Heros Rivera é o chefe da máfia colombiana, um criminoso cruel que comanda o cartel Del Diablo com punhos de ferro. Dono de uma beleza bruta, alto, forte, tatuado e o cabelo cumprido, o mafioso impõe respeito por onde passa. Heros pensava que tinh...
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Heros
Os dias passaram se arrastando, era horrível ficar preso em uma cama com muita dor no corpo todo e o tempo todo olhando para o teto de um celeiro caindo aos pedaços, estava precisando de uma reforma urgente. Mas pelo menos já me sentia bem melhor, as feridas estavam cicatrizando bem e eu conseguia mexer a perna quebrada mesmo que só um pouco. Dara trazia refeições reforçadas três vezes ao dia, além de deixar água e um cesto com frutas e lanches. Percebi que toda vez que ela aparecia evitava contato visual comigo o tempo todo e falava somente o necessário, a cigana se fechou depois da conversa que tivemos sobre o tal marido falecido dela.
Naquela manhã mesmo Dara entrou no celeiro com o meu café da manhã, estava linda como uma flor do campo em um vestido da cor do verão e o cabelo solto. Mas a tromba era enorme, não olhou para mim nem por um segundo.
— Eu fiz pão de queijo, espero que você goste. É uma receita tradicional aqui de Minas Gerais. – Colocou a bandeja sobre o meu colo, também havia café, leite e salada de frutas.
— Está tudo com uma cara ótima, Dara, obrigado! – Gemi ao jogar um pão de queijo inteiro na boca, a sensação de prazer foi a mesma coisa que gozar depois de uma ótima transa.
O gosto era diferente, mas muito bom. A massa crocante e o queijo derretiam na boca, uma verdadeira delícia.
— Só um segundo, sua boca está suja de queijo. – Ela se sentou na borda da cama, pegou um guardanapo sobre a bandeja e limpou o canto esquerdo dos meus lábios com movimentos leves e delicados.
Dara estava tão perto que eu quase podia sentir o calor do seu corpo a poucos centímetros do meu, sua respiração ficou acelerada e audível. E o seu cheiro de flores frescas, minha nossa! Era o melhor que já senti em toda a minha vida, era como estar em meio a um jardim de tulipas em Amsterdã no ponto mais alto da primavera.
Eu não conseguia tirar os olhos dos da Dara, eram de um verde-escuro vibrante como duas lagoas de água cristalina.
— Você está linda hoje – meu elogio a fez corar. – Quero dizer, mais linda que o normal. – Tirei um cacho do seu cabelo que estava caído sobre o seu rosto, dançando de um olho para o outro.
— Obri... gada – gaguejou desconcertada e levantou em um pulo, ela não parava de alisar a lateral da saia. – Hoje eu vou atender alguns clientes em casa, peço que por favor não faça barulho porque não quero que ninguém te veja aqui. – Voltou a evitar contato visual.
— Como você quiser, Dara – eu disse para a cigana.
Na verdade, eu concordaria com qualquer coisa que saísse daqueles lábios grandes e rosados implorando para serem explorados pela minha boca faminta.
Não cai nos encantos dela, Heros, ela é uma feiticeira.
Tentei repetir isso na minha cabeça, mas não estava funcionando muito bem.
