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Nenhum dos dois percebeu exatamente como se passaram os dias após aquela noite no escritório da boate dele.

As horas as quais passaram juntos, com Hinata tirando todas as suas dúvidas, ouvindo atentamente cada palavra proferida por ele, fê-la abrir os olhos de uma maneira que nunca havia acontecido antes. Gerou uma perspectiva totalmente diferente da qual estava acostumada.

Depois de muita conversa, permaneceram quietos, e um ato chamou bastante atenção da morena: Naruto, em dado momento, passou a acariciar sua mão, enquanto ficavam calados, apenas usufruindo do silêncio. Ela não sabia expressar muito bem o que aquele gesto queria dizer, porém admirou, gostando daquele tipo de atenção.

Mesmo que tivesse tido algum relacionamento fracassado no passado, todos os idiotas a queriam por apenas um objetivo. Seu corpo.

Como ela sabia? Simples. Não faziam questão de esconder, já que após todos as noites de sexo, essa era a única coisa que sabiam dizer. Em como transar com uma gostosa era bom.

Odiava ter sido carente a esse ponto.

E o mais estranho disso tudo, era sentir um tipo de segurança com o loiro. Trocaram sim um beijo intenso, além de ter ouvido da boca dele que ela tinha uma boca gostosa. Mas foi só isso. Naruto se dispôs a contar tudo sobre si para ela, uma desconhecida que ele se pôs a observar a distância nos últimos meses. Fato era que eles não se conheciam. Pelo menos, ele não a conhecia naquele momento. Se bem que, ouvi-lo contar sua história não era bem a definição de conhecer uma pessoa. Há aquele ditado, "diga-me com quem andas e te direi quem és".

O Uzumaki andava com pessoas perigosas, fazia parte do tráfico de drogas do país, matava pessoas. Mas isso era o suficiente para dizer tudo sobre ele?

Para Hinata, a resposta era não.

Aparentemente, aos olhos de outrem, seria loucura dizer uma coisa dessas em voz alta. Quem em sã consciência estaria disposta a conhecer alguém que mata a outros?

Talvez, tivesse chegado num ponto onde nada disso importava para ela, nem de onde veio nem para onde vai. Só queria…ficar ao lado dele.

Nem fizeram nada demais depois daquilo, mesmo que a tentação fosse grande, de ambas as partes. Afinal, como ele bem disse: não tenho interesse só em sexo, Hinata. Quero te conhecer melhor também. Sei que você tem sentimentos e já foi ferida demais para eu te quebrar logo de cara.

Pela primeira vez em muitos anos, ela riu. Gargalhou, com muita vontade. Sua risada ecoou por toda a sala, mais mesmo pelo duplo sentido da frase.

Contudo, havia muita verdade contida nela também. Ainda não tinha contado nada a ele, mesmo assim era como se não fosse necessário. Naruto sabia lê-la como ninguém.

Quando se despediram, ao chegar em sua casa e deitar-se na cama, ficou fitando o teto por longos minutos.

Certas peças começavam a montar um quebra cabeça em sua mente. Quer dizer, mesmo envolvido no mundo do crime, esse homem de olhos azuis tinha sentimentos, caso contrário não teria todo cuidado que teve com ela nos momentos que dividiram juntos.

Nunca imaginaria chegar nesse patamar em sua vida, sentir o coração doer por tentar vislumbrar o passado de alguém que conheceu por acaso, que a vida trouxe para si. Se Naruto estava disposto a ser assim por ela, então, de certa forma, poderia confiar nele também para expor seus demônios pessoais.

Também, não faria sentido ter vergonha ou receios perto dele, vendo o quanto o lado humano floresceu desde que conversaram pela primeira vez.

Ao longo dos dias mantiveram contato, às vezes por mensagens, e em certas noites ele a levava para casa após o trabalho.

Território Proibido Where stories live. Discover now