e davam lugar aos bares, restaurantes, casas de jogos e entre outras coisas que os viajantes usavam para se divertir e passar o tempo. Mas essa noite parecia especialmente mais agitada que as anteriores, o que me deixou curiosa, era algum festival de inverno ou algo assim? Vi algumas pessoas estenderem toalhas no gramado recém descongelado e embaixo das cerejeiras que não estavam mais cobertas pela neve e começavam a florescer.

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