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Quando acordou, seus olhos pareciam estar grudados, teve dificuldade de abri-los e se acostumar com a pouca claridade que adentrou o cômodo. Depois disso, sentiu a cabeça doer, parecendo pesar uma tonelada, ao passo que seu corpo todo clamava por ficar ainda mais tempo na cama.

Cama essa que percebeu minutos depois não ser a sua, pois estava macia e grande demais. Apoiou-se no colchão para erguer o tronco, notando em seguida que realmente, não estava em sua casa.

Então, flashes da noite anterior piscaram em sua mente, explicando de imediato o motivo para se sentir tão exausta, física e psicologicamente. Uma merda total.

Nem mesmo conseguia lamentar pelo estado que se encontrava, de tanto que o fez na noite anterior enquanto era abraçada carinhosamente por Naruto, sentada em seu colo, molhando a camisa dele, permitindo-se chorar como nunca antes.

Lembrou-se também de que Hanabi estava no seu apartamento, provavelmente esperando que mandasse algum sinal de vida.

Devia desculpas a ela. Muitas.

Procurou seu celular com a visão ainda um pouco embaçada, sem muito sucesso, o que a fez questionar também outra coisa muito importante.

Mas seus pensamentos foram interrompidos quando o dono da casa entrou no quarto com uma bandeja de café da manhã. Sabia que franziu o cenho tentando acreditar no que via porque ouviu a risada suave dele quando a encarou rapidamente.

Certo, ela se lembrava de ter se deitado com ele, porém parecia que acordou num universo alternativo. Onde na vida ela receberia café da manhã na cama? Logo após acordar, como nos filmes românticos?

Inacreditável demais.

— Não me olha com essa cara – foi o que ele disse deixando a bandeja do lado dela – É bom você comer tudo.

— Vai me vigiar, então? – murmurou após uma falsa careta.

— O tempo todo – piscou, e ambos riram pela piada.

No instante seguinte, contudo, o silêncio reinou ao passo que Hinata comia tudo o que estava ali.

E vê-la mais leve daquela forma, deixou o coração de Naruto bem menos tenso, uma vez que ela só conseguiu dormir após chorar por pelo menos meia hora sem parar. Testemunhar tal cena deixou-o desnorteado, nunca tinha acontecido algo do gênero na sua frente, jamais teve de amparar uma mulher tão machucada por dentro como Hinata.

Mesmo tendo a colocado contra seu peito e ter dito certas palavras de conforto, nenhum daqueles atos serviria para apagar o que ela sente em seu interior.

Sim, estaria a tomar as dores dela caso fosse possível. Infelizmente, não era, por isso disse que a amava, e faria de tudo para que estivesse bem.

É, ele a ama. Não foi tão difícil descobrir isso, afinal era o único sentimento aparentemente desconhecido por si, o único que não tinha sentido até então.

Já se apaixonou, já se irou, já odiou, já se sentiu feliz.

Todavia, aquilo que nutria pela Hyuuga era totalmente diferente de tudo que lhe acometeu. Então, não restam dúvidas. Cometeria loucuras e atrocidade por ela, apenas para que a visse bem.

Observando-a se alimentando, chegou a uma conclusão, ainda que precisasse, primordialmente, da autorização dela mesma.

— Estava bom? – ele quis saber genuinamente, vendo ela assentir – Se sente melhor? – ela afirmou novamente.

— Graças a você – lançou-o um um olhar reconfortante – Que horas são?

Mesmo que quisesse passar o resto do dia ali, ainda tinha que ir trabalhar, tinha de manter as contas em dia e qualquer desconto em seu salário poderia lhe prejudicar.

Território Proibido Where stories live. Discover now