Capítulo 32

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Renata

Meses depois...

Quando os tiros cessaram levantei bem devagar, recarreguei o fuzil e fiz sinal com a mão pro soldado que tava do outro lado da rua.

Renata: E a movimentação? - perguntei pelo radinho, saindo devagar.

--- Saiu geral, patroa. - respirei aliviada.

Renata: Já é, já é. - ajeitei meu colete, indo pra boca principal, nem queria, mas tenho que saber se desceu algum dos meu.

Tá, eu tô ligada que falei que queria prestar serviço direitinho, trabalhar e ter minha vida normal novamente, mas num deu. Muito caô, perseguição, acabou que eu voltei pra essa correria novamente.

Achei que ficar lá na Cdd não ia me fazer bem, saca? Por isso agora tô comandando o Chapadão. Meu pivete que comandava aqui, mas pelos bagulho que tem que resolver na outra favela ele passou essa aqui pra mim.

Minha mãe morreu faz um tempo já, ficar em Sepetiba não ia fazer sentido nenhum pra mim e nem pra Simone, por isso ela veio morar aqui comigo. Ainda mais que agora sim posso retomar minha vida, Grego não tá mais aqui pra me perseguir e nem tirar minha paz.

Os chefe do comando me aceitaram de volta. Apesar de qualquer bagulho quem errou foi o Talibã e geral reconhece isso. Como eles mermo disse... Só eu sei o que passei.

Cheguei na boca e pelo que falaram só tem um soldado ferido, já foi pro hospital e tá longe de qualquer risco de vida.

Tatá: Vencemo mais uma vez, em? - me abraçou de lado, sorrindo feliz.

Renata: Passa nada e nem pode. - sorri também, passando um pano no rosto, limpando. Mais uma vez é nós que tá! Quero paz, mas também não fujo da guerra.

Tatá: Fala tu, tá de pé ainda a missão de hoje?

Renata: Claro! - me encostei no poste, cruzando os braço. - Santos não vai passar mais nem um minuto ali naquele presídio.

BOPE queria pacificar a favela, mas só levaram meu filho. Tá preso faz uns dias. Hoje mermo tô indo buscar, pq lá ele não fica mais.

O Morro e Eu Onde as histórias ganham vida. Descobre agora