Cap 16 𖠌 Sombra

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Chego apressada em casa aproximadamente às 14 horas, tomo um rápido banho e me visto bem, pois mesmo que eu não vá sair mais hoje, quero estar bem vestida para iniciar qualquer ritual ou adoração. Com meus cabelos soltos, visto um curto vestido roxo bem escuro e um brinco de estrela, sigo descalço até uma sala especifica de minha casa, onde fiz meu santuário, com minhas plantas, tanto decorativas quanto para outros feitos, meus objetos particulares como meu tarô e meus cristais e pedras naturais, algumas flores secas na parede, e muitos, muitos livros de estudo.

Essa sala é espaçosa, bem iluminada e bem ventilada pela janela, é o meu paraíso particular, meus vizinhos não podem nem pensar que isso existe. A destranco e entro sentindo mais paz, porém a ansiedade ainda não desapareceu por completo, tenho tantas perguntas, acredito que pistas serão dadas a mim hoje. Pego meu tarô e uma pequena bandeja de pedras naturais, fecho a cortina branca da janela e me sento de frente para meu pequeno altar, começo a embaralhar as cartas. Realizo uma pequena meditação antes de retirar as cartas.

Faço uma tiragem diamante das cartas, na esperança que eu encontre o que preciso.

Respiro fundo e desviro as cartas, mas meu pequeno sorriso se desfaz a cada carta que desviro.

Morte de alguém próximo, traição e fogo como solução....

Me levanto um pouco espantada, com ansiedade prendo meu cabelo e passo a mão na testa ligando os pontos.

Fogo... É a forma como se acaba com remanescentes, lembro disso nos livros, não é tanta novidade.

Mas traição? Amorosa? Eu não me relaciono com ninguém a anos, mas pode ser de amizade... o Michael não é, acredito eu, eu espero.

E morte...

— O sonho? – Me sento de novo, pensativa.

No sonho alguém morria, talvez o senhor William e na pior das hipóteses pode ser o Michael.

Eu me lembro da alucinação que tive, aquele monstro encarava Michael, apenas Michael.

Afinal, William não é próximo de mim.

Eu sinto meus olhos lacrimejarem, eu não quero que seja o Michael, eu não quero! Não vai ser ele, não vai!

A campainha toca e eu engulo o choro de uma só vez tentando enxugar as lágrimas.

— JÁ ESTOU INDO! – Me levanto guardando meus pertences, me encaro no espelho me recompondo e desço as escadas.

— Olá – Sally diz animada ao abrir a porta – dia de RPG!

Hoje?

— Está animada – Sorrio disfarçando – Olá Dylan, Joe, Sally e Erika.

— Diga olá pro novato também – Diz Erika, apontando para um garoto que se aproxima.

Me encontro imóvel a ver o sorridente de topete para o lado e jaqueta de time, o desprezo toma meus olhos.

Joseph está de volta...

— Raven esse é o Joseph – Disse Erika.

— Ela sabe... – Sussurra Dylan e eu o encaro querendo que ele leve Joseph embora.

— Podem entrar – Digo sem graça, Sally também nota isso – vamos pro sótão – Abro espaço e todos entram – Sintam-se à vontade.

— Sótão? – Joseph pergunta com um ar de deboche.

— Sim, é lá que realizamos as sessões – Responde Erika, animada tirando os saltos e me seguindo junto aos outros. A mesma compartilha uma enorme semelhança física com Joseph.

1983: O início - 𝐌𝐢𝐜𝐡𝐚𝐞𝐥 𝐀𝐟𝐭𝐨𝐧Where stories live. Discover now