Capítulo 56: "Cafeína"

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Lumine, sentindo a necessidade de compartilhar sua história, anuncia sua decisão

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Lumine, sentindo a necessidade de compartilhar sua história, anuncia sua decisão.

— Acho que vou contar minha história agora.

Com isso, o flashback de sua infância começa a se desenrolar diante dos olhos de seus companheiros.

A cena se passava em um pequeno planeta empobrecido e sujo, onde as pessoas lutavam para sobreviver com a coleta de sucata e objetos que encontravam.

Um soldado em uma nave gritava para a multidão:

— Atenção, Pessoal!! Não aceitaremos metais sem valor!!!

As pessoas se apressavam, trazendo carrinhos carregados de metais e lixo que haviam coletado. O soldado avaliava o que traziam.

— Esse parece ótimo. 5 Eeries por ele. — disse o soldado, pegando uma placa de ferro de uma pessoa.

— Muito obrigado, senhor. Vou poder comprar comida com isso! — a pessoa responde, aliviada.

Esse planeta, conhecido como "Indiurealm" havia passado por uma crise devastadora, e suas antigas fábricas agora estavam enferrujadas e inativas. As pessoas que viviam ali perderam sua principal fonte de renda.

— Cuidado, Vocês podem acabar pegando algum objeto perigoso!! — Uma voz feminina alertou com preocupação.

A voz pertencia a uma pesquisadora de 25 anos, de cabelos curtos e negros, vestida com um jaleco. Ela era uma Illuminariana e estava com uma expressão séria.

No meio daquela cena difícil, a pesquisadora foi surpreendida por uma pergunta inesperada.

— Oi, posso morar com você?

ela olha para baixo e encontra uma menina de 10 anos, de cabelos longos e brancos, olhando com olhos tristes.

— Olá, garotinha. Onde estão seus pais? — ela pergunta, preocupada com a situação da criança.

— Não tenho pais. Eu moro com todo mundo.

— Entendo. E qual é o seu nome, menina?

A criança responde, demonstrando vulnerabilidade.

— Lumine. Qual é o seu nome?

Amelia apresenta-se com gentileza.

— Prazer em te conhecer, Lumine. Eu me chamo Amelia. Amelia Phem.

— Por favor, me deixe viver com você... — Lumine, com olhos marejados, faz uma expressão de choro e implora.

Amelia, sentindo pena da garota, faz uma pausa e, após considerar a situação, concorda, com relutância.

— Tudo bem... promete não me atrapalhar com meu trabalho?

— Prometo!!! — Lumine responde com entusiasmo.

Com isso, Amelia decide acolher Lumine e a leva até a nave. Amelia entrega alguns pedaços de metal para os soldados enquanto Lumine, curiosa, questionava o motivo por trás desse ato comum.

— Por que todos dão metais para eles? — Lumine perguntou, buscando entender a dinâmica da situação.

— Vou te explicar melhor quando chegarmos em casa...

Enquanto isso, Amelia pega o dinheiro dos soldados e compra pacotes de café para ela.

— Vamos indo? Eu não moro muito longe daqui.

Amelia e Lumine começaram a caminhar juntas. Durante o trajeto, Lumine continua a questionar a situação.

— Por que as pessoas entregam esses metais para os caras malvados? — pergunta Lumine, preocupada.

— Então eles são caras malvados? — Amelia pergunta, com um sorriso.

— Sim, foi o que meus amigos disseram.

Amelia continua a explicar o contexto.

— Esses homens controlam nosso planeta... Eles pegam os metais que as pessoas acham e entregam dinheiro em troca.

Lumine, mesmo que ainda não compreendesse completamente, suspira enquanto processava a nova informação.

— Esses homens trazem comidas e outras coisas, para nós comprarmos com o dinheiro que ganhamos. — Amelia acrescenta, na tentativa de esclarecer o funcionamento desse sistema complexo.

— Por isso eles são malvados. Eles têm naves, mas não nos tiram daqui. — Lumine disse, com um tom de desapontamento evidente em sua voz.

Amelia tentou consolar Lumine enquanto explicava a complexidade da situação.

— Nós vivemos numa parte de difícil acesso da galáxia, então é difícil pedir ajuda para outros planetas... Mas isso vai durar por pouco tempo.

A curiosidade de Lumine a levou a perguntar:

— Por que, Mamãe Amelia?

Amelia corou levemente e sorriu ao ser chamada assim.

— Vou fazer uma máquina que envie um sinal para Illuvaria, nossa terra natal.

Empolgada, Amelia começa a correr e gesticular com as mãos, explicando os detalhes de seu projeto para Lumine.

— Eles vão trazer naves, acabar com os caras malvados e todos nós iremos embora!

Lumine fica maravilhada com a ideia.

— Incrível!! Eu posso te ajudar nisso?

Amelia aceita a oferta, mas com uma condição.

— Claro!!! Mas promete que não vai contar pra ninguém? — perguntou Amelia.

— Prometo!! — Lumine responde com entusiasmo e compromisso.

As duas correm e abraçaram uma à outra.

Por fim, elas chegam a uma casa construída com placas de ferro e outros metais, onde começariam a planejar e construir o dispositivo que poderia mudar o destino delas.

Amelia conduz Lumine até a casa onde ela iria morar, que surpreendeu Lumine pela quantidade de máquinas presentes.

— Chegamos. É aqui que você vai morar... — Amelia diz, colocando os pacotes de café em cima da mesa.

Lumine observa a casa minúscula, repleta de equipamentos improvisados.

— Quantas máquinas...

— São as ferramentas que uso... Quando as pessoas estão doentes ou precisam de ajuda, elas vêm até mim.

— Então, você é médica?

— Sou de tudo um pouco... Precisei me adaptar para poder morar aqui...

Amelia começa a preparar café, colocando uma chaleira no fogo.

— O que é isso? posso beber?

— Não... Você é muito nova pra isso.

— Mas, Mamãe...

Amelia se agacha para ficar na altura de Lumine e olha nos olhos da menina.

— Quando você crescer mais, vou te deixar beber café até ficar atordoada de cafeína.

— O que é 'Cafeína'? — indaga Lumine.

Amelia sorri e abraça Lumine com carinho.

— Sinto que vamos ter grandes aventuras juntas... — disse, animada.

Lumine concorda e brinca com a ideia.

— Sim, e vamos ficar atordoadas de cafeína juntas.

As duas compartilharam uma risada, começando a forjar os laços de um momento bespecial em meio às adversidades de seu planeta.

Corruptible - Volume 1Where stories live. Discover now