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*Yuzuki On*

Eu evitei voltar para casa tão cedo, Hashirama talvez ainda estivesse lá e por agora eu queria o evitar. Então fiquei com Kagami até depois do jantar e depois ele me acompanhou até em casa, me relembrando mais de dez vezes que eu deveria pedir desculpas ao Hokage. Obviamente pediria desculpas, mas não seria hoje. Assim que entrei estiquei o pescoço, procurando por algum sinal de vida, mas não tinha ninguém, pelo menos lá em baixo...mas assim que subi dei de cara com Tobirama saindo do banheiro, uma toalha enrolada na cintura enquanto outra menor era usada para secar o cabelo. Nossos olhares se encontraram, mas eu logo desviei o meu.

— Oi.. — Murmurei baixo.

— Onde estava? Te procurei por todo canto. — O olhei novamente e apertei meus lábios ao ver o rosto sério dele, mas não parecia bravo, apenas preocupado.

— Estava com Kagami, sinto muito por sair daquele jeito...e por tratar seu irmão mal. — Tobirama suspirou.

— Ele foi um idiota, e não se preocupe ele já percebeu isso, além do mais Hashirama não é do tipo que guarda ressentimentos.....como você está?

— Hm...não sei. — Eu realmente não sabia, parecia que sentia um milhão de coisas diferentes...mas normalmente eu apenas diria que estava bem e iria fingir que sim, não só para os outros, mas para mim também, porém no momento eu estava sentindo quase que uma necessidade de ser honesta, não só com Tobirama, já que havíamos prometido fazer isso...mas comigo mesma também. Nem notei que tinha abaixado o olhar, só percebi quando senti a mão dele em meu rosto, me fazendo erguer a cabeça para o olhar, os olhos vermelhos se fixaram nos meus e eu respirei fundo. — Estou brava, muito brava, e também confusa, mas uma parte de mim, parece aliviada, e isso me deixa ainda mais confusa....pensando bem faz muito tempo que me sinto assim, desde que Madara mudou drasticamente, eu nunca sabia o que esperar então às vezes esperava o pior dele mas também não esperava que ele fosse tão ruim. — Soltei um longo suspiro, Tobirama acariciava meu rosto com delicadeza e me olhava com atenção. — Mesmo com tudo que ele já fez e me falou eu nunca imaginei que ele me deixaria assim, depois que Izuna morreu ele prometeu... — Lá estava eu chorando mais uma vez, essa era a desvantagem da sinceridade, eu tentei segurar, mas não estava conseguindo, mesmo que tenha quase esgotado minhas reservas de lágrimas horas antes. — Ele prometeu que ninguém iria nos separar, que não deixaria ninguém fazer isso...mas ele mesmo fez, então estou...e-eu estou.. — O polegar de Tobirama limpou minha bochecha e sua outra mão também fez o mesmo do outro lado do meu rosto.

— Você está triste, e não tem nada de errado nisso Yuzuki, nem em chorar. — Funguei, ainda entre lágrimas e passei meus braços em volta dos ombros dele, encostando meu rosto em seu peitoral, acenei com a cabeça de leve enquanto sentia uma de suas mãos acariciar agora minhas costas, enquanto a outra se entrelaçava nos fios do meu cabelo, me acariciando ali também, até que depois de algum tempo eu me acalmei e ergui a cabeça. Tobirama me olhou, e diferente do costume eu não me senti envergonhada por chorar na frente de alguém, Tobirama voltou a acariciar meu rosto, provavelmente limpando o resto das lágrimas.

— Você jantou? — Ele ergueu uma sobrancelha e sorriu fraco com a mudança repentina de assunto.

— Estava te esperando, você já comeu? — Acenei.

— Mas eu vou fazer alguma coisa para você.

— Não, vá tomar um banho, eu me viro.

— Mas- — Ele me interrompeu, dessa vez com um beijo rápido.

— Depois vá deitar, vou fazer um chá e te levar...ou vai acordar com dor de cabeça depois de chorar assim. — Ele me segurou pelos ombros e me empurrou gentilmente até o banheiro, fechando a porta assim que entrei no cômodo, suspirei fraco e me encarei no espelho em cima da pia, meus olhos estavam vermelhos por causa do choro, e um pouco inchados também.

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