Submissão

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    Jennifer está na sala do diretor do Jornal ''CALIFORNIA JÁ'' discutindo sobre a atitude infame que ele teve para com ela, rebaixando-a a um cargo que não lhe convêm de bom grado sufocado seu real talento, Jennifer é a melhor jornalista criminal da cidade, o caso ''Açoite'' só foi desvendado graças a ela.

- não entenda mau mas você foi longe demais. Afirmou o Diretor

- eu não disse nada demais, nem se quer disse algo realmente ofensivo a esses merdas fardados, o que fizeram quando encontraram a menina na estrada? Nem se quer procuraram o responsável da garota, nem a identificação dela eles se preocuparam, se não fosse minhas manchetes a finada não teria sido velada pela mãe. Jennifer está expressando sua indignação através das doces e afiadas palavras.

- não estamos mais na ditadura mas isso não quer dizer que pode falar tudo que acha ou o que pensa, Jennifer, eu não tenho nada contra você, eu admiro seu trabalho sabe disso, mas o jornal vem sofrendo muitos ataques dos políticos, eles só precisam fazer um discurso público repudiando nosso jornal que em menos de um mês falimos...não podemos deixar que isso aconteça, ama seu trabalho não é?. O diretor é calmo como uma brisa de vento, ele sabe como é ser um jornalista e sabendo disso sabe que não se pode ir contra a política.

- sim. Sua resposta foi firme mas triste pois já pensa no que irá ouvir.

- eu também, mas não podemos bater de frente com os políticos.

Triste e desapontada Jennifer sai da sala do Diretor do jornal, pegou seu casaco marrom que estava na cabeceira de sua cadeira de couro e a bolsa de couro negro no armário, as chaves do carro que estavam sobe uma papelada foi pega e levada diretamente ao bolso da blusa branca social de Jennifer. Seguiu para o casa onde adentrou e se jogou no sofá, sozinha desatou a chorar e a se perguntar '' porque sempre é assim? Porque sempre querem me derrubar?'' se perguntou várias e várias vezes até não poder chorar mais.

Jennifer veio para Nova Califórnia quando a cidade estreou no mapa em uma nova localidade, ainda com poucos moradores Jennifer se juntou ao grupo de estudantes da região para montar o pequeno jornal na cidade para manter os moradores informados, assim nasceu ''CALIFORNIA JÁ'' tudo era incrível, as parcerias e o companheirismo era a moeda da vez, a fome por reportagem era maior que qualquer coisa, isso até a chegada do prefeito da cidade Olegário Marinho, seu discurso fez com que o jornal se dividisse, meses depois a política se instaurou na equipe nomeando ''Eliseu da Silva'' como Diretor do jornal. Preste a pegar no sono uma chuva cai sobre a cidade, o céu negro tampa os poucos feixes de luz, o telefone toca no meio da escuridão da casa:

- Alô?

- Houve um assassinato em Dom Maciel na casa da velha Guiomar, se quer ser a estrela desse caso parta para lá imediatamente.

- Quem está falando?. Jennifer está nervosa e assustada.

- apenas venha.

Sem pensar duas vezes Jennifer partiu em viagem, pegou sua câmera fotográfica tão de pressa que voou sobe sua mão presa ao cordão. Ao chegar no local do crime a chuva havia varrido as pessoas do local, lá se encontra apenas uma rua suja banhada por esgoto e agua da chuva e a casa da velha Guiomar cerca por matos que deitaram com a força do vento, ossos do portão se espalharam pelo chão. Com certo medo ela sai de dentro do carro no meio da chuva e adentra a casa da velha Guiomar, lá dentro ela encontra sangue, urina, velas e faixas de polícia, porém algo no inteiro da casa lhe chama a atenção, as velas acesas no quartinho dos fundo não foram apagadas com o vento e nem pela polícia, algo lá dentro atiçou sua curiosidade.

