23 𖠌 Papai Hanry

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São 13PM quando termino a fatídica leitura, e segurando qualquer choro eu fecho o caderno e o guardo de volta, não sei se terei coragem de voltar na Family Diner, durante o dia parece mais seguro, mas me vem a lembrança Puppet, e o fato da alma da minha irmã estar lá me assusta, me prende ao medo de ir. Preciso ir no momento certo, talvez não agora.

A campainha da casa toca, meus passos se apressam nas escadas e logo atendo a porta, sendo revelada a figura de Joseph, ele parece radiante hoje.

— Raven! Boa tarde – Seu sorriso vai como sempre de canto a canto, e ele sempre, sempre está de camisa esportiva combinada a uma calça jeans escura, no entanto hoje seu cabelo parece mais bagunçado.

— Boa tarde – Dou um pequeno sorriso – o que veio fazer aqui?

— Fiz alguns planos até dezembro, gostaria de sua ajuda para organizar – Ele coça a nuca – lembro que no ensino médio você planejava as coisas pra turma e escrevia também, então pensei em te pedir uma ajudinha.

— Ah claro – Me afasto da porta – pode entrar.

Ele dá passos largos até o sofá, mas não se senta.

— Ahm aliás, Raven, sabe por onde anda o Sr.William? Sou da mesma rua que ele, mas não o vejo a tempos.

— Acho que está viajando. – Desvio o olhar para a porta, fecho a mesma e logo mudo de assunto – Bem, de que ajuda precisa?

— Estou pensando em abrir meu próprio escritório de advocacia – Ele sorri.

— Que bom Joseph – Me sento na poltrona – mas nesses casos não posso ajudar, todo o processo empresarial é meu pai que sabe, posso te passar o número de telefone do escritório dele, se quiser. Aí você diz que fui eu que passou o contato e pediu que ajudasse.

— Ah pode ser – Sua voz se abaixa – mas tem uma outra coisa que preciso.

— Diga.

— Estou querendo uma mina, pode me ajudar a chegar nela? 

— Você me pedindo ajuda sobre isso?

— Vai diz, o que você, por exemplo gostaria de receber em um encontro.

Espero que essa tal "mina" não seja eu, a julgar por sua fala.

— Deixe-me pensar...

Lembrei que meus encontros com Michael quando éramos jovens e era nítido um certo interesse, ele me levava dinheiro, comida e pedras naturais, até mesmo algumas flores que ele roubava do quintal da Senhora Vivian, sua velha e rabugenta vizinha da antiga casa.

— Joseph isso pode variar de acordo com a pessoa, te sugiro descobrir um pouco sobre a garota antes e as coisas que ela gosta, mas buquê é sempre uma ótima opção.

— Mais o quê? 

— Acho que apenas, tente conversar com ela e descobrir as coisas que ela gosta.

— Ótimo – Ele se levanta e caminha até a porta.

— E o planejamento? – Questiono sem me levantar.

— Vamos deixar para outro dia. – A porta se abre e ele passa por ela – Até mais Raven! 

[...] 

Depois disso, Joseph conversou mais comigo. Partindo dele, suspeito que seja eu a garota no qual ele menciona com tanta paixão, ele é uma pessoa diferente agora, eu o vejo como educado e gentil, ele me trata bem e eu até me apaixonaria por ele, mas não consigo nem tentando. O maldito do Michael fica na minha cabeça e eu não consigo pensar em outro alguém, quando vou dormir imagino suas mãos agarrando novamente minha cintura, quando estou tomando café me lembro de como ele parece um morto vivo quando acorda, quando estou planejando algo sobre a FazBear e como entrar na Family Diner sem ser vista e pensando sobre a situação que minha irmã se encontra, ele vem na minha cabeça me abraçando para eu me sentir melhor.

1983: O início - 𝐌𝐢𝐜𝐡𝐚𝐞𝐥 𝐀𝐟𝐭𝐨𝐧Where stories live. Discover now