Cap 12 𖠌 Bonnie

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— Em todas as salas da pizzaria, incluindo garagem, tem rádios ligados à sala de segurança, onde fica o microfone, onde você fica. – Digo guiando Michael até a sala de segurança.


Já havíamos ligado para Sally, informando que iramos demorar muito, então ela não precisava mais nos buscar.
As luzes dos corredores parecem velhas, devo lembrar Papai de trocá-las.

Mais uma vez ao passar de frente à sala onde é guardada os pedaços de animatrônicos, pisca várias e várias vezes as luzes.

..- -- . .-. .-. --- --..-- ... .- .. .-

— Isso é normal? – Michael paralisa e engole seco seu questionamento.

Meu cabelo se arrepia e uma energia me consome. Um pedido que eu vá embora. 

— Não, Michael. – Volto a andar pelo corredor, não demora para que chegue na sala de segurança e me sente na cadeira que logo pertencerá a Michael – Quando começar seu turno, um homem vai te ligar e lhe passar instruções. – Puxo um microfone ligado a uma caixinha com botões – esse é o microfone que vamos usar, esses botões é pra escolher onde o som vai ser reproduzido. Tem opções como garagem, sala de funcionários, sala de shows e etc.

Em seguida pego um papelzinho na gaveta e uma caneta.

— Posso mexer no seu cabelo? Lembro que vivia mexendo nele. – Michael para ao meu lado.

— Claro – Sorrio para o mesmo, lembrando-me de quando ele era quase meu cabeleireiro particular. Sinto suas mãos leves sobre meus fios rebeldes.

Enquanto o mesmo se diverte amarrando meu cabelo ou seja lá o que. Anoto a anomalia que ocorreu no corredor, aquilo me lembra código morse... não é comum uma sequência como aquela.

Anoto "..- -- . .-. .-. --- --..-- ... .- .. .-" e tento traduzir. Leva um tempo, 15 minutos, mas consigo. Tempo suficiente para Michael fazer algumas tranças no meu cabelo.

Pode não estar certo, mas acredito que se aquilo era um código morse, pode significar:
"É um erro, saia!"

Minha boca seca e meus olhos tremem.

— O que é isso? – Michael se abaixa, colocando suas bochechas quase coladas na minha e encarando o papel na mesa. Ele sempre teve esse costume de ficar muito próximo de mim, realmente não me incomoda, mas me deixa com certa vergonha.

— Nada interessante. – Dobro o papel e coloco dentro do meu sutiã mesmo. Não quero o preocupar mais – O plano é o seguinte – Me viro de frente para ele.

— Pode dizer – De costas erguidas, ele me olha fixamente e se encosta na mesa.

— Quero testar duas coisinhas a mais, mas não irei lhe contar agora. Enfim, o senhor – Apontei risonha para ele – vai fazer o Bonnie te perseguir.

— Porra...

— Você terá que correr pra caralho, a sala de reunião fica literalmente de frente pra porta daqui. Então você entra aqui correndo, eu taco algo na porta da sala de reunião e tranco o Bonnie lá. 

— Você explicou bem rápido, mas entendi.

— Ótimo – Tiro meu gloss do bolso e passo nos lábios – Você vai vigiar as câmeras de segurança para que os monstros não cheguem aqui, enquanto isso vou interrogar o Bonnie.

— Vai ficar aqui até às seis da manhã??

— Claro.

— Olha, se a luz do gerador acabar antes das 06, a gente vai parar em sete palmos. Você sabe, não é? Não quero que você corra perigo, pode só deixar os questionamentos em um papel e eu o interrogo.

1983: O início - 𝐌𝐢𝐜𝐡𝐚𝐞𝐥 𝐀𝐟𝐭𝐨𝐧Where stories live. Discover now