Capítulo 35

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• pov. Rafaella •

Poder trabalhar de casa já me ajudava a não ficar muito pensando nos riscos da minha gravidez, eu precisava espairar minha cabeça. Conversei com meu chefe e ele super entendeu a minha situação, trabalharia online de casa e nas reuniões eu iria até a agência para resolver todas as questões pessoalmente junto com os outros. Já a empresa, eu não estava cuidando da parte financeira, meu pai pegou essa função para ele e disse que ficaria responsável até que eu pudesse retomar.

Desde que a doutora Beatriz tinha me pedido o repouso, eu contratei Teresa para trabalhar aqui em casa, ela começava às oito e e ficava até às quatro da tarde. Teresa era uma mulher de meia idade, muito caprichosa com seus afazeres e muito simpática.

{...}

Na sexta-feira eu fiz o exame de sangue que ficaria pronto só na terça. O final de semana foi tranquilo, apesar dos enjôos, eu não senti dor e nem tive sangramento. Gizelly passou os dois dias aqui em casa comigo, confesso que não tinha coisa melhor que a sua companhia, eu amava seus cuidados e carinhos comigo e nosso bebê. Gizelly conversava com ele todos os dias, e eu achava a coisa mais linda do mundo.

Na terça, após pegar o resultado dos exames, levei até até o consultório de Beatriz, foi uma consulta rápida, meus exames estavam ótimos. Beatriz me passou a medicação com progesterona por mais dez dias, reforçando o repouso na maior parte do tempo.

Duas semanas se passaram, ao decorrer desses dias, eu senti a cólica novamente, e dores abdominais, mas sem sangramento. Meus pais vieram me ver e ficaram aqui por quatro dias, a companhia deles me fazia muito bem. As meninas também vieram me fazer uma visita, conversamos e me fizeram rir, o que também me ajudava a não ficar pensando em coisa negativa.

As duas semanas seguintes se passaram, estava com doze semanas, quase concluindo o terceiro mês. Os enjôos e tonturas cessaram de vez, mas meus seios estavam sensíveis e doloridos, e às vezes a cólica voltava, e o sono também que tinha se intensificado. Gizelly estava praticamente morando aqui em casa, ela cuidava de mim tão bem, tornando nossa relação cada vez mais forte, nos deixando ainda mais maduras.

E a próxima consulta chegou, dessa vez, fiz o ultrassom de translucência nucal, que durou uns quinze minutos, meu bebê seguia firme e forte, seus batimentos estavam ótimos. Pude ver pela tela que hematoma havia diminuído bastante, Beatriz disse que meu descolamento no início era grau 2 e agora era grau 1, ou seja, assintomática, eu não tinha mais riscos de ter um aborto. Não sei explicar a sensação de alívio que eu senti ao ouvir aquilo, eu estava explodindo de alegria. Beatriz tentou ver o sexo, mas não deu, quem sabe na próxima, e enquanto isso, minha ansiedade me deixava louca para saber se era uma menina ou um menino. Beatriz me pediu para retornar com dezesseis semanas, para ver se o hematoma tinha de curado completamente, e mesmo eu não tendo mais chances de ter um aborto, eu podia ter um parto prematuro, então ela recomendou que eu permanecesse trabalhar de casa, e evitando esforços.

Eu sentia que era uma menina, mas não sei minha intuição estava certa, Gizelly também achava que era uma menina, estava toda empolgada. Ainda não tínhamos comprado nada, queríamos ter certeza primeiro para depois começar a organizar tudo.

{...}

Era manhã de sábado e eu estava na cozinha preparando o café. Gizelly estava a caminho, noite passada ela não tinha dormido aqui em casa, como eu estava bem, sem sentir nada, ela aproveitou para ficar até mais tarde no seu escritório para colocar as pendências em dia.

Ouvi o trinco na porta e eu sabia que era ela, já que tinha lhe dado uma chave aqui de casa.

- Oi bebê, bom dia. ela disse colocando duas sacolas sobre a mesa e veio ao meu encontro me abraçando, passando os braços em minha cintura e eu entrelacei os meus em seu pescoço selando nossos lábios em um selinho demorado. - Como vocês estão? perguntou.

- Bem, graças a Deus, só com saudade de você. respondi, deixando um beijo em seu ombro e me afastei a encarando. - Senti sua falta na minha cama. assumi e ela sorriu.

- Acostumou comigo foi?

- Aham.

A abracei de novo toda manhosa e pude ouvir sua risada nasal, logo senti seus carinhos em meu cabelo.

- Vamos comer? Tô com fome. falei me desvencilhando de seu corpo e fui até o fogão pegando a água que já fervia para passar o café.

- Eu trouxe um bolo e pão de queijo pra gente. falou os tirando da sacola e colocou na mesa.

Passei o café e peguei dois copos e me direcionei até a mesa já com a garrafa em mãos. Me sentei ao lado de Gizelly e começamos a comer enquanto conversávamos sobre o dia anterior.

Ao terminarmos, organizamos tudo ali e depois fomos para a sala. Gizelly se sentou no sofá e eu me deitei com a cabeça em seu colo.

- É surreal olhar para sua barriga e pensar que nosso bebê está crescendo aqui. ela disse acariciando minha barriga e eu coloquei a minha sobre a sua.

- E você queria mesmo né? Quando fiz o teste e deu negativo, você fez uma cara. comentei ao me lembrar.

- O que fazer se quero uma miniatura sua, com esses olhos verdes, a coisa mais linda do mundo. comentou sorrindo.

- Pois eu quero que venha com seus olhos castanhos.

- Graças a Deus que agora está tudo bem com a Maria Sofia ou o Theo, agora podemos aproveitar esse momento mais tranquilas.

- Verdade, eu tava com tanto medo de perder nosso filho. assumi sentindo o nó na garganta.

- Agora já passou, vamos só curtir.

- Meu coração tá dizendo que é a Maria Sofia. falei sem disfarçar o sorriso.

- Também acho que é uma menininha, mas se for o Theo, vai ser bem vindo igualmente, daqui duas semanas vamos saber.

- Ansiosa.

- Estamos.

Me levantei e me ajeitei melhor ficando sentada ao seu lado.

- Amor...

- Oi.

- Desde que eu descobri a gravidez, eu fiquei pensando... comecei.

- Pensando em que bebê?

- Sei que pode parecer rápido, mas acho que já pulamos uma etapa né? Vamos ser mães. comentei rindo e ela sorriu entrelaçando nossas mãos. - Eu quero que você venha morar aqui comigo.

- Sério? perguntou com um sorriso ainda maior.

- Sim, você tá ficando mais aqui em casa do que na sua praticamente, então só trazer suas coisas e ficar definitivamente, aliás, quero ter você aqui presente em cada momento, e temos que montar o quarto, o que você acha?

- Seus pais não vão falar nada?

- Claro que não, eles te adoram e essa casa agora é minha, e se você quiser... vai ser nossa.

- Claro que eu quero bebê, quero cuidar de vocês de pertinho.

- Então resolvido, só resolve a questão para trazer suas coisas agora. falei e ela assentiu.

Trocamos um sorriso cúmplice e juntamos nossos lábios em um beijo apaixonado.

•••
Está tudo bem com o baby girafa. 🥺🙏
Vcs acham que é Maria Sofia ou o Theo?

Sentimentos InesperadosWhere stories live. Discover now