Capítulo 05

190 13 0
                                    

Santos

Acordei cedo e fui pro qg, era pra resolver um b.o de um vacilão que tava passando a mão nas coisas da boca e depois fugiu pra morro rival, agora levaram ele pro acerto de conta e eu tive que tá presente.

Tudo era Grego que resolvia, mas agora o pai aqui que tá no comando e tá ligado né, comigo é sem massagem. Resultou que ele rodou feio na nossa mão. Agora já tô no morro.

Santos: Que foi, venenosa? - puxei o cabelo dela, ela me bateu com mó força que até meus futuro filho sentiu. Tá maluco menó. - nem doeu, otária.

Víbora: Sem neurose, num enche meu saco, não. - falou bolada.

Santos: Bora, desembucha logo. - ela continuou com a merma marra, virando a cara pro outro lado. - minha querida, eu não tenho o dia todo.

Víbora: Tu é chato em? Misericórdia, mermão. - se inclinou na mesa, colocando o cotovelo lá. - Grego tá insuportável, não aguento mais.

Eu acho até graça, hoje mermo ela tava bolada comigo pq eu falei aqueles bagulho pra ele e agora tá reclamando do próprio.

Santos: Pensei tu ia me contar uma novidade. - debochei. - Grego sempre foi insuportável, mas quando eu falo alguma coisa pra ele tu vem cheia de caô pra cima de mim.

Víbora: Ih, olha só quem fala. Renata é mó vacilona, mas ninguém pode falar nada dela que tu já fica todo estressadinho também.

Santos: Eu tenho meus motivo.

Víbora: Ah, por favor né.

Santos: Por favor digo eu, Yasmim. - falei sério. - fica esperta, parceira, tu sabe que eu só quero o teu bem. Grego não tá nem aí pra nós, mas fica aí nessa tua brabeza que depois vai dar só pro teu lado.

Víbora: Santos... - tentou falar e eu neguei com a cabeça.

Santos: Tá pensando o quê da tua vida, cara? Tu tá pensando que teu pai pensa em tu pelo menos uma vez na vida? Não, ele não pensa. - ela baixou a cabeça e começou chorar. - minha intenção não é te deixar assim, morô? Só quero abrir tua mente.

Víbora: Não, pô. De boa. - balançou a cabeça, passando a mão no rosto.

Às vezes nós tem que ouvir certas coisas pra poder aprender. Essa daí tem é que ver e viver, e eu num sei nem se assim ela abraça o papo.

O Morro e Eu Onde as histórias ganham vida. Descobre agora