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Comiam pipoca sentadas no sofá da sala, enquanto assistiam pela milésima vez Meninas Malvadas. Ao passo que Hanabi se divertia horrores com o filme, Hinata se perguntava o que viu demais na época que foi lançado, porque definitivamente aquele tipo de longa metragem não fazia mais parte do seu repertório há tempos.

Aquele trio a irritava mais do que tudo, definitivamente, e o pior era ver a protagonista querer se encaixar para somente no final se dar conta de que não vale tanta humilhação.

Tentou negociar com Hanabi para que pudessem colocar outro filme, porém a mais nova alegou que estava devendo isso a ela por ter saído daquela forma na noite anterior e ter retornado quase um dia depois.

Felizmente, ao modo delas, conseguiram se resolver assim que chegou em casa. Hinata foi sincera com a irmã do começo ao fim. Expôs todos os seus receios além das questões que estava passando no trabalho – o qual pediu demissão –, além de ter deixado claro que em hipótese alguma mudaria de ideia em relação a ir morar com Naruto. Esse último tópico, Hanabi foi meio relutante, deixou um alerta para o loiro dias antes pois temia pela segurança da mais velha, entretanto, sentiu tanta certeza nas palavras de Hinata, que foi inevitável apenas torcer para que tudo entre os dois desse certo. Afinal, prezava muito pela felicidade da irmã.

Chegaram a conclusão de que estaria tudo bem desde que continuassem mantendo o contato de sempre, contando as novidades e progressos – principalmente agora que Hinata ira fazer consultas com o psicólogo, sendo a mais afetada por todos os acontecimentos desde sua infância.

— Que horas são? – ouviu a voz de Hanabi.

Pegou o celular, já a respondendo.

— Já passou das onze. Seu vôo é às sete, não é? – viu-a assentir – É melhor ir descansar então, senão vai acabar perdendo o horário, do jeito que você dorme – caçoou dela, recebendo o dedo do meio em troca.

— Não sou você, que fica dormindo até meio dia quando tá de folga ao invés de sair e VIVER – deu ênfase na última palavra.

Se fosse há meses atrás, Hinata com certeza acharia ruim a alfinetada e mandaria Hanabi cuidar da própria vida. Mas naquela altura do campeonato, sequer ligava mais, pois estava aproveitando uma fase nova. A da redescoberta.

Nossa, se já tô assim antes das consultas, imagina depois, pensou.

— E agora que meti o pé vou dormir ainda mais. Repor todas as noites de sono que perdi por causa daquela merda – esfregou os olhos, sentindo o cansaço a abater.

Ainda que tenha pedido demissão, Naruto sequer a deu descanso, porque após a "primeira aula de tiros" – como ele mesmo denominou –, foram para outra sala, onde havia equipamentos de luta. Ali, passaram horas treinando golpes de autodefesa, e lamentavelmente percebeu estar num nível altíssimo de sedentarismo. Seu corpo doía, porque o maldito que escolheu amar fez questão de mostrar que não pegaria leve.

Bem, de certa forma, seria melhor mesmo dessa forma.

— O que andou fazendo hoje pra estar tão cansada, hein? – Hanabi quis saber após ver a irmã bocejando pelo que pareceu ser a milésima vez em dez minutos.

— Longa história – se espreguiçou – Animada para voltar? Konohamaru deve estar com saudades.

— Palhaça – sentou-se no sofá – Mas… talvez eu quem esteja com mais saudade de nós dois.

O semblante triste que surgiu no rosto dela fez Hinata entrar em um leve estado de alerta.

— O que você tá me escondendo, Hanabi Hyuuga? – ergueu a sobrancelha, levemente preocupada.

Território Proibido Where stories live. Discover now