Prólogo - Golden Chance

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#ClubeDosLosers

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#ClubeDosLosers

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Templo do Sol.

Há muito, muito tempo atrás.

Estava cercada por eles.

A sensação sufocante da morte se aproximando era deveras assustadora.

O gosto metálico do sangue predominava em suas papilas gustativas, só não era mais predominante que sua perseverança em continuar lutando.

Seus sucessores foram, cruelmente, mortos um a um bem diante de seus olhos e Khara mal teve tempo de reagir. Ouviu o grito de cada um deles e tinha certeza que suas vozes clamando em agonia a perseguiriam até depois da vida.

Agora se encontrava sozinha, lutando contra a massa de quadrúpedes bestiais que atacavam o Templo do Sol. O diâmetro da boca das feras ultrapassavam a largura se seu antebraço cerca de duas vezes; os dentes afiados se tornavam ainda mais assustadores quando envoltos pelo sangue da carnificina que provocaram. Khara ainda se perguntava como eles conseguiram os encontrar, mesmo quando lutou tanto em esconder o templo. No entanto, eles chegaram até lá bem no dia de transição — O dia em que o Pólo ganharia uma nova Âncora — e mataram a todos, restando apenas ela.

Precisava avisar a todos, mas era impossível com aquela maldita mordida em seu antebraço esquerdo, drenando sua energia a cada segundo. Sentia seus pulmões queimando, implorando por algum descanso, que ela sabia que só teria com sua morte. Era o fim para si, mas ela ainda tinha uma missão a cumprir ou aquele seria o fim de tudo o que conheciam também.

Ter em sua mãos tão delicadas — agora machucadas por consequência da luta que teve que travar — a responsabilidade de milhões de vidas; de uma existência inteira, era um fardo pesado demais. Não era a toa que ela era a Âncora.

Acertou uma das bestas com uma rajada flamejante, que fluiu de seus dedos magros — Sua pele negra, forjada do próprio sol, brilhando com o suor do esforço em continuar resistindo — e depois a soterrou ao criar um buraco sobre o piso dourado banhado a ouro. Estava fraca, não iria aguentar muito tempo, mas só tinha energia para um portal e tinha que ser o certo.

— Ora, ora! — escutou a voz alheia cortar o ar.

Logo, o corpo magro andava elegantemente entre as criaturas que abriam passagem para que ela passasse. Com os cabelos longos e prateados caindo pelos ombros pálidos e nus feito cascatas, caminhava em direção a Khara com o ovante sorriso sombrio curvando o canto dos lábios finos e a estaca dourada em punho; a estaca que serviria para tirar a vida de Khara.

— O que temos aqui? — Ela parou em meio ao salão, cercado por suas bestas e pelos corpos sem vidas e ensanguentados dos pobres Sucessores sem se importar com a catástrofe que causou; muito pelo contrário; amando cada partezinha dela. — Se não é nossa querida Khara! A Âncora da Terra.

— Não vai conseguir o que quer Nhevoly! — A garota de olhos dourados encontrou forças para rebater, enquanto sua mente trabalhava em uma forma de fugir e deixar o Pólo seguro.

Mas com quem? Todos os Sucessores do templo estavam mortos! E os Minders não podiam a ouvir agora. Ninguém podia a ouvir de onde estava e era por isso que ela precisava sair dali o quanto antes.

— Ah, minha querida, eu sempre consigo o que quero. — Nhevoly ergueu sua estaca ao ar. — Pode tentar o quanto quiser, mas eu venci.

Aquele era o fim, sabia e aceitava ele. Mas para si, não para o Pólo. Ainda havia uma chance, tinha certeza que sim.

Fechou os olhos, concentrando sua mente em abrir o portal para o mais longe possível e assim poderia ganhar tempo. Já conseguia visualizar, fracamente, os galhos das árvores da densa floresta, forçando-se a faiscar a passagem entre seus dedos.

Estava quase.

— Suas últimas palavras, Âncora?

Khara, então, abriu os olhos, encontrando a imensidão negra que Nhevoly tinha no olhar. Uma imensidão tão inacreditavelmente vazia, que fazia Khara ter a certeza absoluta de que aquela diante de si, não era mais sua antiga e amada irmã e já fazia muito tempo.

E aquilo doeu bem mais do que qualquer ferida em seu corpo.

— Você me venceu nessa luta, irmã. — Estalou os dedos, abrindo o portal dourado atrás de si.

Sua última gota de energia e também sua última chance. Khara só rezava para ser a certa. Seu corpo tremia pelo esforço e o coração trabalhava o dobro que o necessário, tudo para que ela se mantivesse viva, até que sua missão estivesse cumprida.

E só então partir.

— Mas não vai ter o que quer. — E se jogou contra a passagem.

O portal se fechou assim que seu corpo o atravessou, deixando tudo para trás.

Ainda assim, Nhevoly sorriu ao dizer a uma de suas criaturas:

— Rastreie-na pela mordida em seu braço esquerdo. — Olhou em volta, satisfeito com a sua destruição. — O Pólo será meu, assim como cada resquício desse planeta e com ele, os malditos Minders.

Caminhou pelo piso brilhante dourado até estar diante do trono de ouro do templo. Subiu os degraus com calma e se sentou ali, observando a vista que tinha do horizonte e dos corpos de cada um dos Sucessores mortos no grande salão e além dele também. As nuvens que cobriam o céu pareciam uma grande manta branca, pois o templo ficava além delas, onde o sol nunca era coberto por sombra alguma.

Era um lindo pôr do sol para um dia tão terrível.

— Ninguém pode salvá-los agora — sussurrou aos céus e a todas as criaturas abaixo dele. — Ninguém.

Mas Nhevoly não tinha como saber que a Terra ainda tinha uma chance.

Uma única chance antes da destruição total.


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Olá, Losers! (Não se ofendam, aqui ser Loser é algo legal!)

Esse é o prólogo de Mind Max. A história, antes da história. O evento que desencadeou toda a confusão em que nossos meninos vão se meter. É bem curtinho mesmo, mas eu fiquei satisfeita com o resultado. Uhuuuu!

O próximo cap, que só Deus sabe quando sai, será o inicio da história principal, tá?

Teorias? Kkkkk.

Enfim!

Bjs da Lyu!

Mind Max • JJK + PJM | HIATUSOnde as histórias ganham vida. Descobre agora