Corruptible - Volume 1

Capítulo 38: "Emergência"

Na penumbra do campo de batalha, Jay permanece exausto, ofegante pela intensa luta que se desenrolou. Seus olhos refletem a fadiga enquanto ele tenta se desculpar entre respirações entrecortadas.

— Mestres, não chorem, por favor... Eu sinto muito por isso...

Corruptor, com lágrimas nos olhos, se aproxima de Jay, um punho cerrado de raiva fazendo o chão tremer sob seu toque.

— Isso não é culpa sua. É TUDO CULPA DAQUELE HOMEM!! — Ele soca o solo com fúria incontrolável.

Light, levantando-se, coloca as mãos nos ombros de seus amigos.

— Vamos para casa. Depois faremos um enterro digno para Trois. Corruptor, você sabe que ele nunca desejaria nos ver assim! VAMOS, NÓS IREMOS O VINGAR!

Corruptor assente, mesmo que seu corpo vacile, e Jay, com gentileza, o apoia. Os três começam a avançar na direção de sua moradia, passos pesados mas decididos.

— Vão com calma. Eu os ajudo. — Jay murmura.

Com um gesto sutil, Jay faz sua espada, flutuar até ele. Seus olhos se estreitam com cansaço.

— Preciso chamar as meninas... — Jay diz, com voz firme, enquanto a espada começa a vibrar com energia.

— Rebecca e Lumine estão na cidade Isohel, no distrito BadLand. Ache-as e as traga até aqui.

A espada parte, rasgando os céus com velocidade, rumo à cidade Isohel, no distrito BadLand, em busca de Rebecca e Lumine.

Na ensolarada frente de uma pitoresca cafeteria, Rebecca e Lumine compartilham um momento tranquilo.

— Acha que vamos conseguir resolver tudo isso? — Rebecca morde um biscoito, e sua expressão está repleta de preocupação.

Lumine, com uma pitada de serenidade em seu olhar, toma um gole do café fumegante antes de responder.

— Espero que sim...

Do outro lado da rua, à sombra de uma frondosa árvore, Astrid e Goma observam as duas jovens com interesse.

— Elas vão ser de grande ajuda. Não é, Senhora Astrid? — Goma indaga, de olhos fixos nas meninas.

Astrid, um brilho de nostalgia nos olhos, assente suavemente.

— Com certeza... Elas me lembram da minha juventude, quando viajava pelo universo com Aiuola.

— Elas são nossa esperança para deter Bux!

Astrid concorda, com seu sorriso revelando confiança.

— Não conheço ninguém com mais potencial do que elas e os meninos.

Goma sorri de volta, solidário.

— Eles são nosso futuro...

— Irei dar minha vida se for preciso, para ajudá-los! — Ela ajusta seus cabelos.

O caos repentinamente irrompe nas pacatas ruas da cidade. Gritos de pânico ecoam pelo ar.

— Socorro!!! Tem um monstro atrás da gente!! — uma mulher clama em desespero, desencadeando a corrida frenética de pessoas apavoradas.

Rebecca e Lumine, alertadas pela confusão, se levantam de suas cadeiras na cafeteria.

— Senhora Astrid, o que tá acontecendo? — Rebecca grita, do outro lado da rua.

Astrid franze a testa, incapaz de detectar qualquer presença sinistra.

— Não consigo sentir nenhuma presença!! — ela responde, com uma expressão de desconcerto.

Nas proximidades, as janelas das casas começam a quebrar, como se uma força invisível as estivesse despedaçando.

Então, a espada de Jay surge inesperadamente de uma das janelas, voando em direção a Rebecca e Lumine, que observam com surpresa.

— O que essa espada tá fazendo aqui? — Goma, confuso, exclama.

— Não pode ser... essa é a espada do seu sobrinho, Goma?

— Sim, mas ela está diferente de antes... — Goma responde, observando a espada com preocupação.

— Onde estão Jay e os outros? — Lumine se aproxima da espada e pergunta.

A espada começa a piscar e emite pequenos choques, deixando Lumine perplexa.

— O que isso quer dizer? — Lumine tenta mover a espada, sem sucesso.

Astrid atravessa apressadamente a rua.

— Isso me parece familiar... — ela murmura enquanto a espada continua a piscar.

Ela acena para Goma, que vem correndo.

— Isso é código Morse. Consegue traduzir? — Astrid pergunta, com olhos fixos nas piscadas.

Goma se concentra nas piscadas da espada, decifrando a mensagem emergente.

— Corruptor. Light. Beira. Morte. Venham. Casa. — Goma traduz, preocupado.

Rebecca e Lumine, ao ouvirem a tradução, trocam olhares alarmados.

— ELES ESTÃO À BEIRA DA MORTE!?!?!? — gritam em uníssono, enquanto o medo preenche seus corações.

— O que deve ter acontecido a eles? — Astrid se pergunta.

— Becca, vamos agora! Precisamos ajudá-los! — Ela diz, desesperada.

— Sim, Lu! Rápido, rápido!

As duas se preparam para partir em alta velocidade, mas antes de alçarem voo, dirigem-se a Astrid e Goma.

— Senhora Astrid, Goma! Muito obrigado, mas precisamos ir!

— Nós vamos achar vocês, não se preocupem! Goma diz.

— Podem deixar que eu entrego as malas. Agora vão!

As duas acenam em agradecimento e, então, saem voando em alta velocidade em direção ao desconhecido, determinadas a salvar seus amigos.

Astrid pondera, com uma mão no queixo, enquanto observa os cacos de vidro e a situação caótica.

— Isso é preocupante... Será que Bux lutou contra eles? — ela questiona, preocupada.

— Não sei... Mas é melhor arrumarmos essa bagunça... — Goma, sorrindo, concorda.

Astrid, com um estalar de dedos, inicia o processo de reconstrução, fazendo com que os cacos de vidro voltem a seus lugares, remendando as janelas.

— Não era desse jeito que eu estava dizendo... mas tudo bem...

Enquanto isso, Rebecca e Lumine cruzam a fronteira do Distrito BadLand, com expressões carregadas de preocupação.

— Espero que eles estejam bem... — Rebecca diz.

Lumine tenta acalmar os ânimos.

— Eles estão... Não serão derrotados facilmente.

A espada de Jay permanece ao lado delas, guiando o caminho.

Poucos segundos depois, elas alcançam o Distrito Golden e veem a casa onde moram ao longe.

— Segurem firme... nós já estamos chegando! — Lumine diz a si mesma, determinada a alcançar e auxiliar os garotos.