Cap 13 𖠌 Sua casa

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06:30 AM

— Eu tô caindo de sono – Digo abrindo boca, meus olhos pesam e meu corpo se encontra sonolento.

— Não me surpreende, com a quantidade de sustos que levou durante a noite, deve estar cansada – Diz ele, irônico.

— Para tua informação, Michael Afton, eu já tive muitas experiências espirituais, mas nunca tinha visto remanescentes em ação, é uma real surpresa pra mim. – Paro na porta da sala de segurança, olhando para um lado e outro, me perguntando se já podemos ir embora – Será que a gente já pode ir?

— Sim. – Ele passou por mim, então o sigo apressada tentando não cair de sono.

— Michael, teria como eu tirar um cochilo na sua casa? A energia da minha rua acabou

A verdade é que eu tô com certo medo depois dessa noite, levando em conta que a Chica quase pulou em mim.

— Problema nenhum "Princesa fada" – Ele brinca.

— Deusa mãe, você ainda se lembra disso? – Dou uma risada, firmando minha mão direita em seu ombro.

— Lembro – Ele sorri – Dylan te dava cada apelido estranho, ele gostava de você?

— Não que eu saiba.

Passamos pela sala de show, vejo os animatrônicos no palco, como se nada tivesse acontecido.

— Eles não atacam muito durante o dia, se sentem mais ameaçados – Diz Michael, como se respondesse meus pensamentos.

— Preciso lembrar meu pai de mandar consertar a porta da sala de reuniões... – Digo, e ele destranca a porta de vidro para fora da pizzaria, então saímos até bem apressados.

— Raven, não quero que fique se envolvendo pessoalmente com tudo isso. Eu estou acostumado com os sustos e com os monstros desde que... que meu irmão morreu. Meu castigo foi ser perturbado por eles durante toda a minha adolescência. Sei que você tem experiências, vê espíritos e vultos, faz rituais e tudo mais, mas não quero que se envolva nisso pessoalmente, quero sua ajuda de longe, como meu cérebro, não iria me perdoar se você morresse, pois eu lhe garanto que eles não te dariam uma morte rápida...

— Achei fofa sua preocupação – Me espreguiço e olho confusa para o garoto que liga um carro preto, me pergunto como não soube que ele tinha um carro – não serei irresponsável, sei que devo ter cautela em cada passo que daremos. Esses últimos dias, depois que nos vimos novamente, venho estudando melhor sobre essas pobres almas, os remanescentes, para ser mais clara.

— Nunca duvidei que fosse inteligente e cuidadosa Raven, apenas não quero que algo te aconteça. – Ambos entramos no carro ao mesmo tempo, e ao fechar as portas, ele liga o mesmo.

— O que estamos fazendo já é uma puta merda, a gente devia acionar a polícia, mas eles não acreditariam. Eu ainda sigo com a minha primeira ideia: Reunir provas. Não desejo me colocar em perigo extremo, mesmo que... que eu precise para desvendar tudo sobre a Char... mas não irei. Sou uma pessoa com um cérebro que tem juízo.

O que é mentira, não é porque sou psicóloga que eu superei esse acontecimento. Eu irei até inferno pra descobrir cada detalhe do que aconteceu com minha irmã.

A preocupação de Michael me atrai, ele sempre foi assim preocupado comigo, sempre achei isso fofo. Eu me preocupo com ele também, foi o único que estava verdadeiramente comigo a cada segundo.

Me culpo por não estar lá quando ele precisou de mim, quando o deixei para morrer naquela casa, mesmo que eu não soubesse o que ocorresse lá. Meu coração se aperta em ver que meu garotinho "briguento", não é mais tão "briguento", que suas implicâncias não continuam, que ele não vai mais "invadir" minha casa pra pintar meu cabelo ou assistir um filme, que ele não vai mais dormir no meu ombro enquanto leio no fundo da biblioteca.

1983: O início - 𝐌𝐢𝐜𝐡𝐚𝐞𝐥 𝐀𝐟𝐭𝐨𝐧Where stories live. Discover now