Capítulo vinte e três

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Heros

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Heros

Então era aquela merda que as pessoas chamavam de coração partido? Porra! Por que tinha que doer tanto? Era mil vezes pior que levar uma rajada de tiros no peito. Deixar a Dara, com certeza, foi a coisa mais difícil que já fiz na vida. Aquela mulher em poucos meses se tornou o meu mundo. O meu porto seguro. Todos os meus pensamentos giravam em torno dela, simples assim. Eu a amava com todas as minhas forças, e por isso, era minha obrigação manter tanto ela quanto as crianças seguras, inclusive de mim e de toda a violência que sempre me acompanhava.

Para resolver a bagunça que estava na Colômbia, eu precisava assumir de volta os negócios dos Rivera, e era impossível voltar a ser o chefe da máfia e ter uma família linda e feliz com a Dara. Ela e os filhos já tinham aguentado muita merda por causa do traste do marido dela, não era justo arrastá-los comigo para uma guerra entre bandidos perigosos em uma busca de poder que nunca teria fim. Ficou evidente que não podia mais confiar nem naqueles que têm o mesmo sangue, fui traído por quem menos esperava.

Então, por todo amor que sentia pela cigana e os filhos dela, estava abrindo mão deles, mesmo que isso destruísse toda e qualquer chance de eu ser feliz um dia. Isso seria impossível longe daquela peculiar família de ciganos, que sempre veria como minha também, mesmo estando distante. Agora, depois da morte do Luca e a minha partida, eles poderiam enfim ter uma vida normal e tranquila. Longe de nenhum tipo de perigo. E era isso o que importava para mim, mantê-los a salvo até mesmo de mim. Entretanto, não conseguia parar de pensar nas crianças, me perguntava como eles teriam reagido à minha partida repentina. Igor, sem sombra de dúvida, voltaria a me odiar. E a ciganinha provavelmente começaria a me odiar também.

Eu traí a confiança dos dois, prometi que seria o melhor pai do mundo em um dia e no outro fui embora. Por isso não quis me despedir das crianças, já foi difícil para mim ver toda a decepção nos olhos da Dara quando parti, não aguentaria outra dor igual àquela que senti quando saí da cabana sem olhar para a vida feliz que abandonei à força ao passar por aquela porta.

— Sério que você vai mesmo ficar com essa cara de velório a viagem inteira? – resmungou Blade enquanto dirigia, precisávamos chegar até uma pista clandestina de voo que ficava na cidade vizinha de Paraíso.

Eu usei o celular do meu irmão para fazer uma ligação que precisava para uma pessoa importante no Brasil que me devia um grande favor já fazia um tempinho; esse contato, não só emprestou o avião particular dele para nos levar de volta para a Colômbia discretamente, como também prometeu que ficaria de olho na Dara e os filhos dela para mim, os mantendo seguros e me informando sobre tudo.

— Fica na sua, Blade. Quando você conhecer alguém especial, a gente continua essa conversa. – Pela janela do carro observava a montanha onde ficava a cabana da Dara ficar cada vez mais distante, eu sentiria tanta falta daquele lugar.

— E o que aquela cigana tem de tão especial além daquela bunda gostosa? – Me olhou de canto, provocador.

— Eu vou simplificar para você, garoto. Antes de conhecer a Dara, o meu mundo era preto e branco. Agora ele está cheio de cores. – Não consegui conter o sorriso ao falar da minha cigana, ela aflorava em mim um lado bom que nem eu sabia que existia.

HEROS - A rendenção do mafioso Onde as histórias ganham vida. Descobre agora