- Olá. Ela perguntou, em sua mente acredita-se que tem alguém ali.

Ao abrir de vez a porta ela encontra um altar onde uma mesa de centro se encontra ornada de cera derretida, velas e três cartas de um baralho tarô. Ela fotografa as cartas e a mesa, observa atentamente e de alguma forma obsoleta tenta interpreta-las. As cartas sobre a mesa é o enforcado, a morte e os amantes, nesta mesma sequência no centro da mesa de velas.

- o que faz aqui?. Uma voz ecoou por de trás de Jennifer.

Jennifer se assusta mais ao ver que era apenas uma moradora do bairro seu coração e corpo se acalmaram.

- eu vim só tirar umas fotos para o jornal, eu já estou de saída.

- acho melhor você ir, a chuva está piorando.

- com licença.

Jennifer seguiu para o jornal o mais de pressa possível, no caminho seu coração estava duelando com sua mente pois o seu coração dizia que levar as imagens ao Califórnia já seria perde de tempo pois seu trabalho no jornal é a folha de Eventos e Culturas, porém sua mente diz que será a chance de voltar a página principal e ser readmitida. Quando ela entrou na sala do diretor se deparou escrevendo algo sobre a mesa na companhia de um rapaz bem jovem de olhos castanhos e cabelos cor de vinho.

- Jennifer, você sumiu essa tarde, preciso que faça...o Diretor foi interrompido pelas palavras de Jennifer.

- Diretor me desculpa mas temos outro crime, dessa vez em Dom Maciel, na casa da velha Guiomar. Jennifer puxa de sua bolsa a câmera com as fotos reveladas instantaneamente.

- o que? Foi pra lá que sumiu essa tarde, senhora Jennifer você não pode fazer isso, seu trabalho é eventos e cultura e não crimes. O Diretor tenta manter a calma.

- eu sei mas não pude evitar, eu tenho fotos que podem sair na primeira página me dê trinta minutos e eu coleto informações concretas sobre o caso. Jennifer demonstra entusiasmo e desespero.

- NÃO!!...não...esse não é mais seu trabalho agradeço a contribuição, Gael já está cuidando disso. O diretor se levanta da sua cadeira e anda em direção a Jennifer.

- Jennifer esse é Gael o mais novo contratado do jornal, ele fará seu trabalho daqui em diante.

Jennifer fica perplexa com a situação, ela olha o jovem rapaz e lembra de quando chegou na cidade, tão cheia de vida e esperança como aquele rapaz. Ela respira e enxuga as lagrimas do rosto, ergue sua mão para cumprimenta-lo.

- seja bem-vindo.

- Obrigado, eu espero que nos demos bem apesar dos apesares. Ele era claramente bem educado, seu sotaque sulista o entregou tão rapidamente que fez Jennifer sorrir.

- está tudo bem, pegue isso, são fotos do crime de hoje pela manhã...eu..eu...eu vou indo se precisar de mim é só chamar.

- por favor fique, Gael por favor nos de licença. Pediu educadamente o Diretor.

Ao sair Gael fechou a porta branca, O diretor se posiciona novamente em seu assento e pede para Jennifer sentar, oferece a ela um copo de chá más ele recusa.

- sei que deve estar sendo difícil pra você mas é assim que as coisas funciona me desculpe. O Diretor leva o copo de chá até a boca.

- Tudo bem, eu sei muito bem com é começar em um jornal, ele tem potencial vejo isso nos olhos dele. Jennifer sabia que essas palavras acalentaria a mente e o coração do Diretor, mesmo sendo uma verdade isso de certa forma machuca não só sua integridade mas também sua vaidade.

- quero que cubra o evento desta noite no Hotel Paraiso, se quiser usar um vestido novo tem carta branca para ir a Mazon e escolher um, temos credito lá.

- sim senhor, eu vou.

Vermelho ViolaçãoWhere stories live. Discover now