Capítulo doze

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Surtemmm com esse capítulo duplo! Haha

Dara

O clima na sala não poderia estar mais tenso, ninguém falava nada há mais de um minuto. Heros não parava de encarar o Paulo de cara fechada no estilo exterminador, até eu estava com medo dele, era como se estivesse possuído por uma entidade mortal.

— Sou o Paulo, prazer em conhecê-lo, senhor Helter. – Estendeu a mão para cumprimentar o Heros, mas ele continuou com os braços fortes cruzados sobre o peito largo estufado, tão duro quanto o seu olhar.

O que não combinava em nada com a sua aparência fofa naquele momento, o grandão estava usando o meu avental florido, que, a propósito, ficou minúsculo nele. Seu cabelo estava preso em um coque todo torto no topo da cabeça, cheio de farinha; para completar a cena cômica havia um pano de prato pendurado no seu ombro esquerdo, bem estilo mãezona dona de casa.

Se eu não estivesse tão tensa, teria rido e muito. Heros se esforçou mesmo para preparar o nosso jantar, realmente foi muito gentil da sua parte.

— Pena que não posso dizer o mesmo. – Heros o encarou de cima a baixo, sendo extremamente grosso.

Sem tirar um segundo aquela cara de mau de quem iria estripar alguém com as próprias mãos a qualquer momento;, minhas bochechas queimaram de vergonha. O clima não poderia ser mais tenso.

— Bem, parece que a chuva diminuiu um pouco e acho que vou indo nessa. – Paulo recolheu a mão que ainda estava parada no ar e coçou a nuca, totalmente constrangido. — Mas espero provar o seu chocolate quente melhor do mundo em breve, Dara.

Inesperadamente, Paulo se aproximou de mim e beijou o meu rosto. Depois acenou para as crianças e foi embora praticamente correndo e se enfiou no meio daquela noite chuvosa antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, Heros havia conseguido mesmo intimidar o rapaz.

— Quem é esse cara, Dara? – Heros se virou para mim com sangue nos olhos. — Pensei que não tinha costume de trazer pessoas aqui além dos seus clientes – questionou como se tivesse algum direito de fazer isso.

— Meu avental ficou ótimo em você, sabia? – Soltei o riso que estava segurando, ignorando a pergunta que me fez em um tom nada agradável.

— Fiquei muito preocupado por causa dessa tempestade lá fora, então resolvi esperar por vocês aqui na cabana. – Enrijeceu o maxilar, estava muito irritado. — Então acendi a lareira e cozinhei algo para vocês comerem, imaginei que as crianças estariam com fome quando chegassem.

— Muito obrigadao pela preocupação, Heros, isso foi muito gentil da sua parte.

— Você não respondeu à minha pergunta, quem é esse cara? Seu namorado? – perguntou irado.

— O quê? A senhora está namorando, mãe? – Igor entrou na conversa, mais irritado ainda.

— Paulo não é meu namorado, eu nem faço ideia de quem ele é. Só o vi três vezes na vida e duas delas foram hoje, primeiro na cidade e depois aqu...

— Ele estava com bastante intimidade com você para alguém que só viu três vezes, não é mesmo? – me cortou ríspido, acho que o beijo de despedida que o Paulo me deu no rosto antes de ir embora não o agradou muito.

Interessante...

— Pelo amor de Deus, Heros! Ele só estava sendo gentil comigo, Paulo parece ser um cara legal – expliquei, me sentindo pressionada.

Até as crianças sentiram o clima pesado no ar, dividiam os olhares entre mim e o Heros.

— Como sabe que esse cara é legal se acabou de conhecê-lo? – Riu irônico. – Pelo visto você tem uma queda por caras estranhos, não pode ver um que traz para dentro de casa – teve a ousadia de dizer, só não meti a mão na cara do Heros porque as crianças estavam presentes.

HEROS - A rendenção do mafioso Where stories live. Discover now