"rescue"

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Eles nem jantaram naquela noite. Havia comida, e Theodore comeu sozinho. Lyra e Scorpius ficaram grudados no pai o tempo todo, e Draco sinceramente não estava com fome. Até tentou convencer os filhos à descerem para jantarem, mas eles se recusaram.

Seu corpo ainda doía, então deixou. Não demorou muito para ele cair no sono na cama enorme que ficava no quarto da filha. Scorpius estava deitado bem ao lado, tendo a cabeça apoiada no peito do ômega. Lyra fez o mesmo, mas não ficou muito em cima do homem, querendo que ele descansasse melhor.

Porém, fez um carinho delicado nos cabelos loiros dele, os dois só queriam que o pai deles descansasse o máximo que fosse possível.

- Lyra?

- Oi, Scorp.

- Por que o papai casou com o pai?

- Foi um casamento arranjado.

- O que é isso?- Ele olhava atentamente para a irmã mais velha, que estava começando a querer cair no sono.

- Quando você se casa sem conhecer ou gostar da outra pessoa.

- Por que o papai fez isso?

- Nosso avô obrigou ele, Scorp. Mas nós vamos fazer companhia para ele agora, não é?

- Uhum.- Ele sorriu pequeno para a garota, ficando em silêncio e resolvendo fechar o olhos.

Fazia tempo que os três não ficavam daquele jeito. Nott estragava as coisas. O loirinho só estava aproveitando ficar tão próximo do ômega, e poder adormecer sentindo seu perfume, que sempre fazia ele ficar mais calmo.

Com Lyra não era muito diferente… Mas estava difícil cair no sono ao abrir os olhos e ver o estado que seu pai estava. Nunca havia visto as surras irem tão longe quanto naquela tarde.

Uma mão quebrada só fazia seu cérebro alertá-la que precisava fazer alguma coisa, antes que Theodore acabasse matando Draco durante uma briga.

Não conseguia pensar o que podia fazer. Se chamasse os Aurores, era provável que Nott arrumasse um desculpa, e seu pai acabasse apanhando mais. E não podia causar algo como aquilo.

Mas ela não sabia como convencer o loiro mais velho que aquilo não era culpa dele. Não sabia como tirar seu pai daquela mentalidade que ele tinha desde que se conhecia por gente.

Antes de ir para Hogwarts, até que acreditava nele. Que isso era um tratamento normal para os ômegas. Mas assim que ela viu como o mundo real era… sua realidade pareceu se quebrar, e ela percebeu o quão horrível era o que acontecia em sua casa.

A loira estava quase caindo no sono ao olhar ao arredor do quarto e ver um pequeno papel dobrado caído no chão. Parecia ter caído da calça que Draco usava antes de colocar um pijama. Todos eles estavam de pijama, e de baixo do cobertor macio que ficava em seu quarto.

Ela se levantou com cuidado, indo até o bilhete. Ficou surpresa com o que leu.

“Malfoy, é óbvio o que está acontecendo com você. O jeito que você estava quando chegou aqui… eu me assustei. Sei que nos odiávamos no colégio, mas por favor, se quiser ajuda, me mande uma carta. O que quer que seu marido esteja fazendo, é um crime, e isso é sério. Esse é meu endereço:”

No verso tinha o tal endereço…. Ela respirou fundo, se perguntando se devia fazer aquilo… Seu pai iria odiar. Talvez fizesse ele ficar desesperado, como sempre ficava quando dizia que iria ajudá-lo com Theodore.

Ia guardar o papel e deixar para lá, até que se lembrou das lágrimas escorrendo dos olhos azuis do ômega, de todos aqueles roxos que via desde pequena, daquela mão quebrada… e dos gritos que escutou naquela tarde.

His Savior- DrarryWhere stories live. Discover now