mamãe!

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Nova Califórnia é uma cidade que se encontra próximo a fronteira com a Argentina e as terras indígenas da união, ambas as estradas se conectam fazendo Nova Califórnia uma cidade de passagem, muitos caminhões passam por Nova Califórnia fazendo a economia da cidade ser o comercio através desta rota, abrigando estrangeiros de toda parte em seus hotéis, balneários, praças, boates e restaurantes. O Hotel mais requisitado da cidade é da dona Constância que possui um grande restaurante como andar terreio sustentando a cima os 24 quartos.

- Há uma tempestade vindo. Disse Edina a recepcionista que está sentada em um banco do lado de dentro do balcão.

- são os ventos do inverno, chuvas constantes e ventos frios estão a caminho, época em que mais lucramos. Constância se senta em um banco de frente a Edina do lado de fora do balcão.

- não vejo por esse lado, o governo tomou boa parte das terras dos índio para poder asfaltar a estrada até a cidade mais próxima, isso será ruim para os negócios.

Constância fica pensativa por uns instantes, a verdade que Edna disse é inegável, com as estradas asfaltadas a parada em Nova Califórnia teria uma queda brusca e os negócios começariam a falir pouco a pouco. Ela tira uma cigarro de sua bolsa e o acende soltando fumaça pelas narinas. ''Maldita cidade pequena'' pensou, a força dos seus pensamentos é tão forte que transparece em sua face pálida e corada. A chuva lá fora começar a cair, o céu negro das nuvens carregadas força a cidade em plena tarde acender suas luzes, A noite havia chegado mais cedo nesse dia. O tortuosos e deformado Freed adentra o salão da recepção todo encharcado soltando lama de suas botas por onde passa, chamando por dona Constância:

- o que você quer Freed? Não vê que está sujando tudo seu estupido ?. Constância está furiosa com as marcas deixada no chão de mármore por Freed.

- tem...tem um caminhoneiro ai. Freed é gago, e devido a sua deformidade as palavras saem tortas de sua boca, quando fala a baba escorre fazendo Freed emitir um ''shiff'' para puxar a baba de volta para dentro no fim de cada frase.

- pegue um guarda-chuva e o traga aqui, Rápido, Edna prepare uma refeição, temos cliente.

Constância recebe o caminhoneiro na porta do restaurante, o homem alto de braços fortes a olha dos pés à cabeça fitando seus olhos verdes musgo. Sem nenhum cavalheirismo ou cordialidade o homem segue a diante deixando Constância sozinha na porte com a mão a espera de um cumprimento. O Homem demonstra ter uma face carrancuda e feroz com uma tatuagem de forma de ''x'' entre as duas negras e grossas sobrancelhas que se sobressai o cor negra dos seus olhos.

- vai ficar na porta ou vai vir me servir?. Perguntou a Constância

- mais é claro que irei servi-lo meu senhor, sou Constância Mazini, sou dona desse estabelecimento. Ela se aproxima com um longo sorriso no rosto e uma graciosidade que herdou do seus pais sulistas.

- sou Leandro o caminhoneiro, pode trazer o cardápio estou com pressa.

O homem foi totalmente rude com todos, sua grosseria chegou a atingir a pobre Edina que lhe serviu um prato com arroz branco, salada, feijoada e bife. Na ato do registro do hotel o homem se identificou como Carlos Fortuna de carvalho caminheiro da empresa ''PARASUL'', ele transporta carne suína para a cidade vizinha de Nova Califórnia.

- seu quarto é o 16, se precisar de alguma coisa e só clicar o número 0 no telefone que atenderemos você o mais que puder.

- valeu, mas eu só preciso dormir.

- tenha uma boa noite senhor Carlos.

Carlos foi para seu quarto no segundo andar do restaurante carregando com ele uma bolsa com seus pertences e roupas. Apesar das hora terem passado a chuva não parava de cair, o vento forte acompanhado dos raios e trovões não davam trégua, é uma tempestade que há muito tempo se tinha na cidade, Constância sabia que aquilo não iria acabar tão cedo, era o início do inverno e nada podia se fazer para evitar. Sentada em uma mesa próximo a uma janela de vidro ela observa a chuva e seus feixes de luz.

- dizem que a chuva representa a tristeza de deus com a humanidade. Disse Edna se aproximando de Constância.

- Romano adorava brincar na chuva, onde havia uma poça de lama ele pulava, suas roupas encardidas eram difíceis de limpar mas eu não me importava com isso, velo sorrindo compensava todo o trabalho duro.

- a melhor fase de uma mãe é quando os filhos são pequenas crianças, depois que crescem se torna indomáveis e amargos, não há mais aquela luz que tinham quando eram crianças.

- assim como todos Edna, depois de adulto a vida se resume a dor e sofrimento, viver ou morrer nada mais.

- é uma dura verdade que quando jovens não entendemos.

- se eu tivesse educado ele de outra forma, talvez...talvez ele não se tornaria aquele monstro que se tornou. Constância não consegue conter as lágrimas.

- não é culpa sua, nem toda melhor e educação do mundo poderia salvar a personalidade monstruosa do seu filho.

- sabe o que acho engraçado? É que as vezes me vejo nele, em como a força do ódio pode nos levar a cometer certas justiças que para muitos de vocês é uma monstruosidade.

- o que quer dizer com isso?. Edna não esconde seu medo com as palavras afiadas que Constância lhe deu.

- se ele é um monstro é melhor que tome cuidado com as palavras pois eu sou a mãe dele, e não tem nada mais perigoso nesse mundo do que a mãe furiosa de um monstro.

A tensão tomou conta da restaurante, Edna em nada disse apenas se dirigiu para seu lugar de trás do balcão. No mais tardar da noite Constância recebe a ligação do quarto 16, um pedido de socorro ecoou no telefone deixando Constância apavorada e paralisada, a voz era de uma menina o que deixou no ar uma dúvida ''como uma garota foi parar naquele quarto''. Seu pensamento encorajou a suas pernas movimentando rapidamente em direção as escadas e logo em seguida o quarto dezesseis chegando lá mais rápido que pudesse imaginar, assustada ela bateu a porta várias vezes chamando pelo senhor Carlos que em nada respondeu. Sua chave mestra foi retirada do bolsa e injetada na fechadura abrindo a porta de uma vez por todas, ao abrir Constância desata a chorar com sua mão direita na maçaneta e a esquerda sobre a boca.

- o que foi que você fez? Meu deus, o que foi que você fez. Perguntou a Romano.

- mandei essas almas podre para o inferno, sabe mamãe a gente não pode esperar que deus faça tudo sozinho. Romano está nu melado de sangue da cabeça aos pés segurando um chicote.

- você só pode ter merda na cabeça Romano, como pode matar nosso cliente, você perdeu o juízo ?. Constância deixa a tristeza de lado para dar lugar a raiva.

- eles que perderam a noção de pecado, você sabia que ele é casado? E ela também. São adúlteros mamãe, traidores que receberam o castigo que merecem.

- se a polícia descobrir isso o hotel estará arruinado e vão descobrir que você está vivo, quer voltar para aquele lugar agradável de onde eu te tirei?

Romano fica calado por um tempo pensando no que fez e no que fazer agora que degolou o caminhoneiro e acoitou a prostituta enquanto a estuprava. Desgostoso ele joga o chicote no canto do quarto e começa a vestir a suas roupas.

- De um jeito nessa bagunça e volte para o porão

Vermelho ViolaçãoWhere stories live. Discover now