Capítulo vinte e oito

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Dara

Heros atendeu a ligação com a postura firme que ele sempre tinha, mas a sua mão que segurava a minha estava suando frio. Ele não queria demonstrar para não me preocupar ainda mais, mas estava tão nervoso quanto eu porque sabia que um passo em falso e aquelas pessoas enviariam a cabeça do meu filho dentro de uma caixa a qualquer momento. Igor era só um garoto, ele deveria estar muito assustado e se sentindo terrível pelo que aconteceu com a sua namorada.

— Oi, irmãozinho. – A mulher disse em tom de deboche. — Eu acho que eu tenho uma coisa que é sua, e você tem uma coisa que me pertence e eu quero cada centavo de volta.

— Se você machucar ele, eu juro por Deus que vai se arrepender amargamente, Esmeralda – ameaçou Heros, era a própria irmã caçula dele que estava causando todo aquele caos porque queria ser mais poderosa do que ele.

— Fecha essa boca e me escuta, Heros! Você bloqueou as minhas contas e colocou a cabeça dos meus aliados a prêmio, sabia que eles estão muito bravos comigo por conta disso? Tive que fazer um acordo com eles e isso envolve você e o garoto – disse e o meu coração congelou.

— Me deixa falar com o Igor, ou nem vamos começar essa negociação.

— O ciganinho está ótimo! Sem nenhum arranhão, por enquanto. Como sou boazinha vou colocar o ciganinho na linha, mas só por dez segundos. – Apertei a mão do Heros quase arrancando os dedos fora enquanto esperava. Até que enfim ouvi a voz do meu filho e comecei a chorar.

— Oi, Heros, eles estão me tratando bem. Não se preocupe.

— Eu vou te buscar o mais rápido possível, Igor. Eu prometo! Não precisa ficar com medo, está bem?

— Eu sei disso, por isso não estou com medo. – Parou de falar como se estivesse segurando o choro. – A minha mãe está aí?

— Estou sim, meu amor, vai ficar tudo bem! – prometi apertando os lábios para não demonstrar que estava em lágrimas, não queria assustar ainda mais o meu filho. – A Aurora e eu te amamos tanto, Igor, nunca se esqueça disso. Nós somos como os três mosqueteiros da história que lia para você quando era pequeno, lembra?

— Sim, mãe, um por todos e todos por um sempre! Eu também amo muito vocês duas, quero voltar para casa logo. – Soltou o choro que estava segurando e eu chorei junto, não dava para ser forte em uma situação como aquela.

— Por favor, Igor, não chore! Vai ficar tudo bem, logo você vai estar em casa com a sua mãe e a sua irmã. Está bem? – Heros tentou continuar se mantendo firme, mas seus olhos estavam cheios de lágrimas.

— Agora já chega dessa choradeira, vamos aos negócios, Heros. Tire o telefone do viva-voz e vá para uma sala vazia, vou conversar com você a sós.

— Entendido! – Foi a última coisa que ouvi.

Heros beijou a minha mão que estava segurando antes de sair do quarto e ficou no seu escritório fechado por mais de uma hora, ninguém podia entrar. O irmão dele, o Blade, ficou na porta vigiando com aquela cara de psicopata.

— Calma, querida, meu filho vai dar um jeito nisso. – Dona Sonia apertou ainda mais o abraço, ela não me soltou mais desde que o filho entrou no escritório.

A mãe do Heros era uma mulher muito elegante, bem-vestida, tinha a postura e falava como uma rainha, só faltava a coroa. Estava sendo tão gentil e acolhedora comigo e a Aurora que já estava me deixando com vergonha, nós nos demos bem logo de cara, a minha filha amou ela, ainda mais porque a dona Sonia disse que podia chamá-la de vovó e a estava mimando como se fosse de fato sua neta. Apesar da situação, Aurora estava se sentindo uma princesa durante a nossa estadia naquele castelo.

HEROS - A rendenção do mafioso Where stories live. Discover now