[EM ANDAMENTO] [NÃO ACEITO ADAPTAÇÕES DESSA OBRA]
Ser um adolescente em plena fase de desenvolvimento não é fácil, ainda mais quando se vive em uma ilha vulcânica em 1990 e se é a definição completa de Perdedor. Jungkook está descobrindo mais sobre...
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#ClubeDosLosers
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Wonderwall - Oasis 🎶
Na manhã seguinte, quando até mesmo o sol não havia ousado sair por completo de trás das nuvens, Jungkook estava dentro da barca que levava para a cidade do porto com sua mãe. O ar era gelado, mas pegajoso ao mesmo tempo, o que não era nem de longe uma combinação agradável. Estar em um barco logo depois de tomar um café muito corrido também não colaborava para o bem estar do garoto, que se sentia enjoado a cada solavanco da embarcação, devido às ondas. A sensação de estar no mar era sempre de que o tempo não passava. Precisava checar o tempo todo se estavam realmente se movendo ou apenas boiando no mesmo lugar, porque a paisagem parecia nunca mudar. Mas o barco estava, sim, se movendo e logo chegaram ao lugar em tempo para a consulta.
Jungkook ainda sentia-se zonzo da viagem, por isso se sentou na sala de espera, deixando com que sua mãe fosse falar com a recepcionista. Estava observando o formato em zigue-zague que o piso de taco tinha quando ouviu sua mãe praticamente gritar do outro lado:
— Como assim "se aposentou"?!
Jungkook levantou-se de imediato e foi cambaleando até a mãe. Diante dela estava a recepcionista, lutando para acalmá-la — se não fosse uma situação aparentemente séria, ele riria pensando que sua mãe era a verdadeira pantera daquelas bandas, e não Jimin.
— O que foi? — perguntou baixinho ao lado dela.
— O Doutor Kang Jihoon se aposentou.
Os olhos de Jungkook se arregalaram. Nunca pensou que viveria para ouvir aquilo. Doutor Kang poderia facilmente ter a idade de um fóssil de dinossauro, por isso nunca nem imaginou aquele homem se aposentando, tinha o pensamento de que até na era em que os carros voariam, ele ainda estaria atendendo e traumatizando jovens a todo vigor. Parte sua se sentia imensamente feliz por não ter que vê-lo mais, contudo, outro lado seu sabia de onde vinha a frustração de sua mãe. Bem ou mal, conseguir o doutor Kang foi um milagre e agora sem ele... Jungkook sabia que sua mãe estava ansiosa, então sua felicidade nem pôde alcançar seu pico mais alto, murchando quase que de imediato.
— Tentamos entrar em contato com você há dias, mas não obtivemos respostas — explicou a recepcionista. — Estávamos tentando avisar que temos uma nova psiquiatra e ela já se voluntariou em pegar o caso do seu filho.
De repente os papéis se inverteram e sua mãe estava visivelmente aliviada, enquanto Jungkook sentia que o chão sob seus pés parecia ceder. Já era muito difícil lidar com o Doutor Kang, que ele conhecia, não conseguia imaginar o terror que seria lidar com alguém completamente desconhecido e, na mesma medida, imprevisível. E Jungkook gostaria de ao menos ter protestado um pouco, enquanto era levado junto com sua mãe até a sala da nova psiquiatra, mas tinha o azar de que uma das suas principais reações a situações estressantes era simplesmente reagir no automático, deixando-se levar por seja lá o que fosse. Por isso, quando menos esperou, já estava diante de uma mulher alta e pálida, com os cabelos presos em um coque firme que o olhava por trás dos óculos de grau com um sorriso no jovem — Jungkook daria uns 30 anos para ela, no máximo.
