"letter"

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 Draco resolveu não falar nada. Sentia que talvez fosse apropriado avisar Potter sobre aquela carta, mas não abriu a boca. Quando vieram entregar os pertences que haviam ficado para trás na mansão, um dos homens o entregou uma carta, falando que haviam a encontrado enquanto pegavam as coisas.

Sabia que não seria coisa boa assim que viu o brasão de sua família no envelope.

Até deixou Scorpius sozinho na sala para ler a carta, e lacrimejou muito ao ver o que seu pai havia mandado. Ele nunca parecia ter um dia de folga, e não sabia por quanto tempo iria aguentar isso.

"Draco,

ficamos sabendo pelo jornal o que aconteceu, e eu só posso dizer que estou terrivelmente envergonhado. O que você pensa que está fazendo? Quer envergonhar toda a geração da nossa família? Isso é simplesmente ridículo!
Você é um ômega, quer o que da vida? A família inteira está mau falada por sua causa, tenho vergonha pelos meus netos. Também ficamos sabendo que não pode mais morar na mansão.... Venha durante o chá da tarde, temos muito para conversar.

Não aceito um "não" como resposta. Nos vemos às 5.

Assinado,
Lucius."

Não sabia muito bem o que fazer. Ele tinha que ir.... Tinha medo de algo acontecer caso não obedecesse seu pai. Ele tinha 33 anos e ainda tinha medo de Lucius, sentia-se patético por isso.

Potter apareceu na hora do almoço, e ele ficou meio colado com Scorpius, tentando criar coragem de comentar que iria sair. Nem sabia se o moreno queria que ele saísse.... Nott não gostava que ele fosse para qualquer lugar que não fosse consigo. Não confiava no ômega o suficiente para isso.

Malfoy achava essa suspeita bem estúpida.
Ele era um ômega marcado, e tinha o nome muito mau visto na sociedade bruxa graças a guerra. Não iria conseguir trair Theodore nem se quisesse.... mas desistiu de tentar explicar isso para ele depois de receber um tapa por ficar insistindo no assunto.

Harry notou como ele estava silencioso. Mais do que o normal. Potter ficou com receio de ter feito algo e deixado o loiro se sentindo ameaçado ou coisa do tipo, como levantar a mão muito rápido perto dele. Mas não conseguia pensar em qualquer coisa que possa ter causado isso. Viu o loiro encostado na batente de uma das janelas, observando o lado de fora, completamente desligado dos seus arredores.
O moreno fez questão de chamar a atenção dele o mais calmamente possível, e ficou aliviado ao ver Malfoy apenas se virando, e não dando um pulo de susto como costumava fazer.

- Oi?
- Tá tudo bem? Você tá bem quieto.
- Está.- O loiro assentiu, mas a expressão preocupada em seu rosto o traía, era claro como o dia que tinha algo o incomodando.
- Não precisa mentir. Eu posso tentar te ajudar caso algo esteja te incomodando.
Malfoy respirou fundo, finalmente o olhando nos olhos, fazendo Potter ter que segurar o ar por um momento, não sabendo lidar com a imensidão azul nos olhos de Draco.

Depois de tantos anos... Por que só havia notado sua beleza agora?

- Não é nada demais. Recebi uma carta dos meus pais, preciso vê-los essa tarde.
- Oh.- Harry o olhou atencioso.- Tudo bem. Quer que eu fique com o Scorpius, ou ele vai junto?
O loiro abriu a boca por um instante, pensando em como seria melhor se o garoto não fosse. Seria apenas um monte de xingamentos e gritaria, e não estava afim de deixar seu filho ver aquela cena.
- Se não for muito incômodo.... É um assunto meio sério.
- Ah. Tem haver com o...?

O ômega assentiu, e Harry resolveu deixar o homem em paz. Era óbvio como Malfoy não queria e nem conseguia falar sobre seu esposo. E iria respeitar isso o máximo possível, não queria que ele se sentisse desconfortável.

  - Bem.... o almoço tá pronto.
- Tudo bem.- O loiro o olhou nos olhos por um momento, deixando Harry meio confuso, mas não se pronunciou sobre. Gostava de vê-lo o olhando, gostava mesmo. Draco, enquanto isso, só estava tentando entender o porquê do moreno estar o ajudando tanto.

His Savior- DrarryWaar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu