Renata
Quando cheguei em casa tinha uma caixa de presente, com um envelope em cima dela. Olhei pra um lado e depois pro outro pra ver se num tinha ninguém por perto, à esse horário a rua já tava deserta então entrei rápido pegando a caixa. Deixei ela em cima da mesa e fui fazer minhas coisas.
Hoje eu saí com meus parça do serviço, a gente foi liberado mais cedo e deu pra ir numa pizzaria pra curtir um pouco, desestressar e esquecer um pouco as coisasruim da vida, tá ligado?
Eu só precisava disso mermo, relaxei e vi que o que me falta é conversar e sair pra me divertir. Tô nova ainda, não posso viver pro passado. Tenho que me libertar, essa é a real.
Renata: Fala tu, neném de mamãe. - falei ao atender o celular. Abrindo a geladeira e pegando um prato com morango.
Santos: Coé, coroa? Que bagulho de neném o quê? - resmungou, gargalhei alto colocando o prato em cima da mesa.
Renata: Que menino insuportável. - peguei o envelope e fiquei olhando frente e verso dele, observando cada detalhe.
Santos: Ah, me erra. - ri baixo. Como essa criança pode ser assim, gente? - liguei só pra saber como tu tá mermo e como foi teu dia, pô.
Renata: Hum. Ah, tô bem, meu dia foi ótimo, depois do serviço fui dar um rolê e cheguei agora pouco.
Santos: Ih, quero saber de tu tá chegando tarde em casa não, viu? É pra ter cuidado aí. Sei que tu quer sair pra curtir as noitada e pá, mas todo cuidado é pouco. - e ele tem razão. Hoje tava tão bom que quase me fez esquecer dos último acontecimento.
Renata: Tô ligada nisso, pô. Foi só hoje mermo. - olhei pras minhas unhas. Saudades delas bem grandonas, dava gosto de se vê, agora tão cortadas bem no toquinho. Ô dó.
Santos: Hum, então tá. - ouvi um barulho alto, parecia um tiro. Ele xingou e parecia que tava correndo. - tenho que desligar. Depois nós conversa melhor.
Renata: Já é. Te cuida.
Santos: Digo o mesmo. - desligou. Com certeza deve ser invasão. Cdd continua a merma parada de sempre.
Deixei o celular de lado, indo pegar leite condensado, joguei em cima dos morangos e comecei comer. Como a curiosidade tava quase me matando então abri o envelope e li a carta que tava dentro dele.
"Querida Renata, espero que goste do presente que lhe enviei. Pensei carinhosamente em tudo, confesso que foi um pouco difícil conseguir o presente perfeito, mas o esforço valeu à pena e tenho certeza que você vai amar!"
Sorri ao terminar de ler. Será o que deve ser? E quem mandou? A caixa tá um pouco pesada, então deve ser algo grande. Tirei o laço e as laterais dela caíram sobre a mesa, quando vi o que era me assustei. Me afastei fechando os olhos com força e esfregando meu rosto.
Só pode ser mais um pesadelo, tenho certeza. Abri os olhos novamente e aquilo tudo ainda tava ali, era tudo realidade.
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O Morro e Eu
FanfictionFamiliarizado com perdas, desde novo eu ando correndo. Não entende porque eu odeio surpresas, não entende porque eu odeio ter tempo. |Continuação de "Eu, o morro e ela".