Capítulo 31

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Meses depois.

• pov. Rafaella •

O sol brilhando através das cortinas do meu quarto me fez abrir os olhos lentamente, os fechei rapidamente e me virei na cama sentindo minha cabeça latejar. Não sei quantas vezes acordei no meio da madrugada sentindo um cólica horrível.

Eu havia chegado bem tarde do trabalho ontem, tive que passar na empresa para resolver umas pendências que se estendeu pelo decorrer da noite, agradeci por ser sábado.

Estiquei meu braço pegando meu celular e vi que tinha algumas ligações perdidas, dos meus pais e de Gizelly. Entrei no whatsapp e tinha várias mensagens.

Gi:

Boa noite Rafa
Dorme bem
Se vc acordar e precisar de algo, me liga
É pra ligar viu?

Bom dia Rafa
Está melhor?
Consigou dormir bem?

Eu:

Oi Gi
Bom dia
Não tô com mais cólica, mas minha cabeça tá doendo
Não dormir quase nada.

°°°

Após responder mais algumas mensagens, liguei para minha mãe e conversamos um pouco, ela queria saber como eu estava, não podia mentir e contei que ainda estava passando mal, com ela insistindo para eu ir no médico.

Realmente, tinha cinco dias que eu já estava com esses mal estar, desde o começo da semana, mudança de humor repentina, tontura, enjôo, dor de cabeça, e como se não bastasse, agora veio a cólica.

Meu celular vibrou e eu o peguei novamente, era mensagens de Gizelly.

Gi:

Já estou indo
Vou cuidar de vc.

Eu:

Te esperando. 😘

°°°

Gizelly e eu estávamos meio brigadas deixando nossa relação meia estremecida. Brigamos por dois motivos, primeiro que eu tinha começado a fazer academia e por uma coincidência talvez, Caon era um dos personal trainer, o que eu só descobri uma semana depois quando ele retornou das férias, e quando Gizelly soube, quis que eu saísse da academia, mas eu recusei, não tinha necessidade disso, eu estava comprometida com ela e Caon também estava em um relacionamento. Gizelly ficou de cara fechada pra mim, e para piorar a situação, a última vez que viajamos para Goiânia, encontrei meu ex, meu primeiro namorado, e pronto, foi o estopim para Gizelly querer vir embora no mesmo dia em que chegamos. Claro que eu compreendia seus ciúmes, porque eu também sentia dela, mas às vezes, parecia que ela estava duvidando de mim, e isso me tirava do sério. Contudo, tivemos uma conversa esclarecedora e estávamos voltando as boas aos poucos, visto que ela ainda estava me chamando de Rafa, porque ela só me chama assim quando está chateada.

{...}

Me esforcei para levantar, pois sentia que um caminhão tinha passado por cima de mim. Fui ao banheiro, fiz minha higiene matinal e desci até a sala, me sentando no sofá esperando por Gizelly.

Alguns longos minutos depois, ouvi o interfone tocar e atendi sabendo que era ela e abri o portão. Abri a porta e a esperei vir ao meu encontro, ela vinha com uma sacola em mãos.

- Oii. falei com um breve sorriso e ela me abraçou deixando um beijo carinhoso em meu rosto.

Imediatamente o cheiro do seu perfume fez meu estômago revirar e eu sai correndo para o banheiro. Vomitei apenas água, já que não tinha jantado na noite anterior. Gizelly se abaixou ao meu lado e segurou meus cabelos até eu conseguir parar de vomitar. Senti minhas vistas rodarem e me forcei a me sentar no chão.

- Rafa o que você está sentindo?

- Minhas vistas estão zonzas, mas já tá passando.

- Já volto.

Gizelly se levantou e saiu do banheiro e voltou rápido me entregando a sacola que ela estava em mãos quando chegou.

- Um teste? indaguei ao pegá-lo. - Gi eu não tô grávida.

- Como sabe? Tem uma semana que você está com esses sintomas, que podem sim ser de gravidez, e eu tomei liberdade de conversar com a Marcela, você sabe que ela está fazendo ginecologia.

- Mas eu tomo anticoncepcional, e eu acho que é tpm.

- Desde que estamos juntas, eu nunca vi você vomitar ou sentir tontura quando está de tpm, só faz pra gente tirar essa dúvida.

Respirei fundo me levantando, fui até a pia e lavei minha boca e meu rosto.

- Tá eu vou fazer, me dê alguns minutos. pedi e ela saiu do banheiro.

Fiquei ali pensativa, não tinha como eu estar grávida ou tinha? Meu ciclo estava certinho, faltava alguns dias para minha menstruação descer.

Resolvi logo fazer aquele teste, porque agora eu estava mesmo pensando nessa probabilidade.

{...}

- Negativo. falei retornando para a sala com o teste em mãos.

- Mesmo? Não tem que esperar uns minutos?

- Já esperei Gi, só um pauzinho, eu não tô grávida, eu disse.

Gizelly pegou o teste olhando como se querendo certificar o que eu tinha dito. E suspirou frustrada o colocando no sofá.

- Que foi? perguntei ao reparar seu semblante cabisbaixo.

- Nada, só estou preocupada com você.

- Ou queria um positivo? questionei e ela sorriu de lado.

- Não vou mentir que se você estivesse grávida, eu ficaria muito feliz, imagina uma miniatura sua.

Sorri com sua fala.

- Acho que ainda está um pouco cedo para sermos mães né?

- Talvez, mas eu ficaria feliz mesmo assim, porém, deu negativo, então é mais um motivo para aumentar minha preocupação, eu vou levar a senhorita no médico.

- Não precisa me levar, pode deixar que eu vou, mas não hoje.

- Rafaella!

- Eu vou segunda, prometo, vou pedir uns exames para fazer um checape.

- Talvez também pode ser essa correria da sua rotina, seu corpo dando sinal, você tem que se cuidar meu amor. ela disse carinhosa segurando meu rosto, ato que me fez sorrir.

- Não me chamou pelo nome, não tá mais brava?

- Eu não consigo ficar brava com você muito tempo.

- Ah não, desde que voltamos de Goiânia e tem duas semanas.

- Fiquei chateada com a situação.

- Eu sei, mas eu nem tenho contato com ele e você brigou comigo.

- Desculpa, mas eu não sei lidar com meus ciúmes e ele estava praticamente te comendo com os olhos.

- Gi, só entenda que eu te amo, eu não te troco por nenhuma outra mulher ou homem nesse mundo, a única pessoa que eu quero é você. falei sincera olhando dentro de seus olhos e dessa vez, ela que sorriu.

Colamos nossas testas e trocamos um sorriso cúmplice.

- Eu amo você bebê. ela disse antes de selar nossos lábios.

•••

Palpites do que a Rafaella tem? 🤔

Sentimentos InesperadosWhere stories live. Discover now