19 𖠌 "Mais do que bilhões de sóis"

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O dia amanhece com nós dois dormindo sentados de cabeça na mesa, eu acordo primeiro e o vejo dormindo como um anjo.

Me levanto e faço um café, ainda são 06:30 da manhã, mas a padaria certamente está aberta. Tomo um banho rápido e visto uma calça moletom e um cropped bege de tricô.

Ando pelas ruas frias em direção a padaria o dia está bonito, mesmo estando nublado, mas acredito que o céu se abrirá pela tarde, mas no momento eu aproveito o frio das ruas calmas do meu bairro.

Sem demora eu chego na padaria, me deparando com quem menos esperava.

— Olá, Raven – Joseph chegou ao mesmo tempo que eu.

O que ele está fazendo no bairro?

— Bom dia, Joseph – Sorrio falsa para ele.

— Como está sendo sua semana? – Ele começa a pegar pães para o próprio.

— Não está acontecendo nada, para ser honesta – Minto pegando presunto e muçarela no frigorifico ao lado – e a sua?

— Uma merda – Ele ri alegre, essa risada me lembra um pouco a do Michael – muito trabalho no escritório de advocacia. – Ele fecha a sacola e trocamos de lugar, ele veio pegar o que eu estava pegando e eu fui pegar os pães.

— Espero que ela melhore então.

— Uma parte da semana foi boa, me mudei para o bairro do norte.

É onde fica a casa do William.

— É um bairro muito bom, você e seus amigos podem ir lá visitar algum dia.

— Iremos sim – Respondi mentindo mais uma vez e ao terminar de pegar os pães, me viro diretamente para ele – você notou alguma movimentação estranha por lá?

— Por que deveria ter? Bem, a única coisa esquisita que o Senhor William não aparece por lá a muito tempo, dado como desaparecido, mas vi algumas luzes acenderem por lá ontem. Minha vizinha pensou que fossem ladrões e acionou a polícia, mas não tinha ninguém.

— Ah sim, é um bairro calmo.

— Como de fato – Ele sorri, mais uma vez algo no jeito dele está me lembrando o Michael – vou pagar minhas coisas agora, espero te ver logo, senhorita Raven, até logo.

De repente ele não me parece mais sínico, isso me deixa alerta, ele não é assim e ninguém muda da noite para o dia.

Chego em casa e a criatura dorminhoca ainda está sentada no chão com a cabeça na mesinha, passo por ele e coloco as compras sobre o balcão, tiro alguns copos do armário e coloco no mesmo lugar.

Volto até o mesmo e o cutuco algumas vezes.

— Michael, Michael.... MICHAEL! – Grito e ele se levanta assustado – comprei pão, presunto, muçarela e bolinho doce – digo simples e volto para a cozinha.

O mesmo me segue enquanto coça os olhos, o vejo comer devagar então ainda está muito cedo para comentar o que o Joseph me disse. Mas o tempo é cruel e eu tenho que me arrumar para o trabalho, mas hoje sairei mais cedo, não posso mais adiar minha ida até o porão ou sei lá o que do William.

— Te vejo mais tarde, Michael, por favor tranque a porta e coloque a chave debaixo do tapete quando sair.

Dito isso, se passam horas e horas, para minha sorte não me é dificuldade andar muito tempo sobre um salto alto.

De volta a casa do William, entro da mesma forma que a outra vez, adentro e saiu de algumas salas em busca da porta que deve ser destrancada, seguro firme minha bolsa, com medo, pensando que de alguma forma posso me defender com ela.

1983: O início - 𝐌𝐢𝐜𝐡𝐚𝐞𝐥 𝐀𝐟𝐭𝐨𝐧Where stories live. Discover now