Lumine, sentindo a necessidade de compartilhar sua história, anuncia sua decisão.
— Acho que vou contar minha história agora.
Com isso, o flashback de sua infância começa a se desenrolar diante dos olhos de seus companheiros.
A cena se passava em um pequeno planeta empobrecido e sujo, onde as pessoas lutavam para sobreviver com a coleta de sucata e objetos que encontravam.
Um soldado em uma nave gritava para a multidão:
— Atenção, Pessoal!! Não aceitaremos metais sem valor!!!
As pessoas se apressavam, trazendo carrinhos carregados de metais e lixo que haviam coletado. O soldado avaliava o que traziam.
— Esse parece ótimo. 5 Eeries por ele. — disse o soldado, pegando uma placa de ferro de uma pessoa.
— Muito obrigado, senhor. Vou poder comprar comida com isso! — a pessoa responde, aliviada.
Esse planeta, conhecido como "Indiurealm" havia passado por uma crise devastadora, e suas antigas fábricas agora estavam enferrujadas e inativas. As pessoas que viviam ali perderam sua principal fonte de renda.
— Cuidado, Vocês podem acabar pegando algum objeto perigoso!! — Uma voz feminina alertou com preocupação.
A voz pertencia a uma pesquisadora de 25 anos, de cabelos curtos e negros, vestida com um jaleco. Ela era uma Illuminariana e estava com uma expressão séria.
No meio daquela cena difícil, a pesquisadora foi surpreendida por uma pergunta inesperada.
— Oi, posso morar com você?
ela olha para baixo e encontra uma menina de 10 anos, de cabelos longos e brancos, olhando com olhos tristes.
— Olá, garotinha. Onde estão seus pais? — ela pergunta, preocupada com a situação da criança.
— Não tenho pais. Eu moro com todo mundo.
— Entendo. E qual é o seu nome, menina?
A criança responde, demonstrando vulnerabilidade.
— Lumine. Qual é o seu nome?
Amelia apresenta-se com gentileza.
— Prazer em te conhecer, Lumine. Eu me chamo Amelia. Amelia Phem.
— Por favor, me deixe viver com você... — Lumine, com olhos marejados, faz uma expressão de choro e implora.
Amelia, sentindo pena da garota, faz uma pausa e, após considerar a situação, concorda, com relutância.
— Tudo bem... promete não me atrapalhar com meu trabalho?
— Prometo!!! — Lumine responde com entusiasmo.
Com isso, Amelia decide acolher Lumine e a leva até a nave. Amelia entrega alguns pedaços de metal para os soldados enquanto Lumine, curiosa, questionava o motivo por trás desse ato comum.
— Por que todos dão metais para eles? — Lumine perguntou, buscando entender a dinâmica da situação.
— Vou te explicar melhor quando chegarmos em casa...
Enquanto isso, Amelia pega o dinheiro dos soldados e compra pacotes de café para ela.
— Vamos indo? Eu não moro muito longe daqui.
Amelia e Lumine começaram a caminhar juntas. Durante o trajeto, Lumine continua a questionar a situação.
— Por que as pessoas entregam esses metais para os caras malvados? — pergunta Lumine, preocupada.
— Então eles são caras malvados? — Amelia pergunta, com um sorriso.
— Sim, foi o que meus amigos disseram.
Amelia continua a explicar o contexto.
— Esses homens controlam nosso planeta... Eles pegam os metais que as pessoas acham e entregam dinheiro em troca.
Lumine, mesmo que ainda não compreendesse completamente, suspira enquanto processava a nova informação.
— Esses homens trazem comidas e outras coisas, para nós comprarmos com o dinheiro que ganhamos. — Amelia acrescenta, na tentativa de esclarecer o funcionamento desse sistema complexo.
— Por isso eles são malvados. Eles têm naves, mas não nos tiram daqui. — Lumine disse, com um tom de desapontamento evidente em sua voz.
Amelia tentou consolar Lumine enquanto explicava a complexidade da situação.
— Nós vivemos numa parte de difícil acesso da galáxia, então é difícil pedir ajuda para outros planetas... Mas isso vai durar por pouco tempo.
A curiosidade de Lumine a levou a perguntar:
— Por que, Mamãe Amelia?
Amelia corou levemente e sorriu ao ser chamada assim.
— Vou fazer uma máquina que envie um sinal para Illuvaria, nossa terra natal.
Empolgada, Amelia começa a correr e gesticular com as mãos, explicando os detalhes de seu projeto para Lumine.
— Eles vão trazer naves, acabar com os caras malvados e todos nós iremos embora!
Lumine fica maravilhada com a ideia.
— Incrível!! Eu posso te ajudar nisso?
Amelia aceita a oferta, mas com uma condição.
— Claro!!! Mas promete que não vai contar pra ninguém? — perguntou Amelia.
— Prometo!! — Lumine responde com entusiasmo e compromisso.
As duas correm e abraçaram uma à outra.
Por fim, elas chegam a uma casa construída com placas de ferro e outros metais, onde começariam a planejar e construir o dispositivo que poderia mudar o destino delas.
Amelia conduz Lumine até a casa onde ela iria morar, que surpreendeu Lumine pela quantidade de máquinas presentes.
— Chegamos. É aqui que você vai morar... — Amelia diz, colocando os pacotes de café em cima da mesa.
Lumine observa a casa minúscula, repleta de equipamentos improvisados.
— Quantas máquinas...
— São as ferramentas que uso... Quando as pessoas estão doentes ou precisam de ajuda, elas vêm até mim.
— Então, você é médica?
— Sou de tudo um pouco... Precisei me adaptar para poder morar aqui...
Amelia começa a preparar café, colocando uma chaleira no fogo.
— O que é isso? posso beber?
— Não... Você é muito nova pra isso.
— Mas, Mamãe...
Amelia se agacha para ficar na altura de Lumine e olha nos olhos da menina.
— Quando você crescer mais, vou te deixar beber café até ficar atordoada de cafeína.
— O que é 'Cafeína'? — indaga Lumine.
Amelia sorri e abraça Lumine com carinho.
— Sinto que vamos ter grandes aventuras juntas... — disse, animada.
Lumine concorda e brinca com a ideia.
— Sim, e vamos ficar atordoadas de cafeína juntas.
As duas compartilharam uma risada, começando a forjar os laços de um momento bespecial em meio às adversidades de seu planeta.
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Corruptible - Volume 1
FantasyO príncipe Corruptor vê sua vida mudar drasticamente ao encontrar um homem misterioso que o leva a descobrir um segredo que assombra o Universo há muitos anos. Determinado a resolver o mistério, Corruptor parte em uma jornada arriscada, acompanhado...